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Steve Hackett sobre reunião do Genesis: "improvável"

Guitarrista vem ao Brasil com repertório da banda britânica, afasta possibilidade de reunião dos ex-integrantes e confessa sua paixão pelas músicas do quinteto

6 mar 2015 - 14h35
(atualizado às 16h30)
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Se não temos mais os Beatles, Paul McCartney se encarrega de mostrar as canções do quarteto de Liverpool ao vivo ao redor do mundo. Se David Gilmour não tem interesse em levar o Pink Floyd para uma turnê, Roger Waters monta seu muro de The Wall em shows grandiosos. Órfãos de grandes bandas sempre acham um porto seguro em algum integrante remanescente disposto a carregar o legado da banda em diante. Steve Hackett, guitarrista do Genesis, é um destes integrantes. Aos 65 anos, o músico britânico se apresenta no Rio de Janeiro (Citibank Hall) neste domingo (8) e em São Paulo (Citibank Hall) na próxima terça-feira (10) com um show dedicado aos anos que colocaram o Genesis no mapa como referência do rock progressivo britânico.

O guitarrista britânico Steve Hackett
O guitarrista britânico Steve Hackett
Foto: Paul Baldwin / Divulgação

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Em entrevista ao Terra, por telefone, Hackett não esconde a paixão que sente pelas canções produzidas no início dos anos 70, de onde sai todo o material do show, e é categórico ao apontá-las como “as melhores composições da banda”. “Tocamos músicas dos Genesis da época de Nursery Crime, Foxtrot, Selling England by the Pound, The Lamb Goes Down on Broadway, A Trick of the Tail e talvez uma coisa ou outra de Wind & Wuthering. Esses são os álbuns em que eu me concentro. As canções que eu escolho para tocar são as melhores já escritas pelo Genesis. Todas foram escritas por mim, Tony Banks, Phil Collins, Peter Gabriel ou Mike Rutherford. Eu só queria pegar o melhor material ao vivo e as músicas que amo. Sem egos envolvidos”, afirmou.

Leia a entrevista:

Terra - Fale um pouco sobre esse show.

Steve Hackett - Bem, o show tem geralmente duas e meia de duração. Tocamos músicas dos Genesis da época de Nursery Crime, Foxtrot, Selling England by the Pound, The Lamb Goes Down on Broadway, A Trick of the Tail e talvez uma coisa ou outra de Wind & Wuthering. Esses são os álbuns em que eu me concentro.

Terra - O que te motivou a montar um repertório, gravar novamente as canções e montar uma turnê?

Steve Hackett - Eu amo essas músicas. Ao longo dos anos eu regravei algumas delas. Quando eu fiz o disco Genesis Revisited II, um álbum duplo, tive uma resposta muito boa e foi uma experiência extraordinária. Eu fiz porque simplesmente amava as músicas e queria que elas crescessem, às vezes tocando com uma orquestra e diferentes formações.

Terra - O que muda na hora de entrar em estúdio?

Steve Hackett - A tecnologia muda ao longo dos anos e muitas coisas que fazemos hoje nós nem sonhávamos na época em que Genesis estava em estúdio.

Terra - É difícil mexer em canções que as pessoas já conhecem e já se identificam?

Steve Hackett - Vou te falar o que fazemos. São versões muito autênticas das músicas. Um solo ou outro pode ser diferente, mas basicamente elas continuam bem autênticas. Tocamos algumas versões completas e adicionamos algumas coisas, como Supper’s Ready. A resposta dos fãs dessa fase inicial da banda é enorme. Foi um período onde o Genesis ficou mais influente.

Da esquerda para direita: Peter Gabriel, Phil Collins, Tony Banks, Mike Rutherford em Steve Hackett no aeroporto de Londres, em 1974
Da esquerda para direita: Peter Gabriel, Phil Collins, Tony Banks, Mike Rutherford em Steve Hackett no aeroporto de Londres, em 1974
Foto: Dennis Stone / Getty Images

Terra - Carregar o legado da banda, para você é um fardo?

Steve Hackett - Não diria que é um fardo. É um privilégio. Me sinto maravilhosamente bem em mostrar o começo do Genesis, um começo muito poderoso para muitas pessoas. É como uma fênix surgindo das cinzas.

Terra - Emocionalmente, como é pra você subir ao palco com as músicas do Genesis?

Steve Hackett - Quando eu toco isso ao vivo para as pessoas as emoções que senti na época em que elas foram escritas voltam para mim. As canções se libertaram da história da banda. Genesis vendeu mais 30 milhões de álbum, então essas músicas ficaram conhecidas. É algo brilhante pra mim. No começo, os discos não necessariamente se tornavam hits. Genesis nem sempre era a banda número 1, mas ao longo do tempo ganhou essa notoriedade. Agora alguns dos caras já se afastaram do palco e não podem – ou não querem – fazer mais isso. E fazer turnês é algo que eu gosto demais. Eu amo fazer shows. Tem sido ótimo. É uma celebração para mim.

Terra - Como foi escolher as músicas que você regravou e escolher o setlist do show?

Steve Hackett - Eu sempre amei a música da banda, mas nunca fui fã da política. Hoje em dia eu posso focar na música sem a política. As canções que eu escolho para tocar são as melhores já escritas pelo Genesis. Todas foram escritas por mim, Tony Banks, Phil Collins, Peter Gabriel ou Mike Rutherford. Eu só queria pegar o melhor material ao vivo e as músicas que amo. Sem egos envolvidos.

Terra - Sem egos? Você sempre fala nas entrevistas sobre esse lado competitivo dos músicos do Genesis.

Steve Hackett - O que aconteceu foi que só escolhi as canções que realmente funcionavam ao vivo. É fenomenal. Foi uma jornada incrível participar disso novamente. Quando entrei para a banda, lembro que comecei a tocar eles, uma das músicas que me chamou atenção foi The Knife. E voltei a tocá-la ao vivo.

Terra - Você fala com bastante entusiasmo sobre o Genesis. Não preferia que fosse uma reunião com todos os integrantes?

Steve Hackett - Me encontrei com a banda, acho que em 2005, mas nunca houve uma oferta real para um retorno, mesmo havendo uma demanda grande das pessoas. Eu acho improvável.

Terra - Você nutre alguma esperança dessa reunião?

Steve Hackett - O que é interessante é que eu gravei um disco novo de estúdio que deve sair em março. Embora eu quisesse fazer algo ao vivo com ele, eu também estava empolgado em mostrar esse material do Genesis para o público da América do Sul. Eu tenho muitas paixões, mas também quero coisas novas. Acho que esse show que montei, com essa banda, é o mais próximo que teremos.

Terra - Fale sobre o seu próximo disco, Wolflight.

Steve Hackett - Haverá várias versões de luxo com três músicas extras, além do lançamento em vinil, tudo com remix em surround. Eu fiquei muito orgulho do som do álbum. Estou empolgadíssimo com ele. Estou honrando o passado e trabalhando no futuro.

Fonte: Terra
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