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Butch Vig: Garbage está "com fome" e tocando melhor em turnê

17 set 2012 - 15h00
(atualizado em 20/9/2012 às 11h32)
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Osmar Portilho

Nos palcos ele é baterista da banda Garbage, referência dos anos 90 por sua mistura de rock com música eletrônica. No estúdio, se tornou uma lenda viva entre os produtores por ser responsável pelo disco que liderou toda uma geração: Nevermind, do Nirvana. Pouco antes de se apresentar com sua banda em Richmond, nos Estados Unidos, Butch Vig conversou com o Terra por telefone sobre a apresentação que faz no Planeta Terra Festival, no Jockey Club, em São Paulo, no dia 20 de outubro. Além do Brasil, o quarteto também toca no Planeta Terra de Bogotá, na Colômbia, no dia 27. Ao lado de Duke Erikson, Steve Marker e Shirley Manson, Butch e o Garbage ainda fazem paradas no Chile, Uruguai e Paraguai.

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Aos 57 anos de idade, o produtor e baterista falou sobre a "fome" que a banda tem em sua atual turnê, sua paixão pela produção musical e anunciou que a atual excursão, baseada no álbum Not Your Kind of People (2012), pode ser a última. "Creio que estejamos tocando melhor ao vivo agora do na nossa carreira inteira como banda. Estávamos longe dos palcos há sete anos. Estamos com 'fome'. Essa pode ser nossa última turnê", disse.

Sofrendo com uma sinusite em função do tempo gasto em turnê - o Garbage já fez cerca de 60 shows neste ano -, Vig pondera sobre a divisão da vida entre os palcos empunhando as baquetas da banda e o conforto de seu estúdio. "Meu primeiro amor é o estúdio. O estúdio é um lugar muito isolado. As pessoas são ótimas, mas não se tem o feedback que se tem dos fãs ao vivo. É uma onda de adrenalina incrível", afirmou.

Sobre Nevermind, que completou vinte anos de seu lançamento no ano passado, Butch Vig não esconde que o álbum seja um divisor de águas musicalmente, mas principalmente em sua vida pessoal. Para falar sobre o álbum do Nirvana, ele respira fundo e mede cada palavra ao citar o trabalho que "trilhou o rumo de suas vidas". "Nevermind ainda soa fresco e vital hoje como no dia em que foi lançado. Sou muito próximo do Dave (Grohl). Se não fosse pelo Nevermind, nunca seríamos amigos, não haveria Foo Fighters, não haveria Garbage".

Confira a entrevista completa:

Terra - Olá Butch, como está? Onde está o Garbage agora?
Butch Vig - Estou bem. Estamos em Richmond, na Virginia. Vamos tocar daqui a pouco.

Terra - A turnê atual está focada nos Estados Unidos, certo?

Butch Vig - Tocamos no México e foi incrível. Agora estamos em turnê entre as costas leste e oeste pelas próximas semanas e depois vamos até a América do Sul.

Terra - Vocês ficaram sete anos longe dos palcos. Como é retornar?

Butch Vig - Os shows têm sido incríveis. Fico genuinamente surpreso que depois de sete anos ainda existam tantos fãs e que eles sejam tão entusiasmados. Tocamos para plateias enormes nos festivais de Verão (hemisfério norte) com 60, 70 ou 80 mil pessoas. Tocamos para 300 mil pessoas em um show na Rússia. Ficamos espantados. Tem sido ótimo. Acho que as pessoas receberam bem o disco e fico muito lisonjeado de termos uma base de fãs tão "hardcore".

Terra - E a América do Sul? O que esperam dos shows aqui?
Butch Vig - Estamos muito empolgados, afinal nunca tocamos na América do Sul. Sabemos que temos muitos fãs por aí. Recebemos muitas mensagens pedindo para tocarmos no Brasil, Argentina, Chile e outros países. Todos nos falam que os fãs são muito entusiasmados. Estamos muito animados.

Terra - O que dizem do público latino-americano?
Butch Vig - Todos nos falam que há algo na atmosfera do hemisfério sul. Deve ser algo que está no sangue que deixa o show louco. Mas algo que queremos fazer nesta turnê é aproveitar um pouco em cada cidade, conhecer a cultura e absorver. Essa é uma das coisas boas em viajar o mundo todo. Podemos passear com a família e aproveitar as coisas locais, como a comida.

Terra - É difícil conciliar sua carreira como produtor, músico e a vida pessoal em turnês deste tipo?
Butch Vig - Já tocamos mais ou menos uns 60 shows até agora. Viajar é a parte "ruim". Enquanto falamos estou com uma forte sinusite e gripado. Como ficamos viajando tanto parece que eu não melhoro nunca. Mas os shows estão ótimos. Creio que estejamos tocando melhor ao vivo agora do na nossa carreira inteira como banda. Estávamos longe dos palcos há sete anos. Estamos com "fome". Essa pode ser nossa última turnê. Não sabemos. Fizemos tantas turnês que esta pode ser a final. Queremos que todas as apresentações sejam especiais e haja um clima de celebração.

Terra - Como funciona o Garbage? Vocês tiveram hiatos, mas nunca se separaram plenamente...

