PUBLICIDADE
URGENTE
Saiba como doar qualquer valor para o PIX oficial do Rio Grande do Sul

Banda punk responde por invadir catedral russa; entenda o caso

30 jul 2012 - 15h52
(atualizado às 16h34)
Compartilhar

Acontece nesta segunda-feira (30) o julgamento de três integrantes do grupo feminino de punk Pussy Riot, em Moscou, na Rússia. Yekaterina Samutsevich, Nadezhda Tolokonnikova e Maria Alyokhina foram presas em fevereiro deste ano, depois de cantarem uma "oração" contra o presidente Vladimir Putin em uma catedral da cidade.

As três podem ser condenadas a até sete anos de prisão. Além dos fãs, diversos outros artistas têm demonstrado apoio às meninas, como Sting, Madonna e as bandas Franz Ferdinand e Red Hot Chili Peppers, por exemplo, que defenderam o trio em discursos feitos durantes shows na capital russa na última semana.

A confusão do grupo com o presidente russo Vladimir Putin começou em setembro de 2011, quando o Pussy Riot reagiu à notícia de que Putin iria concorrer à presidência do país novamente. Pouco depois, em janeiro, a banda foi detida depois de tocar na Praça Vermelha, símbolo dos militares, a música Revolt In Russia.

O Pussy Riot é um coletivo feminino de punk rock, e suas integrantes usam roupas coloridas e máscaras, mantendo assim o anonimato. Não se sabe exatamente quantas mulheres compõem o grupo, já que grande parte delas mantêm a participação na banda sob sigilo - até mesmo de sua família.

Em fevereiro, algumas integrantes da banda realizaram um protesto em uma catedral da cidade. Elas invadiram o local com câmeras e correram para o altar - onde apenas homens podem subir - e cantaram a música Holy Shit, que critica o apoio da igreja ortodoxa a Vladimir Putin. A polícia local interrompeu o protesto e, na época, não seguiu adiante com o caso.

O vídeo foi liberado no YouTube e se tornou um viral. O sucesso chamou a atenção das autoridades e não demorou muito para sair um mandado de prisão, acusando as integrantes do grupo de "hooliganismo" (vandalismo, desordem, destruição).

O que mais chamou atenção no caso é que após serem detidas, as três integrantes do gupo foram direto para a cadeia, o que não é comum na Rússia. No país, normalmente, a prisão só acontece após o julgamento. Outro fato curioso é que um crime que não envolva violência não costuma render uma condenação de sete anos - como pode acontecer com o trio.

No dia 4 de julho, foi avisado que as mulheres do Pussy Riot tinham 5 dias para preparar sua defesa, em julgamento que estava previsto para o dia 9. Elas protestaram e disseram que o tempo seria muito curto para trabalhar no caso. Mais tarde, no dia 21, foi anunciado que a detenção das três havia sido estendida para mais seis meses.

O julgamento começou nesta segunda-feira (30), com transmissão ao vivo pela internet. Segundo informações do site Gigwise, um dos advogados da banda comentou esta exibição e disse que, apesar de querer passar a ideia de transparência, o efeito será justamente o contrário, proibindo a imprensa de estar presente fisicamente no tribunal e, em alguns momentos críticos, alegarem que "perderam o sinal".

Fãs da banda Pussy Riot vestiram máscaras como as usadas pelas integrantes, para protestar na Rússia
Fãs da banda Pussy Riot vestiram máscaras como as usadas pelas integrantes, para protestar na Rússia
Foto: Maxim Shemetov / Reuters
Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade