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Anderson Noise conta sobre sua paixão por música

21 nov 2012 - 07h28
(atualizado em 22/11/2012 às 09h18)
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Nascido e criado em Belo Horizonte, Anderson de Almeida Alves - o Anderson Noise - começou sua carreira de mansinho como todo bom mineiro. A paixão pela música levou Noise a trabalhar logo cedo com o pai. Tudo para poder comprar os desejados LPs - como os vinís eram conhecidos na época. Com o tempo, Anderson começou a fazer sua própria seleção musical e a gravar em fitas k7s. O que era uma brincadeira começou a chamar a atenção. Em pouco tempo ele abandonou o comércio para viver de música, e se deu bem! Muito bem.

DJ Anderson Noise:

Um dos maiores nomes da música eletrônica nacional, Anderson conta nesta entrevista ao Terra como foi o começo da carreira e algumas histórias inusitadas da sua Vida de DJ.

Como começou sua paixão por música?

Eu sou um fascinado por música desde que eu me conheço por gente. Quando eu tinha 12 anos eu já trabalhava com meu pai. Quando a gente saia de férias ele dizia que se eu quisesse dinheiro, deveria trabalhar. Eu queria dinheiro para comprar disco, então fui trabalhar com ele só pra isso! Com 16 anos eu já trabalhava em loja de roupas e gravava várias tapes para deixar na loja e ficarmos ouvindo. Eram sempre músicas diferentes das que o pessoal lá estava acostumado a escutar e sempre que entravam clientes na loja eles comentavam: "Pô, que som bacana! Que música é essa?"

E foi aí que você começou a se arriscar como DJ?

Foi isso! Um belo dia, resolvemos fazer um churrasco no quintal de casa. Nesse churrasco eu brinquei lá com dois toca-discos. Foi a primeira vez que eu toquei assim. Isso era início de 88 e tinha um produtor local que me viu lá tocando, ele fazia festas de rock na época, e ele falou: "Vou fazer uma pista na minha festa pra você tocar". Aí eu toquei na festa dele e até hoje estamos tocando.

Você lembra qual foi o primeiro vinil que você comprou quando era pequeno?

Foi um do Queen. Eu não lembro qual que era, mas ele tá lá em casa. Eu tenho todos esses vinis guardados. Com 7 anos eu adorava Queen. Gostava de Disco também, gostava de AC DC, coisas de menino, né?

Como surgiu o nome Anderson Noise?

No período de 88 até 92, eu alugava uns equipamentos de som pra ganhar algum dinheiro. Na hora de fazer o cartão de visitas eu não queria colocar equipe tal ou som total, alguma coisa desse tipo. Aí, eu coloquei Noise. Um dia uma amiga ia dar uma festa e perguntaram pra ela quem ia fazer o som. Ela disse: Vai ser o Anderson do som Noise. Pode colocar Anderson Noise! Aí nasceu o nome.

Antes, como você fazia para se informar e comprar os discos exclusivos?

Como não tinha a internet, o jeito de descobrir o que os DJs estavam tocando era comprando as revistas gringas. Depois era só pedir o disco. Então, como eu comprava pelo menos uns 20, 30 discos por mês, também pedia sempre umas 2 revistas diferentes. Aí eu pesquisava e ia atrás pra comprar. Eu vinha muito pra São Paulo pra comprar discos. Mas o truque era ter amizade com comissários de bordo. Toda semana eles viajavam pra fora do país e voltavam. Isso, na época, era muito rápido pra gente ter acesso às novidades.

Você começou a trabalhar cedo com seu pai. Quais outras profissões você já teve?

O meu primeiro emprego foi como pintor junto com meu pai. Depois fui trabalhar numa farmácia, depois fui corretor de imóveis, fazia captação. fui trabalhar em loja de roupa. Entrei lá e 85, se não me engano, e em 93 eu saí de vez. O ano seguinte, em 94, foi um ano bem apertado pra mim, eu pirei mesmo. Foi até o ano que fiz a festa no hospício. Eu tava pirado, tava meio maluco.

Festa num hospício? Como foi isso?

Um dia eu falei pra uma amiga minha, a Alice, que é psiquiatra: "preciso fazer uma festa lá no hospício que você trabalha. Você pode me ajudar?" Ela achou loucura, mas agendou uma reunião minha com o diretor. No dia marcado, enquanto esperava a reunião, eu vi um grupo de pacientes fazendo uma performance que eu achei genial. Quando entrei na sala eu falei para o diretor que faria uma festa apenas para convidados e levaria o grupo para fazer uma turnê em todas as cidades que a gente fosse tocar. Deu muito certo! A gente fez uma excursão por várias cidades de Minas em um ônibus que tinha os 10 pacientes, dois psiquiatras, três DJs, quatro Drag Queens e mais alguns amigos Hare Krishna que sempre faziam uma feirinha na porta da festa. (risos)

Você é famoso principalmente por tocar Techno. Desde o começo você já tocava esse estilo?

Não. Eu comecei tocando Acid House em 88. Aí de 92 a 94 eu toquei mais House e só em 94 que eu enfiei a cabeça mesmo no Techno e não larguei mais. Aí estragou de vez. (risos)

Fonte: Terra
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