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Relembre a rápida trajetória do Mamonas Assassinas

16 jun 2011 - 11h52
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Bem antes de Madonna surgir com mais um mantra das pistas de dança afirmando que "música junta as pessoas, música mistura o burguês e o rebelde", um quinteto paulista deu o recado de uma forma, digamos, mais direta: "Music is very porreta". Com essa premissa de que nada podia ser levado assim tão a sério, surge em 1995 um fenômeno da música pop nacional, o Mamonas Assassinas, banda que vendeu muito em muito pouco tempo e, quando começou a fazer sucesso suficiente para ser assoviada pelos quatro cantos do País, foi precocemente interrompida por um acidente fatal. A história do grupo está sendo contada agora em um documentário que estreia esta sexta-feira (16) no cinema.

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"Só de pensar que nós dois éramos dois/ Eu feijão, você arroz/ Temperados com Sazón/ Só de lembrar nós na Kombi no Domingo/ Nosso amor era tão lindo/ Nós descíamos pro Boqueirão"

A banda formada por Dinho, Bento Hinoto, Júlio Rasec, Samuel Reoli e Sérgio Reoli chegou a vender mais de 3 milhões de discos no Brasil nos anos em que a indústria de música ainda não reconhecia a ameaça a pirataria e os downloads de internet. Famosos pelo tom irreverente quase caótico e punk, eles chamaram atenção com letras pouco sutis em suas piadas e mensagens escrachadas sobre homens, animais, robocops e tudo que mais coubesse nas rimas que, se não fossem pelo conteúdo adulto, poderiam muito bem estar na seção de música infantil. Aliás, as crianças, a despeito de algumas letras, logo se transformaram no público mais entusiasta da banda.

"Totalmente beautiful/ As baleias no oceano/ Nadando com graça/ Fugindo da caça/ Dos homens humanos/ O homem é corno e cruel/ Mata a baleia que não chifra e é fiel."

Formada inicialmente por Bento Hinoto, e os irmãos Samuel e Sérgio Reoli, a banda nasceu como Utopia, nome sério para uma proposta séria: fazer covers de bandas como Legião Urbana, Titãs, Paralamas do Sucesso e Barão Vermelho. Dinho só surgiu em cena depois de uma apresentação do Utopia em 1990. Da plateia, Alecsander Alves, o Dinho, terminou indo parar no palco para cantar Sweet Child O' Mine, do Guns N' Roses, na sua primeira "embromation" oficial com a banda, que viu nele o vocalista ideal. Com Dinho, o grupo ganhou também o tecladista Júlio Rasec.

"O meu andar é erótico/ Com movimentos atômicos/ Sou um amante robótico/ Com direito a replay"

Dos covers para as paródias foi um pulo e, com shows que faziam sucesso na periferia de São Paulo, o Utopia logo virou Mamonas Assassinas do Espaço e, depois, a versão que se tornou popular, Mamonas Assassinas. E das fitas demo para um contrato com a EMI, tudo foi bem mais rápido e meteórico. Gravaram então seu primeiro e único disco, com 14 faixas, e quase todas elas alcançaram o posto de hit FM, sendo as mais famosas Pelados em Santos, Chopis Centis, Mundo Animal, Robocop Gay e Lá Vem o Alemão.

"Minha Brasília amarela/ Tá de portas abertas/ Pra mode a gente se amar/ Pelados em Santos/ Pois você, minha pitchula/ Me deixou legalzão/ Não me sintcho sozinho/ Você é meu chuchuzinho"

Programas de TV, shows lotados, sucessos nas rádios. E, no dia 2 de março de 1996, após sete meses de fama, o jatinho Learjet em que eles viajavam de Brasília para Guarulhos, em São Paulo, chocou-se com a Serra da Cantareira, próximo ao destino final. O acidente matou todos no avião e, com ele, se encerrava a carreira de uma banda que mal havia começado. O enterro do grupo, no dia 4 de março, foi acompanhado por mais de 65 mil fãs.

Sucesso do Mamonas Assassinas durou sete meses
Sucesso do Mamonas Assassinas durou sete meses
Foto: Divulgação
Fonte: Terra
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