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Político, Coldplay rebate críticas e promete inéditas em show

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1 out 2011 - 13h19
(atualizado em 25/10/2011 às 14h59)
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Osmar Portilho
Direto do Rio de Janeiro

Vestindo boa parte do figurino que o acompanha nesta turnê, Jonny Buckland, guitarrista do grupo britânico Coldplay, recebeu o Terra no hotel onde está hospedado no Rio de Janeiro para o show deste sábado no Rock in Rio. Ao contrário do vocalista Chris Martin, habituado a lidar com as multidões e grandes arenas, o acanhado músico fala pouco, mas é direto nas suas citações. Prefere fugir das polêmicas e se focar na música e unidade da banda, que lança o álbum Mylo Xyloto, o quinto da carreira ao longo dos 15 anos de carreira.

Mesmo tímido e distante dos assuntos espinhosos, Buckland sabe o papel que cumpre como integrante do Coldplay, banda considerada "correta" ou "certinha" - em última instância até "coxinha". Na hora de posar para fotos, ou quando a câmera inicia a gravação, também brinca com o fato dos sorrisos falsos e a postura adotada por quem fala com o público.

Além do disco novo e o motivo da visita, a apresentação para 100 mil pessoas no Rock in Rio, o guitarrista também fala sobre o momento do Coldplay e a relação com a mídia britânica. O britânico ainda esclarece dois assuntos recentes: a reclamação da banda Portishead, que disse que os fogos de artifício do Coldplay "arruínam" os festivais e a brincadeira do Foo Fighters, que em seu clipe mais recente, Walk, alfinetou a banda.

Confira a entrevista na íntegra

Terra - Quando chegaram ao Rio de Janeiro?

Jonny Buckland

Rock in Rio: "não somos os melhores do mundo", diz guitarrista do Coldplay:

- Chegamos hoje (sexta-feira (30))de Nova York bem cedo.

Terra - E a estadia do Coldplay no Brasil até o momento?

Jonny

- É um lugar lindo onde estamos. Bem de frente para o mar. É um longo caminho de Londres até aqui, pelo menos para nós.

Terra - De volta ao Brasil, mas agora para tocar para 100 mil pessoas no Rock in Rio. Como receberam a notícia?

Jonny

- Bem, dez anos atrás, quando o último Rock in Rio aconteceu aqui, era um sonho nosso tocar aqui. Quando soube que o festival aconteceria novamente aqui, ficamos animados.

Terra - Coldplay ficou famoso pela extravagância nos shows. O que prepararam para esse festivlal?

Jonny

- Tem um festival na Inglaterra chamado Glastonbury. É o mais importante para nós tocarmos nossa música. É o que temos a maior conexão e nos planejamos durante essa performance todo o último ano. Vamos usar isso como um modelo, mas vamos mudar um pouco.

Terra - As músicas novas já entrarão nesse setlist?

Jonny

- Vamos tocar cinco ou seis músicas novas, eu acho. Alguns sucessos do passado também.

Terra - Fale um pouco sobre o novo álbum. O que mudou no processo e o que sentiram nesse período?

Jonny

- O processo começa, e sempre começa bem. Pelo menos nos últimos discos começa com nós quatro em um quarto com Brian Eno tocando música e experimentando. Tocando, tocando, tocando, tocando, tocando por meses. Tocando juntos. Isso nos ajudou a formar essa unidade, como músicos também. Nós nos "alimentamos" um dos outros. Uma coisa que aprendemos com o Brian é que esse é o jeito, devemos curtir o processo de fazer discos e tocar música juntos. Não ficar em salas separadas. Deve ser sobre criar algo maior que o indivíduo.

Terra - Muitas bandas hoje gravam um ou dois discos e partem para carreira solo. Como o Coldplay está funcionando no seu quinto disco?

Jonny

- Nós realmente gostamos um do outro (risos). Nossas bandas favoritas ficaram sempre juntas. Acho que nós percebemos bem no início que o que tínhamos era único: a química entre nós. Ninguém mais tinha isso. Não somos os melhores músicos do mundo, mas juntos somos algo único. Percebemos isso antes de haver dinheiro envolvido. Um de nós deixou a banda por um curto período. Isso era antes de termos lançado qualquer disco, antes de qualquer pressão externa que possa te separar. Fama, dinheiro ou qualquer coisa. Sentimos logo no início que o principal é a unidade.

Terra - Falando em pressão, nós vemos daqui que a mídia britânica costuma ser bem invasiva.

Jonny

- Para ser completamente honesto, nós não nos sentimos famosos quando estamos em casa. Nós vamos ao estúdio todos os dias, vemos nossos amigos e não nos consideramos famosos.

Terra - Não é parte de sua rotina?

Jonny

- Não, de maneira alguma. Quando vamos sair para fazer entrevistas sempre é uma surpresa que as pessoas estejam prontas para ouvir algumas coisas que fizemos.

Terra - Recentemente foi publicado que um dos membros do Portishead reclamou dos fogos de artifício que o Coldplay solta ao final do show. Como reagiram a isso?

Jonny

- Eu não sabia disso. Mas, você sabe... Eu amo festivais onde não há necessariamente duas bandas tocando ao mesmo tempo. Tocamos na Escócia recentemente e o Swedish House Mafia estava tocando também. Eles fazem um remix de uma de nossas canções - Every Teardrop is a Waterfall - e nós pensávamos "o que diabos está acontecendo? Estamos tocando a canção errada?".

Terra - Mas vocês abririam mão dos fogos?

Jonny

- Não, ainda não. Mas sentimos muito pelo Portishead.

Terra - Você assistiu ao clipe de Walk, do Foo Fighters? Há uma cena onde Dave Grohl está preso no trânsito e se irrita ao ver adesivos de Justin Bieber e Coldplay nos carros.

Jonny

- Amamos o Dave Grohl, então qualquer coisa que ele fizer está de bom tamanho para nós.

Terra - O que o Coldplay preparou para o Rock in Rio?

Jonny

- Vamos tocar músicas novas e soltar muitos fogos de artifício. Sinto muito se o Portishead estiver tocando. Vamos suar muito e tratar como se fosse nosso último show. Estamos muito empolgados em estar aqui e no Rock in Rio.

Terra - O que vocês esperam dos fãs no festival?

Jonny

- Sempre que estamos no Brasil a resposta é ótima. Amamos tocar aqui. Espero que seja igual.

Fonte: Terra
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