Redenção: Queens of the Stone Age faz 1º voo solo no Brasil
Depois de figurar em três festivais, banda de Josh Homme finalmente ganha espaço merecido e entrega show pesado
Em 2001, o Queens of the Stone Age conheceu seus fãs brasileiros no Rock in Rio. Foi notícia mais pela nudez do então baixista Nick Oliveri do que pelo show em si. Em 2010, o retorno foi no festival SWU, onde o grupo enfrentou problemas de som e teve que "abrir" para o Linkin Park em Itu, no interior paulista. Em 2013, agora na capital, foi atração do Lollapalooza, mas não foi headliner por causa do Black Keys, que mesmo numa fase popular, fez um show mediano. Na quarta passagem pelo Brasil, o grupo liderado por Josh Homme finalmente encontrou sua redenção. O primeiro voo solo do grupo em território brasileiro aconteceu no Espaço das Américas, em São Paulo, na noite desta quinta-feira (25).
O primeiro estrondo - a palavra é apropriada pela densidade que acompanha o som da banda - veio com You Think I Ain't Worth a Dollar, but I Feel Like a Millionaire, que também abre o disco Song for the Deaf, um de seus maiores êxitos em alcance de fãs. Na sequência já gastaram mais duas canções empolgantes: No One Knows, do mesmo álbum, e a intensa My God is the Sun, esta do disco mais recente, ...Like Clockwork.
foto: Osmar Portilho/Terra
Smooth Sailing deu um toque mais cadenciado no show, que retomou sua velocidade rapidamente com Monster in the Parasol, do álbum Rated R. Do disco Era Vulgaris veio I`m Designer, cujas texturas e elementos gravados em estúdio são reproduzidos de forma que beira o impecável ao vivo, demonstrando a qualidade que o Queens possui de levar seus discos ao palco.
"Nós viemos até aqui só por vocês", disse o concentrado Josh Homme, que falou bem pouco durante todo o show.
Do álbum novo vieram I Sat by the Ocean, em que Homme mostrou habilidade no slide com o tema principal da música, e a faixa que dá título ao disco mais recente.
"Nicotine, Valium, Vicodin, marijuana, ecstasy and alcohol". A curta letra de Feel Good Hit of the Summer ganhou coro logo nos primeiros acordes que saíram das guitarras de Homme e seu escudeiro, o preciso Troy Van Leeuwen. O coro não parou. Ganhou mais altura e peso com The Lost Art of Keeping a Secret.
If I Had a Tail manteu o público no alto da sua empolgação, enquanto o QOTSA exibia sua habilidade de reproduzir suas canções ao vivo com perícia. Little Sister, esta de Lullabies to Paralyze, mostrou sua força como hit.
O show já ultrapassa sua primeira hora de duração, mas o fantasma dos setlists apertados de festivais não mais assombrava a trupe de Homme, que teve tempo de sobra para escolher sucessos a dedo e deixar todos contentes: Make It Wit Chu, Sick Sick Sick, Mexicola, Go With the Flow, The Vampyre of Time and Memory, Do It Again e A Song for the Dead. Ficaram canções de fora? Com certeza. Mas sua estreia solo no Brasil, em noite de casa cheia, foi mais do que merecida.
fotos: Osmar Portilho/Terra
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