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Organizadores do MOA são denunciados pelo Ministério Público

15 abr 2013 - 22h27
(atualizado às 22h42)
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Vista do palco do primeiro dia do Metal Open Air, festival fracassado realizado em São Luiz, um ano atrás
Vista do palco do primeiro dia do Metal Open Air, festival fracassado realizado em São Luiz, um ano atrás
Foto: Adalberto Junior / Especial para Terra

Quase um ano se passou desde que o Metal Open Air migrou do status de festival mais aguardado do estilo no Brasil para um dos eventos musicais mais vergonhosos já realizados no País, mas parece que as coisas finalmente começam a se encaminhar. O Ministério Público do Maranhão ajuizou, nesta segunda-feira (15), uma Ação Civil Pública contra os organizadores do festival, Luiz Felipe Negri de Mello e Natanael Francisco Júnior, pedindo o bloqueio total de seus bens, bem como a interdição de suas empresas, registradas, respectivamente, na Junta Comercial do Estado de São Paulo e na Junta Comercial do Maranhão.

Além disso, a 2ª Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor ofereceu denúncia, na última sexta-feira (12), contra os organizadores pelos crimes de estelionato (art. 171 do Código Penal) e indução do consumidor a erro (art.7º da Lei 8.137/90).

O Ministério Público Maranhense ainda requereu a condenação dos empresários pelos danos morais e materiais causados aos consumidores, exigindo a devolução de seus gastos e demais despesas atualizados, além de uma indenização de R$ 2 milhões ao Governo, que serão revertidos ao Fundo Estadual de Proteção e Defesa dos Direitos do Consumidor.

Alardeado como o maior festival voltado exclusivamente para hard rock e heavy metal já realizado no Brasil, o Metal Open Air acabou tendo como principal característica a série de erros cometidos, que culminaram com seu esperado cancelamento. Na véspera de sua realização, no Parque da Independência, em São Luís (MA), diversas bandas do line-up começaram a cancelar suas apresentações, alegando não terem recebido cachês e, muitas vezes, sequer o pagamento de suas passagens aéreas.

Na abertura, no entanto, o que realmente acabou chamando mais atenção foi a estrutura que os fãs encontraram no local. Campings, onde o público teoricamente deveria poder acampar com conforto e segurança, inspirados nos utilizados há décadas em festivais do gênero Europa, foram montados em estábulos de cavalos, onde imperava a falta de higiene, com pessoas que investiram centenas de reais se vendo em meio ao esterco. 

Além disso, se o primeiro dia do festival contou com a maioria das atrações previstas, o mesmo não ocorreu nos dias subsequentes: anunciado com pompa pelas produtoras Negri, de Felipe Negri, e Lamparina, de Natanael Junior, no dia 24 de novembro de 2011, o MOA prometia mais de 80 atrações, entre bandas nacionais e internacionais. No entanto, depois de um primeiro dia repleto de atrasos, cancelamentos e problemas de estrutura relatados pelo público, no segundo tudo desabou.

Palcos foram desmontados, mais e mais atrações cancelaram suas apresentações e os presentes, completamente desinformados, acabaram vendo apenas quatro dos quase 15 shows previstos para o dia. Somados os três dias, o festival viu a debandada de mais de 30 bandas - como Anthrax, Blind Guardian e a atração mais esperada, o Rock N' Roll All Stars, grupo de Gene Simmons, do Kiss, que traria o ator Charlie Sheen como mestre de cerimônias.

No domingo (22), o festival foi oficialmente cancelado e os organizadores se calaram, sem dar explicações à imprensa e, principalmente, ao público pagante, sem dúvida o maior interessado na lambança que promoveram no nordeste brasileiro.

Segundo a ação do MP, foram vendidos, no total, 7.865 ingressos, gerando pouco menos de R$ 2 milhões aos organizadores.

Fonte: Terra
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