Zeca Pagodinho critica escolas de samba: "ficou pelo lado da grana"

Zeca Pagodinho completa 30 anos de carreira este ano e, apesar da paixão pela Portela, descarta completamente compor um samba-enredo para a escola. O cantor criticou duramente o processo de escolha dos sambas nas escolas do Rio de Janeiro, afirmando que o dinheiro suplantou a emoção. Segundo Zeca, o amor ao samba não se sobressai mais no universo das escolas de samba.

“Não gosto do processo de escolha de samba enredo. Ainda mais do de agora. Antigamente era diferente. A coisa ficou muito sem emoção, não se tem mais amor pela coisa”, declarou, em entrevista coletiva na qual lançou seu novo CD e DVD, intitulado de Vida que Segue, no qual interpreta grandes clássicos do samba.

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O artista lembrou, que, como no futebol, são poucos os exemplos de quem realmente é ligado a uma determinada escola de samba. As constantes transferências de integrantes para diferentes agremiações foi criticada pelo cantor.

“Hoje um intérprete está aqui, e daqui a pouco está lá. Tem o Neguinho, que é e sempre foi da Beija-Flor. E só. Porta-bandeira também vive mudando. A coisa ficou muito pelo lado da grana”, acrescentou.

Zeca ressaltou que ainda frequenta as escolas de samba, e apesar dos convites para fazer parte de outras agremiações, não abre mão de participar da Portela, sua escola do coração. O cantor também não poupou críticas à qualidade dos sambas atuais. “Sou capaz de cantar cem sambas antigos, mas não canto um do ano passado”, destacou.