PUBLICIDADE

John Lennon, gênio da música e ativista, faria 70 anos hoje

9 out 2010 - 08h32
(atualizado às 13h44)
Compartilhar

John Winston Lennon, o garoto de Liverpool que se tornou um ícone da rebeldia rock and roll com os Beatles e em sua carreira solo, foi amado e odiado por suas músicas e convicções políticas, e foi assassinado aos 40 anos por um fã com distúrbios mentais, viveu uma das histórias mais conhecidas e fantásticas do século 20. Se estivesse vivo, ele completaria 70 anos neste 9 de outubro.

Lennon nasceu em 1940, em plena Segunda Guerra Mundial, e foi batizado em homenagem ao seu avô e ao primeiro-ministro britânico Winston Churchill. O pai Alfred era marinheiro e ficava pouco em casa, e a mãe Julia acabou engravidando de outro homem. O pequeno John acabou indo morar com a tia Mary "Mimi" Smith, que ele sempre considerou sua segunda mãe. Mas Julia sempre o visitava, e na adolescência o ensinou a tocar banjo, deu a ele discos de Elvis Presley e comprou seu primeiro violão, em 1957.

No mesmo ano John e amigos de escola formaram a banda The Quarrymen, que tocava Skiffle, um ritmo derivado do jazz popular na época em Liverpool. Em 6 de julho desse ano ele conheceu Paul McCartney numa apresentação da banda. Eles logo ficaram amigos e Paul entrou no Quarrymen, apesar do pai dele achar que John o ia "meter em encrencas". George Harrison entrou como guitarrista e Stuart Sutcliffe asusmiu a bateria, quando os colegas de John deixaram o grupo, que pouco depois eles decidiram rebatizar como "The Beatles".

John entrou na faculdade de Artes, mas continuou dando prioridade para a banda. Em 1960 os quatro garotos, com Pete Best foram para Hamburgo, onde tocaram uma temporada de 48 noites em bares da cidade, fazendo shows longos, movidos à anfetaminas. De volta a Liverpool, começaram a ganhar fama tocando no Cavern Club, onde conheceram o empresário Brian Epstein, que os aconselhou a substituir Best por Ringo Starr. O resto é história. A partir do primeiro single gravado, Love Me Do, em 1962, os Beatles viaram a maior banda de rock do mundo e símbolo da década de 60, durante a chamada "Beatlemania".

Lennon e McCartney dividiam o crédito das composições, mas poucas foram realmente escritas em dupla. Lennon é o autor, por exemplo, de Help!, A Hard Days Night, I Feel Fine, Nowhere Man, Lucy in the Sky With Diamonds, Revolution, Strawberry Fields Forever e Come Together, mostrando uma personalidade mais sombria e inconformista que Paul. Em 1965 John tomou LSD pela primeira vez, o que gerou uma mudança de rumo nos Beatles, que saíram do pop iê-iê-iê em direção ao experimentalismo psicodélico, a partir do álbum Rubber Soul. No ano seguinte eles decidiram não fazerem mais shows, e se concentrarem nos álbuns, o que gerou aos obras-primas Revolver, de 1966, e Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band, do ano seguinte.

Ainda casado com a namorada de adolescência Cynthia, com quem teve o primeiro filho, Julian, John conheceu e se apaixonou pela artista de vanguarda japonesa Yoko Ono. Quando seu romance se tornou público, a maioria dos fãs e os outros membros da banda passaram a odiar Yoko, a estranha artista conceitual que parecia hipnotizar John. Mas o amor entre os dois se mostrou forte, e começou a minar a relação entre John e Paul. Em 1969, após a gravação do disco Abbey Road, Lennon decidiu sair dos Beatles e se dedicar às causas pacifistas ao lado de Yoko, principalmente pedindo o fim da Guerra do Vietnã, na música Give Peace a Chance e no famoso "Bed-In", quando o casal fez um protesto deitado em uma cama de hotel.

Em carreira solo, Lennon compôs clássicos autobiográficos como Instant Karma!, Cold Turkey (sobre o vício em heroína), God (que tem a famosa frase "O Sonho Acabou"), Mother (sobre a rejeição da mãe Julia), Jealous Guy (pedido de desculpas a Yoko após uma briga) e o hino pacifista Imagine. Morando em Nova York e participando ativamente de movimentos pelo fim da guerra, Lennon passou a ser considerado "inimigo do Estado" pelo então presidente dos EUA Richard Nixon, que o tentou deportar do país. A partir de 1975, ele se afastou dos palcos e se dedicou a cuidar do filho Sean.

Em 1980 ele voltou a gravar, e fez o disco Double Fantasy. Mas a volta foi interrompida em 8 de dezembro daquele ano, quando Mark David Chapman, após pedir para Lennon autografar um disco, lhe deu um tiro, na frente do apartamento onde o cantor morava. John Lennon morria e virava uma lenda, aos 40 anos. Desde então, a mito em torno do menino de Liverpool que acreditava que podia mudar o mundo com seu talento só cresceu, e hoje fãs de todo o mundo celebram os 70 anos de nascimento de John Winston Lennon.

Uma das imagens famosas de Lennon feitas pelo fotógrafo Bob Gruen
Uma das imagens famosas de Lennon feitas pelo fotógrafo Bob Gruen
Foto: Bob Gruen / Divulgação
Fonte: Redação Terra
Compartilhar
Publicidade