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Novos Paulistas prometem festa no palco do Planeta Terra

11 nov 2010 - 15h50
(atualizado às 18h02)
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Paulo Noviello
Direto de São Paulo

A cena musical alternativa em São Paulo segue mais forte e unida do que nunca. A novíssima geração de talentosos músicos paulistanos ou radicados na cidade tem como grande trunfo esse senso de coletividade. Cada um com seu estilo peculiar, todos se conhecem, gravam e fazem shows juntos, desdobrando-se em diversos grupos e coletivos. E agora, alguns dos principais nomes se juntaram no coletivo Novos Paulistas, que se apresenta no dia 20 de novembro no Planeta Terra Festival 2010, no Playcenter.

Ouça a Rádio Planeta Terra grátis no Sonora

As vozes femininas de Tulipa Ruiz e Tiê, os criativos vocalistas e compositores Thiago Pethit e Tatá Aeroplano e o tecladista e multiartista Dudu Tsuda, fizeram nessa quarta-feira no Studio SP, verdadeira "casa" dessa nova geração, na Rua Augusta, um descontraído ensaio aberto para testar o repertório do show do Planeta Terra. O clima de amizade e intimidade entre os artistas no palco e entre eles e o público transpareceu essa filosofia que move a nova geração da música paulistana.

Ensaio descontraído

"Desculpem o atraso, mas a gente estava lá no camarim botando o papo em dia, sabem como é", brincou Tulipa antes deles pedirem para alguém do público sortear em um copo a primeira música da noite. E a escolhida foi Dois, de Tiê, uma delicada conversa de amor. Em seguida o sorteio deu Desquite, que Tatá compôs para seu grupo Cérebro Eletrônico, uma criativa brincadeira com a palavra "desquite". "Eu sempre gostei dessa palavra, tem uma sonoridade legal", disse Tatá.

Em Pedrinho, Tulipa mostrou a expressividade na voz que explica porque ela é considerada uma das grandes revelações do ano. Le Son, do tecladista Dudu, tem letra em francês, e ele explicou o que significava o refrão. "Vocês vão ganhar uam aula de francês grátis agora", brincou. Nightwalker, de Thiago Phetit, com letra em inglês, trouxe a inventividade que valeu a ele o prêmio de "Aposta" na edição desse ano do VMB. Cana, mais uma de Tatá, foi a seguinte, antes de Efêmera, a belíssima e mais conhecida música de Tulipa.

Le Jour que Erik Satie a Rencontré Stereo Lab, outra composição experimental de Dudu, com referências ao compositor erudito Satie e o grupo de post rock Stereolab, veio antes da bela Mapa Mundi, de Thiago, que encerrou o repertório que poderá ser ouvido no Planeta Terra. Mas o público de amigos que estava no Studio SP queria mais, então eles fizeram uma versão diferente de Dois, com Tulipa como primeira voz, antes de encerrar o ensaio aberto.

Cada um deles, com suas personalidades, já faz uma música difícil de classificar, jogando no caldeirão elementos de rock, música eletrônica, ritmos regionais, latinidades, romantismo, bom humor e experimentalismo. E juntos, a mistura dá um belo caldo. Embora fosse tecnicamente um ensaio, com eles ainda trabalhando e brincando com os arranjos, backing vocals, assobios, palmas, estalos de dedo, o show deu mostras que quem for ao Planeta Terra pode esperar uma verdadeira festa, com amigos se divertindo no palco.

O paralelo com a geração da vanguarda paulista, dos anos 80, de nomes como Itamar Assumpção, Arrigo Barnabé, Ná Ozzeti e o Grupo Rumo, que faziam um som experimental e bem-humorado de forma colaborativa e tinham como residência o Teatro Lira Paulistana, é inevitável. Com talento, boas referências e filosofia coletiva, a nova geração da vanguarda paulista está bem representada.

Tulipa Ruiz, Tiê e Thiago Pethit sorteia música para o ensaio aberto no Studio SP
Tulipa Ruiz, Tiê e Thiago Pethit sorteia música para o ensaio aberto no Studio SP
Foto: Fernando Borges / Terra
Fonte: Terra
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