Butch Vig - Shirley (Manson) é a fagulha. Ela nos liga do nada e fala para nós gravarmos, fazer alguns shows e etc. Parte disso também veio em função de seu disco solo. A gravadora não gostou tanto por ser tão "obscuro". Eles queriam um disco pop. Ela percebeu que realmente queria escrever com a banda. Ela ligou e nos juntamos no ano passado para escrever. Não tínhamos a intenção de gravar um álbum, mas só de gravar e ver o que acontecia. Desde o primeiro dia a química foi forte e todos ficaram muito inspirados. Rapidamente as músicas ganharam forma e decidimos fazer um disco. No começo ninguém sabia o que iriamos fazer. Depois de alguns meses a Shirley tuitou que íamos gravar um álbum. De repente, uns 400 mil fãs no Twitter e Facebook começaram a nos mandar mensagens. É muito empolgante saber que temos tantos fãs por aí.

Terra - E o set list na América do Sul? Pensaram em algo já?
Butch Vig - Bem, tocamos umas seis músicas do Not Your Kind of People. Tipicamente tocamos de todos os quatro primeiros discos, coisas que saíram nos singles. Mudamos muito e fazemos vários arranjos pra ficarem frescos e empolgantes para nós. É divertido para a banda ouvir as músicas com novas interpretações.

Terra - Se você tivesse que escolher entre ser produtor e baterista. O que faria?
Butch Vig - Eu escolheria ser produtor. Meu primeiro amor é o estúdio. Gosto de escrever canções e ficar no estúdio. Sou um rato de estúdio. Por outro lado, no começo, fui um baterista antes de ser um engenheiro de som e produtor. Eu adoro tocar bateria e tocar ao vivo. Isso é algo que se consegue ter no palco e não consegue ter no estúdio. O estúdio é um lugar muito isolado. As pessoas são ótimas, mas não se tem o feedback que se tem dos fãs ao vivo. É uma onda de adrenalina incrível.

Terra - Nevermind completou 20 anos no ano passado. Qual é a importância esse álbum para a música?

Butch Vig - Nevermind ainda soa fresco e vital hoje como no dia em que foi lançado. Foi como se fosse uma bomba com um timer que musicalmente mudou o mundo.

Terra - E para você?

Butch Vig - Definitivamente mudou a minha vida e de todo mundo associado ao disco. É um álbum que me abriu portas e colocou muitos projetos andando. É um disco especial para mim. Começamos fazendo um CD de punk rock e não tínhamos ideia o que aconteceria com comercialmente ou com a crítica. No final do dia, quando você vê que trabalhou em algo que toca tantas pessoas, é um sentimento muito especial que temos. No ano passado, eu, Dave (Grohl) e Krist (Novoselic) passamos muito tempo juntos por causa das entrevistas de aniversário do Nevermind. O disco é uma ligação que temos. É uma parte enorme de nossas vidas. Sou muito próximo do Dave. Se não fosse pelo Nevermind, nunca seríamos amigos, não haveria Foo Fighters, não haveria Garbage. Esse disco é um trilho que ditou o rumo de nossas vidas.

Referência em transmissão ao vivo na internet
Uma das principais referências internacionais em termos de transmissão ao vivo na internet, o Terra vai apresentar ao vivo a edição brasileira do Planeta Terra Festival para 19 países: Estados Unidos, Espanha, Brasil e outros 16 países da América Latina. Já a edição de Bogotá será transmitida ao vivo para Colômbia . O público poderá assistir gratuitamente aos shows em www.terra.com.br, através de diversos dispositivos conectados, como computadores, tablets e smartphones. No Brasil, a transmissão também acontecerá, ao vivo, nas TVs conectadas, também em alta definição (HD).

Escolhida por artistas como Paul McCartney e U2 para transmitir seus shows ao vivo, durante recentes turnês desses artistas na região, a empresa vem quebrando recorde após recorde em termos de audiência em transmissões ao vivo. E não apenas no caso de shows: o esporte cada vez atrai mais e mais internautas. Como aconteceu, por exemplo, nos Jogos Olímpicos de Londres, quando mais de 62 milhões de pessoas em computadores, 16 milhões através de dispositivos móveis (celulares, smartphones e tablets) e 19,8 milhões através das telas de Digital Out of Home (encontrado em lugares como estações de metrô, cafés, academias) acompanharam as competições pelo Terra.

Planeta Terra Festival 2012

Data: 20 de outubro de 2012

Local: Jockey Club, São Paulo

Site Oficial: http://musica.terra.com.br/planetaterra

Rádio oficial: http://sonora.terra.com.br/planetaterra

Hashtag oficial: #planetaterra2012

Facebook Oficial: http://www.facebook.com/planetaterrafestival

Twitter oficial: @planeta_terra

Ingressos:

Valores:

Lote 1: R$ 240 / R$ 120 meia (ESGOTADO)

Lote 2 : R$ 290 / R$ 145 meia (ESGOTADO)

Lote 3: R$ 330 / R$ 165 meia

Para obter informações sobre pontos de venda, acesse o link:

http://www.livepass.com.br

Não será permitida a entrada de menores de 18 anos no Festival, nem acompanhados por maiores de idade.

Bilheteria oficial:

(sem cobrança de Taxa de Conveniência)

Estádio do Morumbi - Bilheteria 2

Endereço: Praça Roberto Gomes Pedrosa, S/N - Morumbi

Horário de Funcionamento: de segunda a domingo - das 10h00 às 18h00

Dias de Jogos/Shows: fechado

Formas de pagamento: dinheiro, cartões de crédito Visa, Mastercard, Diners, Amex e cartões de débito Visaelectron e Maestro

Butch Vig é baterista do Garbage e tem carreira como produtor musical
Butch Vig é baterista do Garbage e tem carreira como produtor musical
Foto: Tim Mosenfelder / Getty Images
Fonte: Terra
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