"O trabalho do DJ é se comunicar com a pista", diz Marky
- Felipe Tringoni
Há mais de duas décadas, Marky é cidadão do mundo. Um dos DJs brasileiros de maior prestígio internacional, o paulistano passa pelo menos seis meses do ano em turnê tocando em clubs mundo afora, e sua habilidade e técnica seguem conquistando fãs.
Em entrevista ao Terra, o pioneiro nacional do jungle e do drum & bass contou sobre sua carreira, a vida de Disc Jóquei renomado e suas paixões: seu filho, seus discos e as pistas. E defendeu com unhas e dentes seus amados toca discos, que viraram marca registrada de suas intensas performances.
"Eu acho que com o toca discos você cria muito mais. Você tem o poder de criar, de descobrir coisas. Eu aprendi a tocar com dois toca discos bem ruins, então eu sempre tentei fazer o melhor, explorar tudo que eu podia dentro do que esses aparelhos me davam. Eu gosto disso, de explorar o equipamento. Acho o CD player muito limitado, e por isso não me vejo tocando CD. Você vai lá e faz o básico. E eu não gosto de fazer só o básico, eu gosto de criar coisas, de fazer coisas diferentes. Então quando eu toco com o toca discos de ponta cabeça... São coisas que não dá pra fazer com CD! Virar o CD player de ponta cabeça até o seu cachorro faz!", opina.
Marky acrescenta que "a tecnologia tem seu lado bom e seu lado ruim. Hoje eu sou tranquilo com esse lance de tecnologia. O que eu acho é que às vezes eu vou ver um DJ tocar, os caras usam dois iPads, CD, controladora... E do mais importante eles se esquecem, que é a pista. Você fica muito concentrado olhando os equipamentos para nada dar errado e acaba perdendo a comunicação com as pessoas. E o trabalho do DJ é justamente esse: eu tenho que me comunicar com a pista".
Para quem quer curtir o som do DJ ao vivo, hoje é o dia de Marky & Friends na Clash (Rua Barra Funda, 969). Criada em 2005, no The End, de Londres, a festa é uma celebração em que o DJ Marky convida grandes DJs do mundo para discotecar em uma noite.
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