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"É algo que não me entra na cabeça", diz baixista do Nickelback sobre críticas

Com mais de 50 milhões de discos vendidos na carreira, quarteto canadense faz primeiro show de sua história no Brasil nesta sexta, no Rock in Rio

20 set 2013 - 14h02
(atualizado em 13/9/2017 às 12h03)
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<p>Quarteto em Illinois, no ano passado, como parte da turnê de seu mais recente disco, 'Here and Now'</p>
Quarteto em Illinois, no ano passado, como parte da turnê de seu mais recente disco, 'Here and Now'
Foto: Getty Images

Poucas bandas de rock ganharam tanta atenção da mídia quanto o Nickelback de uma década para cá. Com mais de 50 milhões de discos vendidos em pouco mais de 15 anos de estrada, o quarteto liderado por Chad Kroeger é hoje um dos grupos canadenses de maior sucesso comercial da história, além de ser a banda internacional a mais vender discos nos EUA em todos os tempos depois dos Beatles. Tamanha atenção, no entanto, não veio desacompanhada para o grupo, que faz o primeiro show de sua carreira no Brasil nesta sexta-feira (20), no Rock in Rio, e o segundo no domingo (22), em São Paulo. Na verdade, veio acompanhada de ataques e críticas diretamente proporcionais à paixão com a qual os fãs tratam a banda. 

"Aquilo nos incomodava muito no começo", confessou em entrevista ao Terra o baixista da banda, Mike Kroeger, irmão do frotnman do quarteto. "Sinceramente, é uma coisa que não me entra na cabeça. Não entendo o que leva uma pessoa a ser apaixonada por criticar aquilo que não gosta. Acho que, se você não gosta de algo, não faça, não ouça, não coma, não foda, não perca tempo e energia com isso. É horrível essa negatividade de certas pessoas, que não produz nada".

<p>O baixista Mike Kroeger</p>
O baixista Mike Kroeger
Foto: Getty Images

Mas os anos de estrada calejaram os músicos canadenses. Após lançar sete discos de estúdio e conquistar uma legião de fãs - só na página do quarteto no Facebook há quase 18 milhões de seguidores -, a única preocupação atual dos irmãos Kroeger, Daniel Adair e Ryan Peake é seguir gravando sucessos chiclete como How You Remind Me, Photograph e Rockstar. Sejam eles amados ou odiados.

"Fazemos músicas para os fãs. E acho que aquilo que eles mais gostam em nossas canções é a abordagem de assuntos que entendem, tópicos universais, aquilo que os faz felizes ou simplesmente os faz sentir algo. Acho que as pessoas se identificam com essas coisas. Além disso, nos preocupamos muito com as melodias e aqueles trechos que vão direto à sua cabeça. E isso atrai", conta Mike.

Confira a seguir a entrevista completa com Mike Kroeger:

Terra - Além da apresentação na noite desta sexta-feira (20) do Rock in Rio, o Nickelback faz a abertura do show de Bon Jovi em São Paulo, no próximo domingo (22). Como veio essa oportunidade? De que forma os fãs de Bon Jovi se identificam com os do Nickelback?

Mike Kroeger - A verdade é que os fãs do Nickelback e do Bon Jovi se identificam muito, basicamente por serem muitas vezes as mesmas pessoas (risos). Então isso é ótimo para essas apresentações. Conhecemos o Bon Jovi há muitos anos e já fomos a banda de abertura deles na Europa em uma situação muito similar à atual, indo a certos países do continente pela primeira vez. E fazer aqueles shows com eles foi um grande acerto, nos ajudou muito. Estávamos vendo de viajar sozinhos para a América do Sul, visto que nunca estivemos no continente, e aí recebemos a proposta de tocar no Rock in Rio, ou seja, faríamos de qualquer jeito um giro sul-americano. Mas aí veio a oportunidade de abrir os shows do Bon Jovi e isso era irrecusável, tínhamos de fazer. É uma banda tão boa, com caras muito legais, com quem adoramos passar o tempo. Além disso, Bon Jovi traz muitos fãs para os shows e normalmente eles acabam se tornando também nossos fãs (risos).

