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Festival de extremos, solidez de veteranos salva Rock in Rio

3 out 2011 - 05h03
(atualizado em 8/12/2011 às 14h08)
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Fernando Diniz
Osmar Portilho
Direto do Rio de Janeiro

Com um line-up variado, o Rock in Rio 4, realizado entre os dias 23 de setembro e 2 de outubro teve nesta edição sete dias de shows e um público de 100 mil pessoas por dia, segundo os organizadores. Marcado pelos extremos, a solidez das apresentações de veteranos como Metallica, Coldplay e Stevie Wonder salvaram a parte artística também marcada por fracas performances de Lenny Kravitz, Evanescence e Maná.

Rock in Rio: "não somos os melhores do mundo", diz guitarrista do Coldplay:

A parte técnica também contribuiu para que o Rock in Rio 4 fosse um evento de altos de baixos. Filas em banheiros e praças de alimentação, preços exorbitantes, enchente de urina causada por banheiros químicos trabalhando além da capacidade, caos na chegada e na saída da cidade do Rock pesaram no lado negativos. O gramado sintético que evitou que Cidade do Rock virassem uma poça de lama nos dias de chuva e o sistema de chuveirinhos que refrescou o público no calor foram os serviços de maior sucesso.

Mas quem salvou a pele do evento foram, conforme esperado, os shows. Com uma programação que levantava sobrancelhas em desconfiança desde que foi anunciada, seja pela mistura indiscriminada de ifluências, seja pela falta de nomes contemporâneos - o line up do Rock In Rio parece anacrônico se comparado aos festivais na América do Norte e Europa - foram shows dos figurões que seguraram as pontas.

No balanço geral, estrelas da música pop atual como Shakira, Katy Perry e Rihanna se deram bem, mas as apresentações que ficarão memoráveis são de alguns veteranos mais experientes como Stevie Wonder, Metallica e Coldplay.

Confira abaixo um resumo dia a dia da quarta edição do Rock in Rio no Brasil. Clique em cada um dos nomes das atrações para ler mais sobre os shows e conferir fotos e vídeos das apresentações.

Dia 1 - 23/09

Abrindo as atividades da Cidade do Rock com um sol fulminante, o palco Sunset fez seu primeiro teste e passou bem. Com sua plateia com menor capacidade, encheu rapidamente e esquentou o público que chegou mais cedo para os shows que começaram com a apresentação do Móveis Coloniais de Acaju. Destaque para apresentação roqueira de Ed Motta e Andreas Kisser e o beijo dado em palco por Bebel Gilberto e Sandra de Sá.

Já o palco Mundo abriu com diversos nomes brasileiros: Paralamas, Titãs e Milton Nascimento, que logo abriram espaço para Claudia Leitte. O time nacional ganhou sua cota de contágio do público, mas nada suficiente para ser memorável. A norte-americana Katy Perry trouxe seu mundo da "doçura" do pop e arrancou gritos com hits como Teenage Dream. Veterano da noite, Elton John fez uma apresentação competente, mas sua escalação pareceu errada neste dia, entre duas atrações radiofônicas com uma plateia dispersa. Rihanna fechou a noite com a apresentação pop que todos queriam: hits, coreografias e decotes. Por outro lado, o atraso de mais de uma hora tirou o bom humor de muita gente.

Dia 2 - 24/09

No segundo dia de shows, o palco Sunset proporcionou quatro momentos bons: Marcelo Yuka com Cibelle, Karina Buhr e Amoea Pêra, Tulipa Ruiz com Nação Zumbi, Milton Nascimento com Esperanza Spalding e Mike Patton com a Orquestra de Heliópolis. O líder do Faith No More trouxe seu projeto Mondo Cane ao Rock in Rio e empolgou todos ao reunir o peso com canções tradicionais da música italiana.

No palco Mundo, NX Zero, Stone Sour e Capital Inicial cumpriram seu papel na hora de levantar o público. O ponto baixo ficou por conta do show do Snow Patrol que se "arrastou" e acabou esfriando a plateia, exceto com o hit Open Your Eyes. Sem o guitarrista John Frusciante, o Red Hot Chili Peppers voltou ao Brasil para mostrar o álbum Im With You. O grupo empolgou com hits como Californication e Give it Away, mas teve a instabilidade como marca da apresentação. O vocalista Anthony Kiedis chegou a entrar errado no refrão de uma das músicas.

Dia 3 - 25/09

Uma maré de camisetas pretas invadiu a Cidade do Rock no terceiro dia de shows. O palco Sunset recebeu nomes como Korzus, Matanza, Angra e Tarja Turunen. No entanto ficou por conta do Sepultura registrar o grande momento do Sunset, que ficou abarrotado de fãs. O aperto colocou em dúvida se não seria mais prudente escalar os brasileiros no palco principal.

Com fãs de metal em peso, somente a banda Gloria, que abriu o palco principal sofreu com a indiferença da plateia e chegou a ouvir algumas vaias, mas se salvou ao fazer dois covers da banda Pantera. Em seguida os deconhecidos do Coheed and Cambria

apelaram ao Iron Maiden para tentar driblar as vaias. A trinca

Motörhead

,

Slipknot

e

Metallica

deu tudo o que os fãs esperavam. A banda de James Hetfield fechou o terceiro dia com um show apoteótico e um setlist que deixou seus fãs boquiabertos. Enter Sandman, One e Seek and Destroy foram cantadas em únissono.

