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Primal Fear fala sobre rotina na estrada: "o negócio mudou"

Atração do Monsters Of Rock em São Paulo, banda liderada por Ralf Scheepers chega ao País com baterista brasileiro e novo repertório

23 abr 2015 - 18h06
(atualizado às 18h22)
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Na estrada há 18 anos, grupo intensificou as datas das turnês para compensar distribuição gratuita de músicas
Na estrada há 18 anos, grupo intensificou as datas das turnês para compensar distribuição gratuita de músicas
Foto: Divulgação

O Primal Fear já perdeu a conta de quantas vezes esteve no Brasil. Mas para uma banda como essa, formada por veteranos do power metal, que lançam pelo menos um álbum a cada dois anos, é sempre um prazer voltar e lembrar por que o nosso público é considerado um dos mais apaixonados pelo gênero.

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O alemão Ralf Scheepers, antigo vocalista do Gamma Ray, formou o grupo ao lado do guitarrista e baixista Mat Sinner em 1997, quando ambos procuravam uma forma de renovar suas esperanças na música. "Foi um período difícil", lembra. Ralf havia feito um teste para substituir Rob Halford no Judas Priest, mas não deu certo. Sinner queria um projeto além de suas parcerias e trabalho solo. Foi então que o Primal Fear deu seus primeiros passos e lançou, no ano seguinte, o primeiro disco, que levava o nome do grupo.

Desde então, o grupo passou por diversas formações até chegar a atual, com o sueco Magnus Karlsson, o alemão Alex Beyrodt e, mais recentemente, o brasileiro Aquiles Priester (Hangar e ex-Angra). “Aquiles é um baterista excepcional. Estamos muito orgulhosos de tê-lo na banda”, Scheepers falou sobre o músico, que assumiu as baquetas no fim de 2014. Em entrevista ao Terra, o vocalista ainda contou que está ansioso por voltar ao Brasil, onde fará duas apresentações, uma em Curitiba (23) e outra em São Paulo, no festival Monsters Of Rock, no sábado (25).

Banda toca no primeiro dia de Monsters Of Rock, festival que acontece em São Paulo
Banda toca no primeiro dia de Monsters Of Rock, festival que acontece em São Paulo
Foto: Divulgação

“Ficamos muito felizes com o convite para o festival. O setlist será um pouco diferente nos dois shows, sempre fazemos uma preparação especial. Mas acho que será uma surpresa em relação às outras vezes que tocamos aí, pelo repertório”, disse o músico, que ainda lamentou a falta de tempo para aproveitar a viagem pelo País.

Leia a entrevista completa:

Terra - Vocês estão na ativa desde 1997, mas ainda fazem discos que soam cheios de energia, como o mais recente, Delivering The Black, que obteve ótimas vendas. Como vocês mantêm esse fôlego?

Ralf Scheepers - Eu concordo plenamente. Nós somos uma boa equipe, sempre escrevemos juntos, mesmo quando estamos distantes, compomos pela internet. Eles sabem como minha voz pode entrar naquelas composições, eu sei como as melodias podem ser, é um trabalho de equipe mesmo. Às vezes sentamos juntos para isso, mas não tem sido tão frequente, porque moramos em países diferentes. Mas funciona muito bem. Eles vão até minha casa, tocamos juntos. E o Mat (Sinner) é uma máquina de fazer música, ele pode fazer um álbum em uma semana. Então é incrível.

Terra - Você sente que a rotina de estrada foi intensificada durante esses anos, em tempos música gratuita na internet?

Ralf Scheepers - Sim. Não é tão fácil na estrada. Eu não gosto de ser negativo, porque nós amamos fazer turnês, mas por outro lado também amamos viver fora da estrada (risos). O negócio todo mudou, então sim, essa rotina fica mais intensa. Existe muita coisa gratuita, e temos que aceitar isso. Eu sempre falo para os meus filhos que eles precisam lembrar que existe um artista do outro lado, e se eles quiserem uma música ou um disco, é justo pagarem por isso.

Terra - Como vocês têm lidado com essas formas diferentes de distruibuição, como as plataformas digitais? É confuso?

Ralf Scheepers - É um pouco confuso sim. É meio ambivalente também, porque quando você está nessas plataformas você tem visibilidade, mas por outro lado você perde o controle em termos de lucro fora delas. É muito trabalho, você coloca muita energia, o que felizmente vem da nossa paixão. Ainda acho que deveria ser um pouco mais justo, ser recompensado pelo trabalho. Porque você dá a sua paixão para as pessoas, coloca muita energia naquilo... Mas é ótimo fazer os shows, é a melhor forma de se conectar com os fãs, e devemos fazer bons álbuns. Essa é nossa missão.

Quinteto foi formado em 1997 pelo ex-vocalista do Gamma Ray, Ralf Scheepers (ao centro)
Quinteto foi formado em 1997 pelo ex-vocalista do Gamma Ray, Ralf Scheepers (ao centro)
Foto: Divulgação

Terra - Você é considerado um dos letristas mais criativos do power metal, de onde vem a inspiração para tantas letras?

Ralf Scheepers - Quando as coisas acontecem na sua vida, você precisa canalizar aquilo no papel e fazer uma música. Mas nos últimos anos eu tenho feito de maneiras diferentes, às vezes eu só invento histórias, mas gosto de colocar um pouco de verdade nelas, e de repente você cria um universo seu. É sempre baseado em coisas que me rodeiam.

Terra - Normalmente, vocês não passam três anos sem lançar um novo disco. Isso tem sido uma regra para vocês?

Ralf Scheepers - Sim, geralmente temos essa regra de lançarmos pelo menos um álbum a cada dois anos. É um esforço grande, mas no fim somos quatro compositores, então não deveria mesmo ser difícil criar músicas novas.

Terra - Quando você formou o Primal Fear no fim dos anos 90, você se dizia desencantado e sem ânimo. A banda renovou sua fé na música?

Ralf Scheepers - Sim, porque eu estava numa época difícil. Tinha saído do Gamma Ray, foi um tempo meio obscuro que eu passei, e eu fiquei muito feliz de que eu, Mat e Tom (Naumann, ex-guitarrista) nos reunimos para ver o que ia acontecer. Foi a melhor coisa que me aconteceu.

Fonte: Terra
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