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Lenda do samba-rock, Bebeto lança disco cheio de suingue

11 nov 2010 - 18h06
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Paulo Noviello

Com 63 anos de vida e 35 de carreira, o cantor, compositor e violonista Bebeto continua esbanjando vitalidade e muito suingue. Um dos grandes nomes do samba-rock nos anos 70 e autor do sucesso Segura a Nega, ele está lançando seu 38º disco, e o primeiro em seis anos: Prazer, eu Sou Bebeto, pela EMI.

Ouça Bebeto grátis no Sonora

Em entrevista ao Terra, ele diz que o título sugestivo não é por acaso. "Quis mesmo me apresentar para essa nova geração, os jovens que ainda não me conhecem, ou conhecem só por Segura a Nega", explica. A música, obrigatória nas baladas de samba rock e no repertório de grupos que resgatam o estilo, como o Clube do Balanço, fez com que ele ganhasse um novo e jovem público, que Bebeto quer atingir em cheio com o novo disco.

Parceria com músicos jovens

"Faz um tempo que eu queria fazer um disco novo, tinha bastante música inédita. Pensei em lançar independente, pelo meu próprio selo, aí pintou esse interesse da EMI, com muito carinho, que acelerou o processo", conta. Como não poderia deixar de ser, o suingue e o samba rock dão o tom de Prazer, Eu Sou Bebeto. "A gente procurou não sair da essência. As músicas são dentro do estilo que eu sempre naveguei. É música pra dançar, fazer a festa e namorar", brinca.

Para acompanhá-lo, Bebeto chamou músicos jovens e talentosos. "Alguns eu nem conhecia, como o Clemente (Magalhães, produtor do disco), mas a sintonia foi total. Deixei eles soltou para cada um fazer o quisesse", afirma. Um dos colaboradores foi Davi Moraes. "Ele me convidou para participar de um show, e a parceria rendeu". Outros jovens parceiros são os gaúchos Thiago Correa e Allan Dias. "São dois moleques de 19, 20 anos, maravilhosos. Fizemos três músicas juntos. Quando eles estão no Rio vêm na minha casa, a gente faz um som", conta.

Processo de criação

Além das faixas mais românticas como Charme, Linda e Amor Infinito, Bebeto homenageia o parceiro Jorge Ben Jor em /Tudo Bem (Big Ben),a Mãe África em Herdeiros da Raça e Noel Rosa em Eterno Poeta. A única regravação, Água, Água, é surpreendentemente atual, com o tema ecológico, falando de um futuro sombrio causado pela poluição. Ele fala sobre seu processo de criação e composição. "Tenho uma ideia e coloco no papel. Por exemplo, fiz um show uma vez com o grupo Sandália de Prata em São Paulo,gostei da expressão sandália de prata e inventei uma letra que falava de uma menina com sandália de prata", explica.

Ele diz que muito do processo de composição com os músicos é feito por telefone, mas um encontro por semana é sagrado. "Toda quarta-feira a gente faz um almoço lá no campo do time do Chico Buarque, faz um churrasquinho, uma vaca atolada, troca ideias, e surge muita música ali. De vez em quando o Chico aparece. Até fizemos uma música pra ele, eu, o Allan e o Thiago. Eu falei: 'você é danado, Chico, vai ser difícil'. Mas ele curtiu", lembra. Mas ele não costuma jogar futebol com o tradicional time de Chico, o Polytheama. "Eles jogam de quinta, mas eu jogo com o time do Zico, no mesmo dia. E não tenho mais aquele pique pra jogar direto", brinca.

Anos 70

Apesar dos seis anos sem gravar, Bebeto nunca deixou de fazer shows. "Trabalhar, eu sempre trabalhei muito. Sempre tive um público grande. Claro, nos anos 70 eu tocava para 15 mil pessoas, mas hoje toco para 4, 5 mil", afirma. Perguntado sobre a diferença entre o público de hoje com o dos anos 70, ele responde: "Ah, antes o público era mais exigente, levava mais a sério, criticava, cobrava. Hoje o pessoal quer mais é se divertir, curtir o show", explica.

Com "Prazer, Eu Sou Bebeto", o cantor e compositor quer atingir o público jovem
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Foto: Washington Possato / Divulgação
Fonte: Redação Terra
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