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Aglomeração causa desmaios no Avenged Sevenfold, em SP

3 abr 2011 - 22h29
(atualizado em 4/4/2011 às 15h17)
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David Shalom
Direto de São Paulo

Mais de cem pessoas precisaram ser atendidas na enfermaria do Credicard Hall após passarem mal devido à aglomeração do público durante o show do Avenged Sevenfold, em São Paulo. O motivo da maioria dos casos, segundo o chefe da enfermaria da casa, Luis Carlos Vieira, foi falta de oxigenação no cérebro, consequência da pressão no peito causada pelo contato forçado com outros espectadores, levando-os ao desmaio - apenas duas pessoas, um casal, foram atendidas por excesso de ingestão de álcool.

O volume de gente era tão grande na pista principal que suas portas precisaram ficar abertas para permitir a alguns fãs a oportunidade de ao menos ver do lobby um pedacinho do palco, pois era praticamente impossível entrar. A área premium, no entanto - cujo ingresso custava o dobro (R$ 250) -, estava tranquila e confortável.

Catarse coletiva

Com meia hora de atraso, os californianos subiram ao palco, dando início ao segundo show da turnê brasileira de Nightmare para uma plateia em estado de êxtase na capital. Se os fãs mais antigos de heavy metal pensavam ser os mais empolgados espectadores entre os gêneros musicais, os jovens que compareceram ao evento deste domingo (3), em sua maioria com idade inferior aos 16 anos, provaram que eles estavam muito enganados.

Abrindo com Nightmare, faixa do disco homônimo lançado no ano passado, o quinteto - formado por M. Shadows (vocal), Zacky Vengeance e Synister Gates (guitarra), Johnny Christ (baixo) e Arin Ilejay (bateria) - colocou os presentes para pular de forma quase incessante durante a execução do repertório apresentado em cerca de uma hora e meia. Em uníssono, os admiradores do grupo de metal moderninho cantaram com firmeza a letra de todas as 12 músicas do set-list, fazendo a voz de Shadows, já em volume muito baixo, simplesmente sumir em diversos momentos.

Deu para ver que o Avenged tem, sim, qualidade. Mas o som que era liberado pelas caixas de som do local não colaborou. Além do vocal em altura muito inferior à ideal, nas músicas mais rápidas e pesadas - a maioria delas - as guitarras ficavam emboladas e a bateria, com os bumbos estourando no áudio, tinha sua caixa e pratos, que dão marcação rítmica às canções, muitas vezes inaudíveis.

Seguindo a lógica da turnê atual, a banda tocou na sequência Critical Aclaim, momento em que o tatuadíssimo vocalista foi presenteado por uma bandeira do Brasil, na sequência erguida por ele. "São Paulo, eu quero ouvi-los gritar!", bradou, em sua primeira frase direcionada ao público na noite. "É nossa segunda vez por aqui e não sei o que dizer: amo demais esse povo. Desculpe-nos pelo atraso", disse, lembrando da apresentação no festival SWU, em 2010, na cidade de Itu.

Em um belo palco, adornado por duas bandeiras verticais nas lateirais, ilustradas com a caveira com asas que é símbolo do grupo, e um enorme bandeirão central trocado em três oportunidades durante a noite, o Avenged fez um show enérgico, mostrando que 12 anos de estrada deram a seus integrantes grande facilidade para lidar com o público.

Welcome to the Family, Beast and the Harlot e Buried Alive precederam o momento de maior emoção do show, a homenagem a James Owen Sullivan, mais conhecido como The Rev, baterista da banda morto por overdose acidental em dezembro de 2009. "Faz um ano e meio que Jimmy se foi e essa vai para ele", anunciou Shadows antes da execução da balada metal So Far Away, uma das mais bem apresentadas pelo grupo. A lembrança só reforçou o coro "Jimmy! Jimmy!" dos espectadores, entoado diversas vezes no evento.

De fato, diferente da maioria dos show de metal, nos quais predominam camisetas de bandas variadas - com especial destaque às do Iron Maiden -, o público que foi ao Credicard Hall vestia, em sua imensa maioria, roupas do Avenged, escancarando seu fanatismo pelos californianos. O número de fãs flagrados aos prantos pela reportagem foi também uma enormidade, o que só reforça essa constatação.

Com bons, porém raros efeitos pirotécnicos - como rajadas de fogo cuspidas do chão da lateral do palco -, o grupo seguiu seu repertório com Afterlife, momento em que o som começava finalmente a se acertar, God Hates Us, Bad Country e Unholy Confessions. "Obrigado, pessoal", agradeceu o vocalista antes de sair para um curto intervalo de menos de cinco minutos.

Para fechar a apresentação, a banda tocou mais uma música lenta - Fiction - e encerrou com Save me. Já com as luzes da casa de shows já acesa, os integrantes do Avenged permaneceram por alguns minutos no palco agradecendo ao agitadíssimo público e distribuindo-lhe palhetas, baquetas e garrafas quase vazias de água. Por fim, enquanto seus também tatuadíssimos colegas de palco faziam acenos para os fãs, Shadow, que permaneceu por toda apresentação de boné e óculos escuros, fez a promessa de um retorno próximo da banda a São Paulo.

A turnê brasileira de Nightmare ainda passa por Curitiba (6) e Porto Alegre (7).

Set-list:

Nightmare

Critical Acclaim

Welcome to the Family

Beast and the Harlot

Buried Alive

So Far Away

Afterlife

God Hates Us

Bat Country

Unholy Confessions

Encore:

Fiction

Save Me

M. Shadows, vocalista da banda californiana, durante show na capital paulista
M. Shadows, vocalista da banda californiana, durante show na capital paulista
Foto: Eladio Machado / Especial para Terra
Fonte: Terra
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