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Paul McCartney faz show "dos sonhos" para 50 mil chilenos

12 mai 2011 - 08h15
(atualizado em 20/5/2011 às 07h16)
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Jorge Lagás
Direto de Santiago

Um coquetel de emoções, memórias e música popular foi o que se viveu na noite da última quarta-feira (11) no Estádio Nacional, em Santiago, no Chile. A apresentação esperada por muitos anos por todos aqueles que gostam das canções dos Beatles e por que não também das de Paul McCartney em sua carreira solo, se tornou uma parte importante das vidas dos chilenos. 50 mil pessoas receberam o músico em seu retorno ao país, reivindicando que compensasse a falta de emoção quando esteve no mesmo local em 1993, fato que seguramente foi enterrado depois do show da última noite.

Terra transmite com exclusividade show de Paul McCartney

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A paulmania, como qualquer um poderia perceber, tinha começado mais cedo, ao amanhecer, quando o inglês chegou ao país. Nas horas seguintes, a ansiedade aumentou com a presença de fãs na porta do hotel, ao redor do estádio e também com a especulação de quais músicas Paul tocaria. O atraso na prova de som e na abertura dos portões deixou todos ainda mais nervosos, mas o setlist do DJ Chris Holmes e um vídeo de introdução acalmaram os ânimos. A espera se acabou pontualmente às 21h, quando o esperadíssimo Paul subiu ao palco ao som dos gritos da multidão presente, composta por uma grande amplitude de idades.

Hello Goodbye foi a música de abertura, que contou com coro de toda a plateia. Apoiado por sua banda, a melhor que já teve em muito tempo, McCartney se mostrou em plena forma e disposto a aguentar as mais de duas horas de show. Depois de Jet, a segunda do setlist, veio a saudação em espanhol, que arrancou suspiros: "olá pessoal. Como estão?". A frase foi seguida de ainda mais gritos quando as pessoas perceberam que se iniciava All my Loving.

Mais frases em espanhol: "obrigado, é bom estar de volta". "Esta noite vou tentar falar espanhol, mas mais em inglês, porque sou britânico", disse. As declarações foram seguidas pelas músicas Let me roll it, Let'em in e as quatro melhores, as que todos esperavam ouvir: Drive my Car, The long and winding road, And I love her e Blackbird, que marcam a primeira parte do show.

Veio depois a homenagem a John Lennon: "escrevi esta canção pensando em meu amigo John", falou em espanhol ao apresentar a música Here Today. Outro homenageado da noite foi George Harrsion, com a música Something. No meio do show, Eleanor Rigby, Obladi oblada e Back in the USRR, que ganharam destaque junto com a frase, novamente em espanhol: "está bacana", que acabou por conquistar o público, se é que isto já não estava garantido desde o primeiro minuto.

A reta final foi a mais carregada de emoções com A Day in the Life, Give Peace a Chance, em outra homenagem a Lennon, Let it Be, Live and Let Die, acompanhada por fogos de artifício, e o enorme karaokê que se fez com Hey Jude e bandera chilena passando de mão em mão.

O bis ainda contou com Lady Madonna, Get Back, Yesterday, Helter Skelter e Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, com a qual se abaixou o telão.

O mero exercício de listar todos os títulos falam por si. Paul McCartney e a expressão de seu show são pura história em movimento. Cada nota transporta milhares de histórias. Por isso há pessoas chorando, outras gritando e por isso há pessoas que passaram 45 anos ou mais com a esperança de vê-lo. Também é por isso que outros não tinham sequer a metade desses anos e sentiam que tinham que estar ali.

No palco, McCartney, 68 anos, conduziu a apresentação com um entusiasmo e integridade invejáveis a esta altura de sua carreira, sem descansar durante as duas horas e quarenta minutos de show. Há momentos mais calmos e outros de maior excitação, que tornam ainda mais notável o seu desempenho e dedicação. Ele troca de instrumentos, passando por baixo, guitarra eléctrica, acústica, piano, ukelele, e não desafina na voz. O que mais se poderia pedir? Não teria nenhum motivo para isso. Paul McCartney não tem que provar nada a ninguém. Ele está aí, em turnê pelo mundo, oferecendo um espetáculo a quem quiser relembrar o sonho Beatle.

Como se ainda fosse pouco, ele consegue melhorar com a formação de uma banda de classe, que facilmente se adapta às necessidades de cada canção. Eles soam convincentes quando têm que ser roqueiros, sutis para os momentos mais sensíveis e nos pegam pelas mãos durante as homenagens a George Harrison e John Lennon. No final, o rei da noite encerrou o show com um esperançoso "até a próxima".

Esta data está marcada na área cultural do Chile. No caso de alguém estar arrependido por ter perdido essa, se tiver os recursos, poderá ir ao Brasil no final de maio, onde o ex-Beatle se apresenta no Rio de Janeiro. Mas, o Chile agora pode dizer que Paul McCartney marcou presença, o país pode ficar tranquilo.

Confira o setlist completo do show:

Hello, Goodbye

Jet

All My Loving

Letting Go

Drive My Car

Sing the Changes

Let Me Roll It

The Long and Winding Road

1985

Let 'Em In

I've Just Seen a Face

And I Love Her

Blackbird

Here Today

Dance Tonight

Mrs Vandebilt

Eleanor Rigby

Something

Band on the Run

Ob-La-Di, Ob-La-Da

Back in the U.S.S.R.

I've Got a Feeling

Paperback Writer

A Day in the Life/Give Peace A Chance

Let It Be

Live and Let Die

Hey Jude

Bis 1:

Day Tripper

Lady Madonna

Get Back

Bis 2:

Yesterday

Helter Skelter

Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band (Reprise)

The End

Paul McCartney abriu o show em Santiago com a música 'Hello Goodbye'
Paul McCartney abriu o show em Santiago com a música 'Hello Goodbye'
Foto: Sergio Piña / Terra
Fonte: Terra
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