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Monsters of Rock: festival celebra peso e reúne gerações em SP

21 out 2013 - 06h58
(atualizado às 06h58)
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<p>Killswitch Engage, Aerosmith e Dokken se apresentaram no festival</p>
Killswitch Engage, Aerosmith e Dokken se apresentaram no festival
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra

Bem longe de sintetizadores e programações eletrônicas do rock atual, o fim de semana do Anhembi teve peso, guitarras de sobra, nomes ascendentes do metal e um sentimento nostálgico com grupos que praticamente pararam no tempo.

Dia 1 – Nu-metal e novos nomes

No sábado (19), Limp Bizkit e Korn levaram os 30 mil fãs em uma viagem direto ao início dos anos 2000. Sob o comando de seus capitães, Fred Durst e Jonathan Davis, os grupos mostraram que estão vivos, assim com o nu-metal, um gênero pouco explorado pelas novas gerações. Grande atração da noite, o grupo mascarado Slipknot voltou ao Brasil depois de sua passagem mais recente, em 2011, no Rock in Rio, mas com status de headliner. Com efeitos pirotécnicos, presença de palco e uma capacidade tremenda de reproduzir o peso de seus álbuns ao vivo, a banda do vocalista Corey Taylor tocou seus maiores sucessos – Psychosocial, Duality, Before I Forget e outros – e ainda homenageou o baixista Paul Gray, morto em 2010.

Mais cedo (bem mais cedo) o show ficou por conta de novos nomes do gênero pesado que pouco a pouco ganham espaço e atraem mais público. Os franceses do Gojira, por exemplo, aproveitaram a boa fase após o lançamento do disco L’Enfant Sauvage (2013) e a assinatura com a Roadrunner para ganhar fãs no Brasil. Mesmo perdendo com o horário (14h30) e o curto setlist (45 min) mostraram um show pesado e condizente com sua proposta de metal. As atrações seguintes, Hatebreed e Killswitch Engage, responderam à altura de seus fãs brasileiros.

Curiosamente, um nome a ser destacado no primeiro dia é o Sepultura. A banda, que não tocou no festival, foi tema quase onipresente dos shows. Depois de uma homenagem dos franceses do Gojira que mencionaram a banda durante seu show, o Hatebreed convidou Andreas Kisser ao palco para tocar Refuse/Resist, um grande momento da apresentação. "Doze anos atrás, uma banda nos convidou para uma turnê, nos deu experiência e uma oportunidade incrível", disse o vocalista Jamey Jasta. Horas mais tarde, Andreas Kisser voltaria ao palco ao lado do colega Derrick Greene, desta vez para dividir o palco com Korn e tocar Roots Bloody Roots.

Entre nomes consagrados e alguns "novatos" (não tão novatos assim), o primeiro dia do Monsters of Rock teve uma boa mistura para os fãs de metal, exceto pelo horário que não privilegiou algumas atrações, como o Gojira. De qualquer forma, o público chegou cedo e correspondeu.

Dia 2 – Calças de couro e farofa

Da "molecada" que curtiu o primeiro dia do Monsters of Rock restaram poucos. No segundo dia de shows, o rosto do público mudou: envelheceu, vestiu suas calças de couro, tirou a bandana da gaveta e viajou para a década de 80.

Em um dia marcado pela presença maciça de hard rock, ficou nítida que a maior parte do público encheu o Anhembi para ver as duas atrações principais: Whitesnake e Aerosmith. Enquanto o grupo de David Coverdale cantou em coro com hits radiofônicos como Is This Love e Love Ain’t No Stranger, a veterana banda de Steven Tyler e Joe Perry desfrutou de sua lista quase infinita de sucessos. Sweet Emotion, Dream On, Walk This Way, Cryin, Jaded, Toys in the Attic, Livin on the Edge e Janie’s Got a Gun justificaram aos fãs a ida ao Anhembi na noite de domingo (20). Sucesso absoluto das rádios em 1998, I Don’t Want to Miss a Thing foi cantada em coro.

Se no primeiro dia as bandas que não eram headliners ganharam pontos, os grupos do segundo dia estiveram bem longe do brilho. Em vez de bandas novas e com vitalidade, nomes "ressuscitados" fizeram shows abaixo da média e aquém do esperado para um festival com 30 mil pessoas e somente um palco. "Gostaria que ainda fosse 1987. Vamos fechar nossos olhos e fingir pelos próximos 20 segundos que ainda é 1987", disse o vocalista do Dokken, Don Dokken. O espírito "parado no tempo" seguiu por aí com as apresentações seguintes. Bandas longe de seu desempenho máximo escoradas por sucessos completando 30 anos de idades.

Geoff Tate trouxe seu Queensrÿche e cantou Silent Lucidity em coro com o público, mas não passou disso. Já o Ratt lembrou sucessos como Body Talk, Back for More e Round and Round em um rápido show de uma hora, mas se perdeu ao exigir de um público que estava ali para ver Aerosmith e Whitesnake.

O que deu certo

- Circulação: a carga de 30 mil pessoas foi adequada para que o público pudesse caminhar tranquilamente e se posicionasse para ver os shows.

- Bandas novas: Gojira, Killswitch Engage e Hatebreed mostraram vigor, vitalidade e a certeza de que são o futuro do metal ao lidar com um festival grande.

- Headliners: Como atração do primeiro dia, o Slipknot comprovou que “aguenta a bronca” de ser o grande nome de um festival. Experiente e cheio de hits, Aerosmith foi um tiro certeiro.

O que deu errado

- Som oscilante: o Anhembi sempre é palco de polêmicas em relação ao som por ser um espaço aberto, onde se perde qualidade e potência. Incrivelmente, o sistema de som foi bem em alguns shows, mas infelizmente isso não foi uma constante. Na maior parte deles, as caixas de repetição na metade final da pista estavam com os agudos estourados, tornando quase insuportável ficar em sua direção por muito tempo.

- Bandas "ressuscitadas": ser dona de clássicos e ter uma legião de fãs não basta para as bandas que fizeram sucesso no auge do hard rock nos anos 80. Entre vocais desafinados e problemas técnicos, shows de Dokken, Geoff Tate’s Queensrÿche e Ratt foram alguns que ficaram aquém do que se espera de um festival para 30 mil pessoas.

- Sol: não choveu, isso foi bom. Por outro lado, o Anhembi oferece poucas áreas de cobertura para se proteger dos raios solares. O público se amontoou onde foi possível. Uma tenda, assim como houve no Lollapalooza 2012, resolveria o problema.

Fonte: Terra
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