"Filho eu sei fazer", diz Fábio Jr. em coletiva de gravação de DVD
- David Shalom
- Direto de São Paulo
Com a imprensa já impaciente com o atraso de uma hora e meia, Fábio Jr. apareceu sorridente, e cercado por assessores, para a coletiva de divulgação de seu próximo DVD, nesta quinta-feira (23), no Credicard Hall, em São Paulo. Ao lado dos filhos cantores, Fiuk e Tainá Galvão, e de Luiza Possi, que participarão do trabalho, o cantor de 58 anos sentou-se tranquilamente, acendeu um incenso e, animado, passou a responder perguntas a respeito do show, baseado em seu 25º álbum de estúdio, Íntimo, que ocorre no próximo dia 1 de setembro, no mesmo local.
"É um troço que não dá para explicar direito. Eu babo mesmo. Fico olhando para eles no palco e falo, 'meu Deus do céu, olha isso!'. Filhos eu sei fazer", se vangloriou em referência ao já bem-sucedido Fiuk e à ainda inexperiente Tainá Galvão, que começa a seguir os passos do pai. "Não há pirotecnia, cenários ultramodernos, nem nada do tipo no show. São 50 músicos no palco e eu. E poder juntar isso com a família, meu Deus do céu, não tem nem o que dizer."
O filho mais conhecido, que recentemente foi um dos protagonistas da novela Aquele Beijo, da TV Globo, gravará ao lado do pai o hit 20 e Poucos Anos, bastante ilustrativa da atual fase do jovem. Já Tainá terá uma participação menos óbvia, Não Posso Reclamar de Nada, canção escolhida pela própria, segundo o pai.
"A música da Tainá nem estava no show. Mas ela insistiu comigo para que eu a incluísse e eu a pedi para que me lembrasse como era essa música. Quando ela cantou, eu disse, 'bem, agora você precisa estar no DVD'", explicou o cantor, enquanto trocava sorrisos com a garota. "E foi natural que ela entrasse na gravação, afinal ela tem viajado bastante comigo durante esta turnê, até por eu ter falado que ela precisava entender o que é estar na estrada."
Mas os afagos não se limitaram a serem direcionados de pai para filhos. Na descontraída coletiva, os convidados foram só elogios ao protagonista da noite, demonstrando satisfação e orgulho pelo convite - mesmo que de uma pessoa tão próxima. "Eu sempre o admirei muito, mas nunca imaginem que fossemos dividir o palco. Para mim é uma honra, sou muito fã dele. É muito amor nos shows - e em casa é igual. Então, quando estamos lado a lado em uma apresentação, parece que estamos no sofá da sala", derreteu-se Tainá.
"Para mim é muito especial e um desafio", prosseguiu Fiuk. "Meu pai não se prende a estilo, conteúdo. Não existem concorrentes para ele. É único"
Estranha no ninho
Das três parcerias que ocorrerão no palco do Credicard Hall, apenas uma foge ao padrão "família", por ser com uma cantora sem uma gota de sangue de Fábio Jr. correndo nas veias: Luiza Possi. Mas isso não parece incomodar a artista, também filha de uma intérprete de sucesso, Zizi Possi. "Quando ele me contou que os convidados eram eu e os filhos dele eu achei muito especial, até porque tenho isso na minha vida", explicou enquanto trocava carinhos com o cantor. "Sou muito fã do Fábio e há muito tempo, desde que o mundo é mundo. Quando o empresário dele me contou que o Fábio me queria no DVD, eu disse, 'sério?'. Então fiquei duplamente honrada: por ser fã do Fábio e por fazer parte de algo tão íntimo quanto essa gravação."
"Eu já tenho admiração pela Luiza há muito tempo. Da voz, do timbre. É uma pessoa que eu que eu gostaria muito que estivesse no show", prosseguiu o cantor. "E ela foi de uma generosidade imensa, topou na hora. Soube que até mudou a agenda para essa gravação, porque tinha uma viagem com a mãe no mesmo dia."
O discurso humilde foi mantido ao longo de toda a coletiva, principalmente quando se tratava da carreira, uma das mais prolíficas do Brasil, que já dura 35 anos. Fábio demonstra isso evitando exaltar os motivos que o levaram a atingir o sucesso, procurando, o tempo inteiro, bradar a ajuda divina que o ajudou a chegar onde chegou. "Eu tenho muita proteção, graças a Deus. Tem um monte de moçada por aí que canta 50 vezes melhor do que eu, mas eu sigo sempre bem. Acho que é a questão da fidelidade. A minha e a das fãs comigo."
Tainá, no entanto, resume de forma mais poética as décadas de fama do pai-coruja: "a música dele modifica a vida das pessoas. Ele tem o dom de fazer isso. É um homem iluminado".
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