PUBLICIDADE

"Fazemos o que temos vontade", diz vocalista do Nenhum de Nós

7 jul 2011 - 16h58
(atualizado às 18h25)
Compartilhar

Uma das principais bandas do rock independente nacional, o Nenhum de Nós, convidado da semana do Sonora Live, afirmou que desde o início da década de 1990 tem traçado seu próprio caminho, sem interferências externas. E, de acordo com o vocalista Thedy Corrêa, essa característica só favoreceu na produção de seus trabalhos. "A gente nunca teve esse estresse de querer lançar um disco por ano. Fazemos o que temos vontade".

Ouça Nenhum de Nós grátis no Sonora

Segundo ele, isso começou em 1992, um ano após a apresentação do quinteto no Rock in Rio II, quando deixaram o primeiro grande selo do qual fizeram parte. "Começamos a pensar como uma banda intependente. O destino passou a ficar somente nas nossas mãos. Desde então, parte de nós, e somente de nós, tudo aquilo que fazemos".

O cantor e guitarrista ainda afirmou que, mesmo passados 25 anos desde o início da carreira da banda, ela continua mantendo uma agenda de shows corrida e se apresentando para públicos cada vez mais amplos e variados. "A gente não fica só em Porto Alegre. Agora, estivemos em Brasília, Santa Catarina, Minas Gerais. Em Porto Velho, há pouco tempo e em plena terça-feira, tivemos casa cheia. Em Goiania, outro dia, havia 8 mil pessoas só para ver o Nenhum de Nós".

De acordo com ele, a banda consegue a cada ano renovar seu público, que afirmou ser formado por pessoas de todas as idades. "Tem gente que fala que, pelo fato de estarmos há tanto tempo na cena, só tocamos para tiozinho. Mas não. Tem aquela história do jovem ouvir o disco do pai e começar a curtir, e isso acontece muito com a gente".

Novo trabalho

Thedy confessou que nenhum trabalho do Nenhum de Nós teve processo de composição semelhante ao de Contos de Água e Fogo, 14º álbum dos gaúchos, lançado em abril de 2011. Co-produzido pelo paulistano Ray Z, que participou do Sonora desta quinta via skype, o disco teve o dedo de todos os integrantes da banda, prática classificada pelo cantor como uma espécie de "comunismo musical".

"Normalmente, trazíamos as letras que cada um tinha, a maioria minhas, passavamos para todos e arranjávamos. Desta vez, começamos a arranjá-las já no estágio de composição, o que fez as músicas soarem mais verdadeiras. Foi um trabalho coletivo e isso é perceptível até nas parcerias".

A proximidade do Nenhum de Nós com a música latina em geral também foi citada por Thedy, que vê os trabalhos feitos com artistas de países vizinhos ao Brasil como de grande importância para quebrar preconceitos. "Tinha uma época em que qualquer coisa em espanhol que se tocava por aqui já falavam que era Julio Iglesias. Isso é um preconceito que melhorou, mas as pessoas ainda só pensam em bandas inlglesas, americanas e há muita coisa latina boa sendo ignorada".

Ele disse acreditar que o fato de o conjunto se manter até hoje vivendo em Porto Alegre, diferentemente de outros artistas, pode tê-los aproximado das culturas argentina e uruguaia, bastante próximas da gaúcha.

"Recentemente, tivemos o show por lá um show do Cuarteto de Nos, e encheu de gente. Eles vão até lá, só não sei se sobem para o resto do Brasil", comentou, citando as diversas parcerias feitas pelo Nenhum de Nós com músicos latinos ao longo dos anos.

"A colombiana Ivone Gusmão já cantou com a gente, o Fito Paes fez vários trabalhos conosco, passando algumas canções nossas para o espanhol. Então, para nós, essa proximidade é natural. Infelizmente, quando citamos referências latinas, ainda parece que tem que ter um atestado para isso, pois há preconceito".

Outono Outubro está no novo disco do Nenhum de Nós:
Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade