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Primeira noite do Benicàssim é marcada por ecletismo musical

13 jul 2012 - 01h21
(atualizado às 01h23)
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Dezenas de milhares de pessoas compareceram à primeira noite do Festival Internacional de Becàssim, nesta quinta-feira (12), na cidade de Becàssim, na Espanha - provando que o evento já se tornou um dos mais aclamados do continente europeu. E, nos dois grandes palcos montados sobre o gigantesco espaço onde ele foi realizado - o secundário, Trident Senses, e o principal, Maravillas -, o festival mostrou que o ecletismo de seus artistas é uma de suas principais características.

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Pudera. Ao longo de mais de doze horas, os dois espaços principais do Becàssim trouxeram rock nas suas mais variadas vertentes, hip-hop, dance music, surf music, folk, indie pop, música eletrônica. As nacionalidades dos artistas também foram as mais variadas possíveis, com norte-americanos, irlandeses, franceses, ingleses e, naturalmente, espanhóis, agitando o público em um dia quente, com temperaturas que chegaram a 34ºC.

Além dos dois palcos principais, o festival ainda contou com três espaços especialmente dedicados à música eletrônica, com a presença de DJs do mundo inteiro fazendo o público dançar durante toda a programação: o FIB Club, ao ar livre, o Silent Disco e o menor deles, com capacidade para até 600 pessoas, Jack Daniel´s Stage - que, além de musical, trará humoristas espanhóis e ingleses em alguns dias do festival. Com tantas atrações acabou ficando fácil para o imenso público pouco notar a ausência da banda britânica Florence and the Machine, que cancelou sua apresentação na véspera do evento devido a problemas médicos de sua vocalista, Florence Welch.

Música sem parar

Quem abriu o Palco Maravillas foram dois grandes nomes do atual cenário espanhol. Ainda sob a luz do dia, por volta das 19h, e com um visual que mistura o bom humor ao macabro, com seus integrantes todo mascarados como caveiras, os catalães do Los Tiki Phantoms fizeram o público dançar com canções de surf music como Vulcan e Konga, além de uma versão instrumental de Take on Me, do A-ha. Na sequência vieram os músicos sevilhanos do Pony Bravo, comandados pelo tecladista Dani Alonso, que apresentaram seu rock experimental, mantendo os presentes na mão durante quase toda a apresentação.

Enquanto isso, do outro lado do gigantesco espaço onde o festival foi realizado, os madrilenos do Tuya abriam, por volta das 18h30, o palco Trident Senses com canções repletas de influências de folk, marcadas pelo grande uso de percussões. A atração foi seguida pelo show da bela cantora irlandesa Lisa Hannigan, que agradou o público com um indie com influências de folk representado por canções de seus dois discos de estúdio, Sea Sew, de 2008, e Passenger, lançado em 2011. O guitarrista norte-americano Kurt Ville, com seu Kurt Vile and the Violators, veio na sequência, agitando muito no palco com hits repletos de psicodelia tirados de seus quatro trabalhos solo lançados até hoje, com ótimos índices de venda no Reino Unido e EUA.

Mas a maior parte do público se concentrava mesmo em frente ao Maravillas, curtindo as principais atrações do line-up do Benicàssim. Liderado pelo vocalista Faris Badwan, o quinteto britânico The Horrors surgiu em cena por volta das 22h e, em cerca de uma hora de apresentação, desfilou os principais sucessos de seus três álbuns de estúdio, Strange House, Primary Colours e Skying, lançados entre 2007 e 2011. Entre os destaques, a banda levantou os espanhóis com canções com forte influência de post-punk como Mirror´s Image, Scarlet Fields e Endless Blue.

A grande atração da noite, no entanto, ainda estava por vir - e, quando subiu ao palco, não decepcionou. Liderada pelo agitado cantor Cedric Bixier-Zavala, o quinteto norte-americano At The Drive-In surgiu ao público pouco antes da 0h com um repertório cru e repleto de clássicos. Canções como Lopsided, One Armed Scissor e Chanbara fizeram o público pular sem parar com refrões rápidos e raivosos, marcados pelo contraste da aguda voz do frontman com os backing vocals gritados do guitarrista Jim Ward. Cedric, por sinal, se mostrou, como sempre, um show à parte: com pose de Joey Ramone durante suas interpretações do repertório, quase sempre segurando o microfone apoiado ao pedestal, ele correu, pulou e chegou a cantar no meio do público, mostrando manter o carisma de sempre que o tornou mundialmente conhecido.

Os headliners se despediram depois de um set-list curto, de menos de uma hora, mas a noite estava longe de acabar. Depois do rock pesado do At The Drive-In, chegou a hora de o palco principal receber um pouco de hip-hop - e coube ao trio norte-americano De La Soul, com mais de vinte anos de estrada, cumprir a tarefa. Com sucessos como Me, Myself, I, Ring Ring Ring (Ha Ha Hey) e Potholes in My Lawn, os rappers tranformaram a área principal do Benicàssim em uma enorme pista de dança. A característica foi mantida na atração seguinte, o britânico Eliot John Gleave, conhecido profissionalmente como Example, que apresentou hits como Stay Awake, Midnight Run e Hooligans, empolgando um público aparentemente incansável até a hora em que ele deixou o palco, depois das 4h, encerrando os trabalhos no Maravillas.

Mas o festival prosseguiu. Depois de uma avalanche de estilos musicais ao longo de toda a noite, a madrugada foi dos DJs. Nomes como o francês Yuksek, o britânico Dave Clarke e a dupla Arveene & Misk fizeram os fãs dançarem sem parar até depois do amanhecer. Entre eles, o Trident Senses ainda recebeu a cantora britânica de indie pop Natasha Khan, mais conhecida como Bat for Lashes, levando canções de seus dois discos de estúdio, Fur and Gold, de 2006, e Two Suns, lançado em 2009.

Transmitido ao vivo e com exclusividade pelo Terra, o Festival Internacional de Benicàssim está apenas começando. Até domingo (15), o evento receberá em seus palcos atrações como Bob Dylan, The Stone Roses, Noel Gallagher, New Order, David Guetta, Bombay Bicycle Club, entre dezenas de outras.

O vocalista Cedric Bixler-Zavala, do At The Drive-In, fez um show elétrico e chegou a cantar no meio do público do festival
O vocalista Cedric Bixler-Zavala, do At The Drive-In, fez um show elétrico e chegou a cantar no meio do público do festival
Foto: Flickr / Divulgação
Fonte: Terra
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