"Não pensava em seguir carreira musical", diz Tulipa Ruiz
Convidada desta quinta-feira (16) do Sonora Live, a cantora Tulipa Ruiz confessou que até chegar a São Paulo, aos 22 anos de idade, sequer passava pela sua cabeça seguir carreira musical. "Meu irmão, Gustavo (guitarrista de sua banda), já estava por aqui há dois anos, então cheguei à cidade em um ambiente musical, fui conhecendo pessoas e acabou acontecendo".
Ainda assim, a dedicação ao entretenimento só veio anos depois, época em que já havia se formado jornalista na faculdade e trabalhava em uma agência de comunicação. "Pedi demissão em 2008 porque não dava mais para conciliar. O ano seguinte foi de compor canções para o disco, a realização de um sonho".
Apesar da falta de ambição como musicista até o início da vida adulta, Tulipa sempre foi incentivada pela família a trilhar esse caminho. Além do irmão, o pai da cantora, Luis Chagas, é do ramo, e sua mãe sempre cantou em corais. De fato, boa parte de suas canções foram e são compostas em família. "Faço músicas com o meu irmão e meu pai mora na minha rua, então estamos sempre escrevendo juntos".
A inspiração para as composições são variadas. Às vezes, ela se senta com um violão e procura ver se vem alguma boa ideia. Em outras, está em um dia inspirado e, logo que pega o instrumento, sempre disposto estrategicamente ao seu lado, consegue fazer uma canção inteira. Em outras, as mais curiosas, a também desenhista rabisca no papel para ver se consegue pensar em algo. "Já escrevi assim. Deixo canetinhas coloridas perto de mim e às vezes alguma coisa sai".
Mercado independente
O programa contou com a participação do músico Dudu Tsuda, parceiro de Tulipa que já tocou com o Pato Fu e Fernanda Takai, falando sobre a importância da convivência entre as bandas paulistanas na cena independente da capital. "É interessante, porque a gente vai conhecendo muita gente e adquire experiência com essa troca de um participar do show do outro. A gente mistura amizade, música, relações profissionais e pessoais".
A convidada do Sonora Live concordou, acrescentando que só conseguiu chegar onde chegou graças a essa boa relação entre colegas. "Pensando num recorte, não numa cena, de algumas pessoas que fazem música em São Paulo hoje, é muito legal nossa turma. A principal característica dessa galera é todo mundo tocar com todo mundo e adaptarmos nossa agenda para isso".
Videogame
A faixa título de seu debut, Efêmera, ganhou bastante popularidade ao entrar para a trilha sonora do jogo de videogame Fifa 2010. Para Tulipa, a oportunidade de ter tido uma canção sua integrada a um meio tão popular influenciou de forma bastante positiva em sua carreira, principalmente por ter conseguido atingir uma faixa etária de público que dificilmente conseguiria sem ela.
"Foi uma surpresa quando rolou esse convite e foi demais ter minha música no videogame", disse com empolgação. "Todos os dias eu recebo uns 80 emails de jovens", brincou.
Novo disco e Jenessi
Uma das perguntas mais frequentes enviadas pelos fãs por email era a respeito de um novo disco da cantora. Segundo ela, no entanto, o sucessor de Efêmera só deve vir em 2012, uma vez que o momento atual é o de divulgar o debut. "Começaremos a gravar, provavelmente, em janeiro. Mas até o fim do ano teremos novas músicas no repertório para exercitarmos antes de gravá-las".
Diferente do que ocorre com muitos artistas, cujas canções sofrem mudanças quando executadas ao vivo, Tulipa garante não passar por esse problema, pois seu primeiro trabalho foi gerado após muita prática no palco. "A gente tocou tanto que o disco acabou virando um reflexo (das apresentações)".
A cantora também falou da parceria feita com Marcelo Jenessi, com quem escreveu a música Dia a Dia, Lado a Lado, ainda não gravada por nenhum dos dois, o que deve mudar, segundo ela, em breve. Por fim, convidou o público a assisti-la participando do show do músico no dia 27 de agosto, em Osasco.
-1jyg0hhbjxtuu.jpg)