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"Somos uma banda gaúcha sem sotaque", diz Papas da Língua

24 mai 2012 - 16h49
(atualizado às 18h02)
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Se o Rio Grande do Sul tem uma cena musical muito específica, com grupos que muitas vezes são conhecidos apenas no Estado, o quinteto Papas da Língua tem procurado fugir dessa realidade desde o início de sua carreira, há quase 20 anos. Convidados do Terra Live Music desta quinta-feira (24), os integrantes da banda explicaram que essa característica é fruto do grande leque de influências musicais colocadas em suas composições - o que, inclusive, os levou a ficarem conhecidos como "uma banda gaúcha sem sotaque".

"Muita gente de fato fala isso. E realmente é bom não ter sotaque para os negócios", explicou bem-humorado o cantor e violonista Serginho Moah. "Essa é uma coisa que até as outras bandas, de lá mesmo, falam para a gente. Saímos da estética do frio, do Rio Grande do Sul, e levamos nossa música para a praia."

A mudança no estilo ocorreu em 1998, mais especificamente com o lançamento do disco Xa-La-La, o segundo do grupo. Canções como Garotas do Brasil, Mary Jane (Essa Mulher é o Diabo) e o hit Blusinha Branca levaram o trabalho a conquistar um disco de ouro por suas mais de 50 mil cópias vendidas e, consequentemente, fizeram o grupo ir além das fronteiras da região sul do Brasil.

"Esse álbum nos levou a subir vários degraus, em termos de shows, de estrutura, de turnês. A gente chamou a atenção do País como uma banda que fazia rock com pitadas de reggae e pop", contou Henkin, procurando se desvencilhar de qualquer espécie de "bairrismo" em relação à sua música, fato reforçado por Moah: "a vida artística não pode ser local. A gente tem que mostrar o que fazemos para o mundo."

A influência das mais diversas vertentes musicais ainda funcionou como uma via de mão dupla para os Papas. Isso porque, assim como sua variedade musical os levou a outros Estados, sair do Rio Grande do Sul os fez conhecer muitas coisas novas, que acabaram influenciando-os para futuros trabalhos. "Sair de lá nos deu uma visão mais ampla do que fazemos e isso criou uma relação mais 'cosmopolita' com a própria música", explicou o baixista Zé Natálio.

Além disso, foi viajando que a banda conheceu e descobriu novas parcerias, responsáveis por ampliar ainda mais os caminhos a seguir com suas canções. A cantora do Kid Abelha, Paula Toller, por exemplo, já gravou com o quinteto, mesmo caso de Bochecha, que cantou com eles a faixa Pingos de Amor. "A gente achou que ia ser bom para a músicas. O Bochecha, de quem somos todos fãs, algo que é público e notório, foi o mesmo caso", disse Moah.

Para Henkin, as parcerias são tão importantes no mercado da música que podem ser consideradas até essenciais às bandas: "eu acho que a arte precisa desses cuidados, desses encontros. A mistura é muito importante, até porque a música brasileira tem isso. Todo dia aparece um ritmo, um dialeto novo no meio, e é ótimo se inserir nisso", concluiu.

Disco Rock, por Papas da Língua:
Fonte: Terra
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