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DJ Zegon: "Minha formação como DJ veio pela minha mãe"

Zegon acompanhava as montagens artesanais que a mãe dele fazia em casa.

27 nov 2012 - 09h57
(atualizado às 11h07)
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É possível que você nunca tenha ouvido falar de José Henrique Castanho de Godoy Pinheiro, mas o DJ Zegon você deve conhecer. Paulistano, com um pé na Califórnia, Zegon aprendeu muito da linguagem das ruas praticando skate em São Paulo. Foi ainda na infância que tomou gosto pela música e pelas mixagens. Zegon acompanhava as montagens artesanais que a mãe dele fazia em casa.

Zegon acompanhava as montagens artesanais que a mãe dele fazia em casa
Zegon acompanhava as montagens artesanais que a mãe dele fazia em casa
Foto: Terra

Das pistas de skate direto para os palcos. No início da década de 90, Zegon pilotava as pickups da banda de rock/hip hop Planet Hemp. Mas foi depois de deixar o grupo que Zé fixou o nome dele no cenário da música eletrônica brasileira e mundial. Nesta entrevista, Zé Gonzales relembra sua trajetória e conta como decidiu investir nas pickups como profissão.

Como que tudo começou?

A minha formação foi o skate, a rua, o centro de São Paulo, entre tantos lugares onde surgiu a primeira geração dos b-boys do Brasil. Eu tive o primeiro contato com o hip-hop no centro de São Paulo, colocando K7 nos boxes dos caras e vice versa e acabei conhecendo o rapper Thaíde.

Quando você teve certeza que iria trabalhar com música?

Nós ficamos amigos. Um dia, levamos uma velha bateria eletrônica no estúdio do Nasi e do André, que eram do Ira! na época. Eles estavam produzindo o primeiro disco do Thaíde, chamado Cultura de Rua. Eu entrei no estúdio, o DJ Hum estava lá e fez um transformer, fez um skretch. Fiquei de queixo-caído e pensei: é isso que eu quero fazer. Tudo isso foi em 1986.

Você já tinha algum contato com música?

A minha primeira formação como DJ veio pela minha mãe. No começo dos anos 80, tínhamos em casa um par de toca-discos, um mixer e um gravador de rolo. Minha mãe gravava os mixtapes já mixados, fazia edição no gravador de rolo com lâmina de barbear, cortava a fita e enquanto a mixagem não ficasse boa ela ia cortando e juntando os pontos de novo. Eu já era louco pra ir lá e mexer, né? Mas ela ainda não deixava.

Você também teve banda quando adolescente?

Eu comecei tocando guitarra numa banda de garagem no prédio. Punk Rock, Hard Core, Heavy Metal. Tudo até chegar ao skate, bater no hip-hop e voltar para o toca-discos novamente. Então, eu considero que minha formação musical veio com a minha mãe e depois da descoberta do hip hop na rua.

E o Planet Hemp?

Também foi através do skate. O Marcelo D2 sempre aparecia nos campeonatos de skate numa época que eu já estava tocando nós ficávamos conversando bastante sobre música. Tempos depois, eu encontrei o D2 e ele me chamou pra tocar no lançamento do disco Usuário porque eles estavam sem DJ. Aí, uma, duas, três vezes e quando eu vi foram 7, 8 anos juntos.

Você teve algum trabalho que não seja ligado à música?

Eu nunca nem pensei em trabalhar com outra coisa. Eu nunca tive nenhum emprego que não fosse relacionado à arte e música. Nunca nem tive patrão. Claro que como 'discotecário' você tem o dono da boate, mas patrão, quem vai mandar como fazer e como vai ser feito, sempre fui eu.

Fonte: Terra
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