<p>O vocalista do Nickelback, Chad Kroeger</p>
O vocalista do Nickelback, Chad Kroeger
Foto: Getty Images
Terra - Mas o Nickelback possui uma enorme massa de fãs no Brasil. Pela popularidade, vocês não conseguiriam fazer um grande show sozinhos por aqui?

Kroeger - Provavelmente, mas não no mesmo nível. Tocar com Bon Jovi vai nos ajudar muito, porque sinto que a maioria das pessoas que vão ao show para vê-lo também irão para nos ver. No entanto, da forma como será os fãs pagarão por um e levarão o outro de graça. Eles poderão nos ver sem pagar nada, em um grande palco, junto a uma imensa multidão e nós jamais poderíamos começar no Brasil desta forma, no nível de uma banda de estádios de futebol. Então, tocando com eles agora, damos esse passo à frente e na próxima oportunidade podemos voltar e fazer um show gigante, pulando aquela etapa tradicional de começar em clubes pequenos, passando por pequenos teatros, casas noturnas, ginásios, até, com sorte, chegar ao nível das arenas e estádios.

Terra - Mas existem muitas bandas que exaltam o fato de poder tocar em lugares menores pelo aspecto íntimo que as apresentações dão ao show...

Kroeger - Eu vejo os lugares menores como legais também e concordo com as pessoas que exaltam esse lado de mais intimidade que eles dão aos shows. Ao mesmo tempo, esse tipo de apresentação acaba sendo limitado em relação ao tempo para fazer shows que você terá e em quanto se pode entregar do palco ao público. Quanto maior o espaço, mais espetáculo é possível se fazer, e a maioria dos clubes e casas de shows não suportam nosso set de palco completo (risos). Nós queremos que os fãs vejam nosso show como é, grandioso e impressionante. Quando o local é fechado, o show acaba sendo apenas baseado na música, o que é bom também, mas não se pode ter um grande espetáculo de luzes, uma grande apresentação em vídeo ou um arsenal pirotécnico caprichado nesse tipo de ambiente. 

<p>Pirotecnia em show da banda em 2009, na Austrália</p>
Pirotecnia em show da banda em 2009, na Austrália
Foto: Getty Images
Terra - Com todo o artefato que você está dizendo trazer para o Brasil é possível concluir que no show com Bon Jovi de São Paulo vocês serão tratados como mais do que simplesmente uma banda de abertura?

Kroeger - Bem, eu sempre digo que tocaremos antes do Bon Jovi. Definitivamente não é um show de co-headliner, é um show do Bon Jovi. E o repertório segue essa lógica, pois não apresentaremos nosso espetáculo completo e, sim, um setlist de 60 minutos. Agora, por termos um grande número de seguidores no Brasil, essa realidade muda muito justamente pelo fato de o público já saber quem somos. 

Terra - Além de São Paulo, vocês se apresentam antes de Bon Jovi também no Rock in Rio, festival que no Brasil é exaltado por ser o principal do País e como um objetivo a ser atingido por qualquer artista. Como vocês encaram o show no evento?

Kroeger - O Rock in Rio é imenso em todo o mundo! Todos o conhecem! É de importância global, um dos maiores festivais do planeta e um evento do qual sempre quisermos fazer parte. Lembro que anos e anos atrás, assistindo à transmissão pela TV, não me recordo exatamente do show de qual artista, fiquei impressionado com o gigantismo da apresentação, todos aqueles brasileiros loucos, cantando todas as músicas, pulando. Realmente mal posso esperar para ver essa reação do palco. Nós já havíamos falado de fazer o Rock in Rio antes e agora, com Bon Jovi, tudo parece se encaixar perfeitamente. Viveremos ótimos momentos.

<p>Ryan Peake em show com Chad Kroeger</p>
Ryan Peake em show com Chad Kroeger
Foto: Getty Images
Terra - Em 2009, o Nickelback foi escolhido pela revista Billboard como a banda da década devido às suas impressionantes marcas na carreira. Qual é o motivo para a música do quarteto ter se tornado tão atraente junto ao grande público?

