Novata sonha com Grammy após sucesso no "boca a boca"
Recém-chegada no rap, cantora chama a atenção de nomes importantes do rap e já sonha com um Grammy
Em alguns meses, Tássia Reis, cantora de voz aveludada do Jacareí, no interior paulista, verá sua carreira passar por algumas mudanças. Em fevereiro, ela gravou o novo DVD de Marcelo D2, que será lançado até o fim do ano pela Deckdisc, cantando a faixa Feeling Good, em que assume os vocais originalmente gravados por Joya Bravo, cantora norte-americana. Com tranquilidade e muita competência, ela encarou a missão e mostrou uma pequena parte de seu trabalho, cujo principal canal de divulgação é a internet. Além disso, seu primeiro EP será lançado nesta quinta-feira (18).
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Tássia é novata no rap e hip hop, pelo menos como cantora e compositora. A história, na verdade, teve início na dança. Foi através dos passos, e da paixão pelas vozes de Lauryn Hill e Erikah Badu, descritas como “rainhas” por ela, que o gosto pela rima apareceu. Suas primeiras letras foram escritas há pouco mais de um ano, mas desde então ganharam força e agora ela não pensa em outra coisa exceto a carreira. Para a dedicação ser total, ela precisou deixar a vida na capital e voltar para a casa dos pais no Vale do Paraíba, região que tem uma cena de rap sólida.
O acerto veio de primeira, a faixa Agora Que Eu Quero Ver, em parceria com o produtor e amigo Kibão, seguida por Bêbada de Feriado, que ganhou um clipe intimista do Projeto Studio62. “Comecei a fazer minhas letras como válvula de escape, aí os rapazes me passaram o conhecimento deles. Foi quando aconteceu esse choque de informações”, lembra. Os “rapazes” a quem Tássia se refere são companheiros que botaram fé em seu talento desde o início e colocaram à prova suas habilidades ao microfone.
Se já foi tratada como “café com leite” por ser mulher ou iniciante? “Já senti que me subestimaram, me olhavam se perguntando ‘Ela não vai mandar bem, né?’. Eu não entendia a surpresa quando viam que eu podia fazer aquilo”. Deve ter sido essa a origem do verso: “Não tenho tempo a perder, quero vencer por mim e por você. Se não fosse sagaz, tava em outro rolê”, de seu single Meu Rapjazz, faixa que firmou a assinatura de Tássia.
O vídeo foi gravado no Museu de Antropologia do Vale do Paraíba, com visual vintage e figurino de luxo. A estética traduz muito do estilo de Tássia, que antes de virar rapper, estudou moda. “A minha relação com a moda tem muita influência do hip hop e dos meus pais. Gosto de me basear na época ‘de ouro’ deles, de 70 e 80”. Foi na faculdade que ela aprendeu que o importante não era a roupa, mas a atitude. Deve ser por isso que no palco ela parece ter muito mais experiência do que realmente tem.
Foi essa segurança, e a pegada , que chamaram atenção de nomes respeitados da cena, como Rashid, com quem gravou Vício. “As parcerias que sugiram não foram com pensamento de publicidade. O meu critério é ter afinidade com a pessoa e com a música. Mas ajuda muito, você atinge outro público”, admite Tássia, que ainda comemora cada “compartilhada” de seus clipes no Facebook. “É o que eu mais gosto, quando as pessoas indicam para os amigos”.
O boca a boca ainda é o que garante que Tássia acredite todos os dias em seu potencial como artista. Ao falar do futuro, ela até pega fôlego. Não é pra menos, porque Tássia sonha com nada menos que um Grammy. E apesar de rir da ambição, ela demonstra a vontade de aprender e construir passo a passo a carreira, absorvendo o melhor de parcerias e aproveitando o caminho que rappers como Lurdez da Luz, Flora Matos, Karol Conká e MC Stefanie já ajudaram a trilhar. Com personalidade e salto alto.
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