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Músico cubano Pablo Milanes evita política, mas ainda se diz revolucionário

26 fev 2015 - 17h26
(atualizado às 17h26)
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O álbum mais recente de Pablo Milanes se chama “Renacimiento”, mas um clima de nostalgia estava no ar durante a apresentação do cantor e compositor cubano em Londres, na noite de quarta-feira.

Cantor cubano Pablo Milanes, em foto de arquivo. 19/04/2008
Cantor cubano Pablo Milanes, em foto de arquivo. 19/04/2008
Foto: Felix Ordonez / Reuters

Não era só saudosismo pelos dias inebriantes da revolução cubana, pois também houve espaço para temas românticos mais universais. Um toque jazístico trouxe uma variedade de ritmos, do son cubano ao bolero, e até alguns toques de música brasileira.

Milanes é um verdadeiro embaixador da música latino-americana. Ao lado de Silvio Rodríguez, ele foi uma das revelações da Nueva Trova, o movimento de canções de inspiração política que emergiu em Cuba nos anos 1960, depois que Fidel Castro assumiu o poder.

Ele sempre apoiou a revolução, mas não deixou de criticá-la – chegou a passar alguns anos em um campo de trabalho, embora mais tarde tenha se tornado membro da Assembleia Nacional Cubana.

Ele também desfrutou de um grande sucesso internacional ao longo dos anos. Sua canção mais famosa, “Yolanda”, é um clássico em todo continente.

Milanes, que fez 72 anos na terça-feira, sentou-se em uma cadeira durante seu show no Barbican de Londres e recorreu a um livro para lembrar as letras.

Seu penteado afro deu lugar à cabeça raspada, mas sua voz se mostrou doce como sempre, e um quinteto manteve o espetáculo animado.

Milanes não fez referência à política ou às mudanças em curso em Cuba, mas soou pessimista em uma entrevista ao jornal espanhol El País este mês.

Ele descreveu as reformas como “maquiagem” e disse que, apesar da reaproximação entre Washington e Havana, nenhum lado irá ceder mais do que o necessário e que ambos estão determinados a alcançar seus próprios objetivos.

Mas ele afirmou ainda ser um revolucionário e se apegar às ideias da juventude.

“Mesmo que tenha havido erros, vi que tinha que defender a ideia original, e ainda a defendo”, disse ao jornal.

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