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"Quando viajo, levo meu estúdio portátil", diz o DJ Roger Sanchez

20 nov 2012 - 07h34
(atualizado às 07h37)
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Imerso em uma rotina cheia de viagens, turnês e gigs, o experiente DJ e produtor Roger Sanchez confessou em entrevista ao Terra que não é fácil arrumar tempo para produzir suas músicas. "É muito complicado conciliar minhas produções com as turnês e gigs. Quando viajo, levo meu estúdio portátil, então consigo produzir músicas no quarto de hotel, no avião, ou em qualquer outro lugar que der", revelou o DJ. Além desse estúdio portátil, o americano ainda possui dois estúdios profissionais: um em Nova York e outro na Espanha. "Sempre finalizo as músicas nesses estúdios", disse.

Durante uma conversa por telefone, ele abriu o jogo e falou sobre sua intensa rotina de viagens, turnês, produção musical, projetos e a relação com a família. "Quando tenho tempo livre, minha maior diversão é ficar com meus filhos e esposa", contou.

Em mais de 15 anos de carreira, Roger Sanchez já produziu remixes para vários artistas renomados, como Depeche Mode, Kylie Minogue, Madonna e Garbage. Em 2003, ganhou o Grammy de melhor remix pela releitura que fez da música Hella Good, do No Doubt. Segundo ele, o remix é uma junção de dois lados. "Acho que o desafio de fazer um remix é tentar atingir um equilíbrio entre a versão original e sua própria visão em relação à música", explicou o DJ.

Um dos ícones da house music mundial e especialista na execução de sets que transitam por vertentes como soulful, deep, tech house e jackin, Roger Sanchez comanda uma das festas mais badaladas de Ibiza, a Release Yourself, há mais de 10 anos. Normalmente, a festa acontece no club Amnesia, mas neste ano foi na Space Ibiza. "Já lançamos 12 coletâneas da Release Yourself", lembrou o DJ, que no último verão europeu convidou nomes como Kaskade e Mark Knight para tocarem com ele na festa. Além das casas noturnas de Ibiza, Roger Sanchez também já passou pelas cabines de clubs bastante requisitados, como a Ministry of Sound (Londres, Inglaterra) e Cavo Paradiso (Mykonos, Grécia).

Com várias passagens pelo Brasil, ele já comandou as pick-ups de baladas como Sirena (Maresias-SP) e Disco. "Vejo muitos produtores (experientes e jovens) que estão cheios de oportunidades no Brasil. O cenário da música eletrônica vem crescendo muito no país", comentou.

Confira a entrevista completa:

Terra - Como é sua rotina de trabalho? Como você concilia as gigs e turnês com suas produções próprias?

Roger - É muito difícil, porque eu costumo fazer tudo sozinho. Quando viajo, levo meu estúdio portátil, então consigo produzir músicas no quarto de hotel, no avião, ou em qualquer outro lugar que der. Isso me ajuda muito, mas depois finalizo as músicas nos meus estúdios fixos em Nova York ou na Espanha.

Terra - E você costuma preparar seus sets antes de tocar ou decide tudo na hora?

Roger - Normalmente eu já tenho uma ideia do que vou tocar, mas gosto de sentir a vibe das pessoas enquanto estou tocando. Dependendo do clima do público, eu vou selecionando e mixando as músicas.

Terra - Você prefere tocar em clubs ou festas open-air?

Roger - Normalmente, eu prefiro tocar em clubs porque tendem a ser mais intimistas. Mas as festas open-air também tem uma vibe legal e diferente. Geralmente atraem mais pessoas e o espaço da festa é maior também.

Terra - Você é um DJ experiente e com mais de 15 anos de bagagem. Na sua opinião, qual é a missão de um DJ?

Roger - Acho que a missão do DJ e educar e fazer as pessoas se divertirem ao mesmo tempo. Você tem que estar preparado para levar novas músicas e vibes para o público, mas também precisa entender para quem está tocando e atingir eles com a sua música. Você tem que ¿brincar¿ com as emoções do público.

Terra - Você já tocou no Brasil muitas vezes. Como você vê as oportunidades para DJs e produtores de música eletrônica por aqui?

Roger - Acho que vem crescendo bastante. Vejo muitos produtores novos que estão cheios de oportunidades no Brasil justamente por que o cenário da música eletrônica vem crescendo no país. Acho que o Brasil está numa boa fase para a e-music.

Terra - Você já remixou músicas de vários artistas e bandas, como Garbage e No Doubt. O que você leva em conta quando produz um remix?

Roger - Sempre que estou produzindo um remix, tento manter o clima da versão original, mas também gosto de levar minha própria visão para dentro da música. Acho que o desafio de fazer um remix é isso: criar um equilíbrio entre a versão original e sua própria visão em relação à música.

Terra - Como você vê a volta da disco music misturada com vertentes como o deep e o techno?

Roger - Eu adoro o fato da disco music estar voltando com novas tendências, misturada com o soulful, tech house e até jackin house. É ótimo ver esse retorno!

Terra - E quais são suas influências musicais? O que gosta de escutar?

Roger - Minhas influências musicais são muitas: do jazz à música latina e até samba. Quando quero relaxar, gosto de ouvir rnb, chill out e vertentes como trip-hop e downtempo. Também gosto de escutar hip-hop, como Jay-Z e Kanye West. Já na linha mais deep, curto um projeto chamado The Weekend. Enfim... meu gosto é bastante eclético.

Terra - E quando não está trabalhando? O que você gosta de fazer?

Roger - Eu aproveito pra ficar com a minha família, pois estou sempre viajando. O único tempo livre que tenho, costumo ficar com eles.

Terra - E o que costuma fazer com eles?

Roger - Às vezes saímos e às vezes ficamos em casa. Gosto de jogar basquete com meu filho e levar minha filha pra comer em algum restaurante que ela gosta. Também curto fazer programas normais, como ir ao cinema com a minha esposa e filhos. Além disso, quando posso gosto de ir a praia.

Roger Sanchez tocando na Paradise Weekend, na Bahia
Roger Sanchez tocando na Paradise Weekend, na Bahia
Foto: AgNews
Fonte: Terra
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