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Confusões e multiplicidade de atrações marcam 8ª Virada Cultural

6 mai 2012 - 20h38
(atualizado em 7/5/2012 às 08h24)
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A oitava edição da Virada Cultural terminou neste domingo (6) marcada por um conjunto sem precedentes de atrações simultâneas em São Paulo, confusões e uma morte. Iniciado às 18h de sábado (5), o evento foi realizado ao longo de 24h na cidade, com encerramento de Gilberto Gil, na Praça Júlio Prestes.

Infográfico: Confira 24 atrações imperdíveis nas 24h de festa na Virada

Veja no Guia de Cidades a programação da Virada Cultural

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O baixista da banda americana Man or Astro-Man?, a galinhada de Alex Atala e Gilberto Gil: variedade em SP
O baixista da banda americana Man or Astro-Man?, a galinhada de Alex Atala e Gilberto Gil: variedade em SP
Foto: Fernando Borges/Bruno Santos / Terra

Além dos shows das mais variadas vertentes musicais, a Virada contou na edição de 2012 com apresentações de stand-up comedy, de mágicos e com um enfoque ampliado à área gastronômica. Além das tradicionais barraquinhas de pastéis, yakissoba, cachorro-quente e doces espalhadas por todo o centro da cidade, o Elevado Costa e Silva, conhecido como Minhocão, recebeu o mercado Chefs na Rua, que ofereceu pratos de chefs de renomados restaurantes da cidade a preços populares.

O local, inclusive, foi palco de uma das confusões da Virada. Considerado o quarto chef de maior prestígio do planeta, Alex Atala promoveu uma galinhada que seria distribuída gratuitamente para as 500 primeiras pessoas que chegassem à sua barraquinha, na noite de sábado, no Minhocão. Como já se podia imaginar, o número de porções não foi suficiente para a enorme demanda e o resultado foi tumulto e empurra-empurra, que causaram a queda da barreira que mantinha separados cozinheiros do público, além de atraso na distribuição da iguaria.

O próprio Atala, cuja presença era dada como certa no local, acabou não aparecendo, já que o tumulto o impediu de chegar ao destino. As barraquinhas de comerciantes comuns também enfrentaram contratempos, pois, no segundo dia de evento, muitas delas não possuíam mais os ingredientes necessários para servir o público.

Contratempos

Além dos problemas na distribuição da galinhada do chef Alex Atala, contratempos também ocorreram no show da Suicidal Tendencies, banda norte-americana de hard core que se apresentou no ingrato horário das 9h30 deste domingo, no Palco São João. Tão logo o show foi iniciado, a grade de proteção responsável por separar músicos do público foi ao chão devido ao empurra-empurra. Felizmente, a confusão não gerou feridos.

Mas os casos mais graves ocorreram horas antes, durante a madrugada de sábado, na Avenida Prestes Maia. Embriagado, um agente federal baleou um adolescente nas nádegas e atirou em um táxi antes de iniciar um tiroteio com a polícia. Baleado, mas sem gravidade, ele foi levado à Santa Casa de Misericórdia, no bairro da Santa Cecília.

Houve também uma morte, de uma jovem de 17 anos, que teria sofrido uma overdose. Encaminhada ao hospital, caso de outras 67 pessoas - a maioria por uso excessivo de álcool -, ela não resistiu e foi a óbito.

Prisões também ocorreram ao longo da festa. Segundo a Polícia Civil, 19 pessoas foram detidas por vender vinho químico, impróprio para consumo, cinco por roubo, duas por tráfico de drogas e uma por estelionato.

A Polícia Militar também fez um balanço das detenções. Segundo a corporação, nas 212 abordagens realizadas ao longo do evento, foram apreendidos 16 adolescentes, 321 litros de bebidas ilegais - em sua maioria, vinho químico -, cinco gramas de cocaína e 65 gramas de maconha. Mais dez pessoas foram presas em flagrante e um fugitivo foi capturado.

Registrados no 77º DP, os boletins de ocorrência ainda apontaram diversos roubos, principalmente de celulares e bonés de grife.

Festa paulistana

Se problemas como os ocorridos são comuns em qualquer evento que reúna grande número de pessoas no mesmo espaço, a quantidade e variedade de atrações da oitava edição da Virada Cultural são únicas no Brasil. Com destaque natural para os espetáculos da região central da cidade, o evento trouxe diversidade de atrações por toda São Paulo, com exibição de filmes para os cinéfilos, exposições e peças de teatro e dança para os amantes das artes e da cultura e bailes para os festeiros. A programação extra, por assim dizer, se deu principalmente nas unidades paulistanas dos Sescs, em museus e nos CEUs espalhados pela capital. No total, foram mais de 900 atrações dispostas em 114 localidades, com público calculado em torno de quatro milhões de pessoas, segundo a Prefeitura da cidade.

Quase metade dos locais que receberam o evento, cerca de 50, foram dispostos em pontos da região central da capital. O Theatro Municipal, um dos pontos mais nobres da Virada, cuja entrada foi limitada ao número de assentos disponíveis no espaço, emocionou o público com atrações como Arnaldo Baptista, tocando sozinho ao piano frente a um cenário colorido e psicodélico; Cauby Peixoto e Ângela Maria, interpretando sucessos da música brasileira e internacional, com direito a homenagem póstuma a Elis Regina; e Zezé Motta, cantando canções de suas quase quatro décadas de carreira.

O Palco São João, por sua vez, foi o centro dos roqueiros na capital. Diversas atrações internacionais ocuparam o espaço, atraindo jovens de roupas pretas e cabelos longos para conferir os norte-americanos do Suicidal Tendencies, White Denim, Black Oak Arkansas, Tito y Tarantula e até a lendária banda dos anos 1960 Iron Butterfly. Os mais ovacionados, no entanto, foram os brasileiros - mais ainda, paulistanos - dos Titãs, que executaram na íntegra o clássico disco Cabeça Dinossauro, de 1986.

Atrações musicais de destaque também passaram pelos palcos Júlio Prestes, dedicado à world music, com músicos de países como Nigéria, Jamaica, Gana e Nova Zelândia; República, com grandes nomes do jazz mundial, como Lou Donaldson, Roy Ayers, Charles Bradley e Larry Graham; Anhangabaú, com orquestras eruditas, como a Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo) e a holandesa The Piano Quartet; e o Boulevard São João, com 24h de homenagens a Elis Regina, encerradas por Jair Rodrigues.

Ainda houve espaço para o humor - no Sé Stand-up 24 horas, com famosos comediantes nacionais, como Tom Cavalcante, Danilo Gentili, Marcelo Mansfield e Oscar Filho -, para o teatro - no Pátio do Colégio, com nomes como Denise Fraga e Antonio Abujamra -, e até para o Campeonato Sul-Americano de Luta-Livre, na Sé.

Fonte: Terra
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