Dia 4 - 29/09

A festa começou no palco Sunset após Marcelo Jeneci e Curumim e seguiu com o Baile do Simonal e com o veterano Afrika Bambaataa em parceria com Paula Lima e o rapper português Boss AC. A carismática Joss Stone também cativou o público do Sunset e poderia facilmente assumir uma vaga no palco principal.

A abertura do palco Mundo ficou por conta de um tributo ao grupo Legião Urbana com os remanescentes Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá. Ao lado de Pitty, Dinho Ouro Preto e outros convidados, emocionaram muitos com sucessos como Será, Tempo Perdido e Índios. Janelle Monáe e Jamiroquai cumpriram seu papel: fizeram shows competentes e dominaram o público por todo o tempo. O que não é o caso da deslocada Kesha, que com seu clima de balado, soou bastante artificial e forçada. Dispensando apresentações, o lendário Stevie Wonder deu um banho de carisma e convidou o público para viajar em sucessos como Higher Ground e Superstition.

Dia 5 - 30/09

O palco Sunset abriu o quinto dia do festival com a combinação dos projetos Buraka Som Sistema e Mix Hell. A sequência de colaborações seguiu com Céu e João Donato e Cidade Negra com Martinho da Vila e Emicida. Já a trinca formada por Monobloco, Macaco e Pepeu Gomes sofreu por causa do horário, já que com o início do show de Marcelo D2 no palco principal, muitos fãs abandonaram a apresentação.

Com a predominância de brasileiros no palco Mundo, Marcelo D2 e Jota Quest foram diretos: escolheram seus hits e os executaram com perícia. Já Ivete Sangalo, terceira atração da noite, mostrou sua habilidade com grandes públicos e empolgou com seu carisma. A cantora até arriscou uma versão de More Than Words, do Extreme, ao violão. O roqueiro Lenny Kravitz, que poderia estar deslocado neste palco montou um setlist bem montado com faixas que fizeram sucesso aqui. Are You Gonna Go My Way e Let Love Rule deram um final apoteótico ao show. Conhecida de velhos tempos do público brasileiro, Shakira atendeu os fãs com canções novas, uma performance enérgica e surpreendeu ao abrir a apresentação com Estoy Aqui, sucesso lançado em 1996.

Dia 6 - 01/10

O palco Sunset abriu suas atividades no sábado com a apresentação do Cidadão Instigado e Júpiter Maçã. Já a brasileira Tiê e o uruguaio Jorge Drexler misturaram a música brasileira e latina em momentos curiosos, incluíndo uma versão de Você Não vale Nada. Em seguida veio Zeca Baleiro com o congolês Lokua Kanza O encerramento do Sunset ficou por conta do veterano Erasmo Carlos e do ex-Titãs Arnaldo Antunes, que comandaram o público.

Com a responsabilidade de abrir o palco Mundo no penúltimo dia, Frejat apostou em sucessos da carreira solo, do Barão Vermelho e de Cazuza como Por Você, Bete Balanço e Puro Êxtase. Na sequência, os mineiros do Skank tocaram vários hits, como Jack Tequila, Vou Deixar e Ainda Gosto Dela. Enquanto isso, o rock latino dos mexicanos do Maná e os hits radiofônicos do Maroon 5 não emplacaram e se somaram nas apresentações "medianas" do festival. Coube ao Coldplay, grande nome da noite, fazer uma apresentação grandiosa. Com fogos de artifício, chuva de papel picado e balões coloridos, os britânicos tocaram sucessos como The Scientist, Clocks, Fix You e Viva La Vida, encerrando o dia em grande estilo.

Dia 7 - 02/10

A despedida do palco Sunset do Rock in Rio 4 começou com The Monomes e David Fonseca contou com algumas misturas certeiras para o último dia do festival, como os velhos parceiros Tom Zé e Mutantes. Marcelo Camelo, do Los Hermanos, ainda se juntou com a banda californiana The Growlers, para tocar canções do grupo e lembrar sucessos como Morena e Além do Que Se Vê. O palco ainda contou com o reencontro entre Titãs e seus paralelos portugueses do Xutos E Pontapés

O palco Mundo abriu seu dia final com o Detonautas e depois Pitty. A cantora baiana fez um setlist de sucessos e puxou coro com hits como Equalize e Na Sua Estante. Depois, Amy Lee, vocalista do Evanescence, atraiu uma legião de fãs ao Rock in Rio e mostrou canções novas, mesmo com uma boa quantidade de desafinadas.Reunidos para esta turnê, o quareto do System of a Down apostou no seu peso e colocou a Cidade do Rock para pular, mesmo com o som baixo, em Chop Suey, Needles, Prison Song e Deer Dance. A exemplo do que aconteceu 10 anos atrás no Rock in Rio 3, coube ao Guns N' Roses encerrar o festival. Com atraso, polêmica e quase 40 músicas no setlist, o show irregular deu um final apático ao festival.

Fonte: Terra
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