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Sonora Live: Criolo diz que preconceito contra rap "é cultural"

21 jul 2011 - 16h20
(atualizado às 17h57)
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No Sonora Live desta quinta-feira (21), a apresentadora Lorena Calábria recebeu o rapper Criolo (ex-Doido), que disse que ainda há preconceito contra o rap e suas raízes: "parece que é cultural". Ele se apresentou com sua banda - Daniel Ganjaman (teclados), Marcelo Cabral (baixo), Thiago França (sax e flauta) e Samuel Fraga (bateria), mostrando rap, poesia e música ao vivo.

Ouça Criolo grátis no Sonora

Criolo ainda disse que a sinceridade da verdade expressada pela música é feita com o coração: "não consigo enxergar maldade nisso. O músico não faz com o coração e é o olhar do outro que é marginal. Como algo tão puro e forte que fala da verdade como o samba e o rap sofram preconceito... Eles são tão mais que isso que essa lama não chega nem na barra da nossa calça".

MC Criolo apresentou seu segundo CD, o recém-lançado Nó na Orelha. O programa começou com uma apresentação de Sucrilhos e, depois da conversa no primeiro bloco, mandou Subirusdoistiozin.

O rapper que não sabe tocar nenhuma nota musical disse que isso não o impede de criar arranjos: "vou com humildade e peço licença e mostro como eu quero tal instrumento, falo que o contrabaixo vai assim, a bateria de outro jeito. Música é música antes de se ter linguagem. Eram só grunidos em músicas no rituais xamânicos. Não havia linguagem, mas o balbúcio".

O programa teve participação especial de oturo rapper, o Emicida, que já passou pelo palco do Sonora Live e volta a se apresentar no dia 31, às 21h, em um show do Creators Project para apresentar seu novo EP (com transmissão ao vivo pelo Terra). Os dois falaram do primeiro encontro deles em uma rinha de rap na Casa do Hip Hop de Diadema há seis anos.

Criolo disse que Emicida "sofre" muita cobrança: "parece Copa do Mundo". Emicida relembrou que, apesar da batalha para ganhar, não importava quem ganhava ou perdia, os dois saíam de lá "trocando ideia". Criolo ainda fez um cover do Gui Amabis para a canção Para Mulatu com participação de Emicida. Depois, sozinho com banda, cantou Freguês da Meia Noite e Não Existe Amor em SP.

Via internet, pelo Skype, o músico Rodrigo Campos disse que com essa liberdade de produção, você pode fazer o seu CD em casa. "É um cenário muito prolífero. E o Criolo conseguiu lidar com essa imensidão de coisas em um mercado que tem dificuldade em absorver tantas coisas. Ele é um exemplo de artista, que conseguiu converter o discurso artístico, de diferentes tendências, num trabalho consolidado. Ele conseguiu aglutinar isso tudo num lugar só", elogiou.

O rapper Criolo encerrou sua participação no último bloco respondendo a perguntas de internautas e mandou mais duas músicas Lion Man, da época que ainda adotava o nome de Criolo Doido, e fechou com Bogotá.

Carreira

Paulistano nascido no bairro de Santo Amaro e criado no Grajaú, Kleber Gomes, nome de batismo de Criolo, mune-se de agressividade, humor e delicadeza para criar o álbum Nó na Orelha. Multi-talentoso, o compositor que ficou famoso por criar a Rinha de MCs, festa de hip hop dedicada às batalhas de improvisação, não se prende ao rap, exibindo maestria também no samba, afrobeat, bolero, reggae, rap e romântico. Prova disso é a música Não Existe Amor em SP, que bombou na Internet com sua poesia e pitada irônica.

Criolo abre Sonora live cantando "Sucrilhos":
Fonte: Terra
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