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Vida da artista Charlotte Salomon, vítima do Holocausto, estreia como ópera

28 jul 2014 - 21h11
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A artista judia nascida em Berlim Charlotte Salomon deixou para trás um rastro de aquarelas e texto que ela chamou de "Vida? ou Teatro?" antes de ser morta em Auschwitz em 1943, grávida, aos 26 anos.

Cantores se apresentam durante ensaio com figurino da ópera "Charlotte Salomon", de Marc-Andre Dalbavie, em Salzburgo, na Áustria, na semana passada. 24/07/2014
Cantores se apresentam durante ensaio com figurino da ópera "Charlotte Salomon", de Marc-Andre Dalbavie, em Salzburgo, na Áustria, na semana passada. 24/07/2014
Foto: Leonhard Foeger / Reuters

A vida de Charlotte, que inspirou filmes, peças de teatro e um musical, foi transformada em uma ópera que mergulhou nas profundezas da emoção humana em sua estreia nesta segunda-feira no Festival de Salzburgo, na Áustria.

Com música do compositor francês Marc-Andre Dalbavie, encenado pelo diretor suíço Luc Bondy e texto da autora alemã Barbara Honigmann, que usou 85 por cento do próprio texto de Charlotte, o trabalho era a ópera mais esperada da temporada no prestigiado festival na cidade de Mozart. E não decepcionou.

Embora um grupo de nazistas uniformizados tenha aparecido em momentos estratégicos, como um lembrete do fim inevitável, a ópera concentrou-se mais nos difíceis problemas emocionais e intelectuais que a artista enfrentou.

Ela só soube tardiamente que sua mãe havia cometido suicídio pulando de uma janela do terceiro andar, e era assombrada por uma história familiar de suicídio.

Seu primeiro amor, que a tratava mal, era um treinador vocal que ela e sua madrasta compartilhavam como parceiro. "Você me joga migalhas... e eu sou sua cachorra", diz Charlotte sobre ele.

Por duas vezes - no início e no final - ela diz que tem pesadelos em microcosmo que, no mundo real, são "jogados fora em macrocosmo".

(Reportagem de Michael Roddy)

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