Kroeger - Acho que aquilo que os fãs mais gostam na nossa música é a abordagem de assuntos que eles possam entender, tópicos universais, aquilo que os faz felizes ou, simplesmente, sentir algo. Acho que as pessoas se identificam com essas coisas. Além disso, nos preocupamos muito com as melodias e aqueles trechos que vão direto à sua cabeça e faz com que sempre lembre das canções.

Terra - Assim como a maioria das bandas que atingem rapidamente certo grau de sucesso, diretamente proporcional aos elogios da fama vieram as críticas apaixonadas dos detratores. Por que você acha que isso acontece?

Kroeger - Sinceramente, é uma coisa que não me entra na cabeça. Não entendo o que leva uma pessoa a ser apaixonada por criticar aquilo que não gosta. Acho que, se você não gosta de algo, não faça, não ouça, não coma, não foda, não perca tempo e energia com isso. É horrível essa negatividade de certas pessoas, que não produz nada.

Terra - Em algum ponto da carreira esses ataques os incomodaram?

Kroeger -  Ah, sim. No começo isso realmente nos perturbava, porque, quando você está começando, só quer que todos gostem da sua banda. Esse é o objetivo de tudo. E aí, de repente, você começa a ser esmurrado pela mídia ou qualquer coisa parecida, isso lá no começo, é aí é bem difícil de lidar com a situação. Mas hoje percebo que as coisas são assim. Tenho meio que um entendimento de como a mídia funciona e o que a faz se focar em algo. Entendo qual é o propósito de coisas assim e como ela pode às vezes se utilizar de coisas do tipo para vender negatividade. Mas isso não é mais um problema. Vimos todas essas coisas acontecerem com Def Leppard, Metallica, Bon Jovi, todas as maiores bandas de rock do mundo foram empurradas para baixo com tanta força, criticadas por seus discos, shows, mas em dado momento as pessoas perceberam que elas já eram muito grandes. E é aí que os detratores começaram a fazer parte deles, criticando, xingando gratuitamente. Mas hoje encaro tudo isso muito bem. Não entendo o motivo para a existência desse tipo de comportamento, mas é assim que é e aprendemos a lidar com ele.

<p>O baixista Mike Kroeger</p>
O baixista Mike Kroeger
Foto: Getty Images
Terra - Durante um show do Nickelback em um festival em Portugal, em 2002 (clique para ver o vídeo), vocês abandonaram o palco depois de apenas duas músicas devido às vaias e à chuvarada de objetos jogados sobre o palco por parte do público. Já que estamos falando justamente sobre detratores, como você se lembra daquele episódio? Vocês chegaram a enfrentar uma situação semelhante depois daquilo?

Kroeger - Nós nunca tínhamos enfrentado uma situação como aquela antes. Foi algo totalmente isolado. É meio que uma longa história, mas digamos que os fãs não queriam que deixássemos o palco. Havia um punhado de pessoas fazendo aquelas coisas chatas e, infelizmente, isso acabou tornando tudo muito inseguro para continuarmos. Mas aquelas pessoas não formavam nem de longe a maioria do público local. Lembro-me vividamente de pessoas chorando quando deixamos o palco e de um público de 50 mil pessoas gritando nosso nome para voltar e tocar. Foi uma situação realmente única, mas não quero ficar explicando isso. Talvez eu possa falar pessoalmente com você no Brasil para lhe contar exatamente o que aconteceu, mas digamos que aquele grupo raivoso não fazia parte do público geral presente naquele dia. Era uma ou outra pessoa estragando a festa de milhares.

Terra - E como vocês se sentiram por não dar a essas pessoas apaixonadas que você citou o show que elas esperavam? De alguma forma aquela situação os fez repensar algo a respeito dos caminhos da banda?

Kroeger - Não, aquilo não nos fez questionar ou nos preocupar com nada de forma alguma. Foi uma situação infeliz e eu tenho um bom entendimento de como ela acabou se formando. Mas digo com certeza que não é o que aparenta no vídeo. Como eu estava dizendo, quando eu for ao Brasil, nós podemos tomar uma cerveja ou algo assim e conversar em off sobre isso...mas vamos colocar desta forma: foi um insider de outra banda que fez aquilo.

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Fonte: Terra
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