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Tony Bennett: "queria ter dito para Amy parar com toda aquela bebida"

29 nov 2012 - 13h50
(atualizado às 13h51)
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Um dos maiores cantores do século 20, ao lado de Frank Sinatra, Tony Bennett parece incansável. Aos 86 anos, ela chega ao Brasil para uma turnê que começa hoje no Rio de Janeiro (29) - e passa ainda por São Paulo (1) e Porto Alegre (4) - e não dá sinais de que esteja pensando em aposentadoria. Além de continuar se apresentando pelo mundo, o cantor acaba de lançar um livro de memórias, Life is a Gift: The Zen of Bennett

Tony Bennett faz três shows no Brasil
Tony Bennett faz três shows no Brasil
Foto: Getty Images

"Espero principalmente que os jovens que pretendem entrar na indústria do entretenimento leiam o livro, porque eu gostaria de alertá-los para que tanham cuidado ao buscar a fama pela fama, porque ela pode ser perdida facilmente", disse ele em entrevista por email ao Terra. "Procurei contar histórias e momentos da minha vida que me ensinaram alguma coisa", completou.

Ele revelou ainda que uma das jovens a quem gostaria de ter aconselhado é Amy Winehouse, cantora britânica morta em julho de 2011 aos 27 anos, após um longo histórico de abuso de drogas e álcool. "Eu queria ter tido a chance de sentar com ela e dizer para que parasse com toda aquela bebida e tudo o que ela estava fazendo, porque ela era um grande talento. Mas eu nunca tive a chance de fazer isso", lamentou ele, que chegou a gravar um dueto com Amy.

Nos shows no Brasil, Bennett terá a companhia de sua filha Antonia, que, além de cantar uma música com o pai, vai fazer a abertura das apresentações. "Eu amo ter minha filha comigo nas turnês. Ela é uma ótima cantora de jazz tem um estilo próprio que agrada muito ao público", garantiu. No show de hoje, no Rio de Janeiro, a lenda do jazz ainda terá a companhia de Ana Carolina. Juntos eles interpretarão ao vivo, pela primeira vez, a canção The Very Thought of You, gravada recentemente pelos dois. 

Confira a seguir a entrevista.

Terra - O senhor vai fazer três shows no Brasil. O que os fãs podem esperar desses shows?

Tony Bennett - Eu cresci durante a Depressão americana e minha família não tinha dinheiro para ir ao teatro ou ao cinema. Então todo domingo meu irmão, minha irmã e eu fazíamos performances para nossos familiares. Eles gostavam tanto que foi naquela época que eu descobri que queria ser um artista. Eu amo fazer shows e tento reunir as melhores músicas, as mais populares. Também tenho excelentes músicos de jazz comigo no palco. Enquanto eu estiver no palco, eu espero que o público esqueça seus problemas e apenas aproveite o momento. É isso o que eu tento fazer.
 
Terra - Sua filha, Antonia Bennett, vai abrir seus shows. O que os fãs podem esperar do show dela?
Tony Bennett - Muito obrigada por perguntar. Eu amo ter minha filha comigo nas turnês. Ela é uma ótima cantora de jazz tem um estilo próprio que agrada muito ao público. Além disso, ela volta ao palco para um dueto comigo, que é algo que eu sempre quis fazer.
 
Terra - O senhor está lançando um novo livro de memórias, Life is a Gift: The Zen of Bennett, mas já havia lançado uma autobiografia nos anos 90. Qual é a diferença entre os dois livros?
Tony Bennett - Este livro não é um relato cronológico da minha vida. Dessa vez, eu procurei contar histórias e momentos da minha vida que me ensinaram alguma coisa. Espero que o que eu aprendi transmita algo para os leitores. Espero principalmente que os jovens que pretendem entrar na indústria do entretenimento leiam o livro, porque eu gostaria de alertá-los para que tanham cuidado ao buscar a fama pela fama, porque ela pode ser perdida facilmente. É preciso ter comprometimento com a arte em primeiro lugar.
 
Terra - Em uma carreira de seis décadas, qual foi seu melhor momento como artista?
Tony Bennett - Na verdade, foi um momento recente. Foi quando eu comemorei meu aniversário de 85 anos e fiz um show especial na Metropolitan Opera House. Durante toda a noite, eu tive de me beliscar para ter certeza de que aquilo estava realmente acontecendo, que eu estava realmente cantando naquele lugar histórico. É uma noite da qual nunca vou esquecer e certamente um dos pontos altos da minha carreira.
 
Terra - O senhor já disse que Lady Gaga é muito talentosa e poderia ser o próximo “Picasso da música”. Por quê?
Tony Bennett - Como pintor, Picasso tinha uma maneira muito original de se expressar, uma maneira que era diferente de qualquer outra pessoa daquele tempo e, ainda assim, era um artista magnífico no sentido tradicional. Para mim, Lady Gaga é semelhante nesse sentido, já que sempre aparece de maneira única visualmente. E, como artista, também é excepcional. Ela é realmente orginal.
 
Terra - O senhor também já disse que gostaria de ter tido mais influência sobre Amy Winehouse. O que gostaria de ter feito?
Tony Bennett - Toda vez que eu cantava em Londres, Amy ia me ver, mas eu só consegui perceber a grande artista que ela era quando gravamos juntos. Ela era uma artista totalmente honesta, o que é um dom raro, algo que apenas os gênios têm, como Billie Holiday. Em cada linha que ela cantava, ela colocava seu coração e sua alma, e estava constantemente improvisando e experimentando. Eu queria ter tido a chance de sentar com ela e dizer para que parasse com toda aquela bebida e tudo o que ela estava fazendo, porque ela era um grande talento. Mas eu nunca tive a chance de fazer isso.
 
Terra - O senhor já cantou com diversos artistas ao longo da sua carreira, de Frank Sinatra a Amy Winehouse. Existe alguém com quem não cantou que gostaria de cantar?
Tony Bennett - Louis Armstrong. Embora eu tenha cantado em um evento no qual ele cantou também, quando tive a oportunidade de conhecê-lo pessoalmente, nunca tive a chance de cantar junto com ele e adoraria ter feito isso.
Fonte: Terra
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