PUBLICIDADE

Metal de sotaque francês: Gojira promete "violência sonora" no Brasil

Em entrevista ao Terra, o baterista Mario Duplantier falou sobre a nova fase da banda e a expectativa de tocar o Brasil

19 out 2013 - 15h27
(atualizado às 15h27)
Compartilhar
Exibir comentários
<p>A banda francesa Gojira</p>
A banda francesa Gojira
Foto: Getty Images

Entre o sábado (19) e domingo (20), diversas bandas de metal passarão pelo palco do Anhembi, em São Paulo, para o Monsters of Rock. No entanto, no primeiro dia de shows, um sotaque diferenciado chamará atenção entre as bandas norte-americanas e britânicas. Segundo grupo a subir ao palco do festival, os franceses do Gojira têm se destacado no gênero, principalmente após o lançamento de L'Enfant Sauvage (2012), seu quinto disco. Em entrevista ao Terra, o baterista Mario Duplantier falou sobre a vinda ao Brasil e prometeu "violência" no som da banda.

"Temos pouco tempo, por volta de 45 minutos. É pouco para mostrar nossa música, mas queremos mostrar um pouco de todos os nossos discos, não só do álbum novo. Queremos uma mistura. Ao menos uma música de cada um para dar um gosto a todos do que é Gojira", afirmou o baterista.

O grupo, que ainda conta com Joe Duplantier (vocal e guitarra), Christian Andreu (guitarra) e Jean-Michel Labadie (baixo), assinou com a Roadrunner para seu álbum mais recente, o que aumentou a exposição do grupo. "Demos um grade passo. Foi a primeira vez que tivemos uma plataforma forte para a banda", contou.

Foto: Getty Images

Sobre o fato do grupo vir de um país que tradicionalmente não é um berço do metal, Mario brinca. "Quando começamos era um saco. Vir da França não nos dava credibilidade que as bandas norte-americanas, suecas ou britânicas têm".

Confira a entrevista:

Terra - Estão ansiosos para vir ao Brasil?

Mario Duplantier -

Nós sabemos que os fãs do Brasil têm uma recepção muito calorosa. Não vemos a hora de ver como é isso. Estamos muito empolgados.

Terra - Como será o show?

Mario Duplantier -

Temos pouco tempo, por volta de 45 minutos. É pouco para mostrar nossa música, mas queremos mostrar um pouco de todos os nossos discos, não só do álbum novo. Queremos uma mistura. Ao menos uma música de cada um para dar um gosto a todos do que é Gojira.

Terra - A exposição de vocês aumentou com L'Enfant Sauvage.

Mario Duplantier -

Sim. Nós sentimos isso. Há duas razões para isso. Ao assinarmos com a RoadRunner demos um grade passo. Foi a primeira vez que tivemos uma plataforma forte para a banda. Fizemos divulgação e tudo mais, foi uma exposição muito boa para nós. Também tivemos muito o apoio do Metallica que nos convidou para diversos shows em estádios. 

Terra - Como foi excursionar com eles?

Mario Duplantier -

Foi um sonho. Quando você é um metalhead e está em turnê com o Metallica, você não é um músico mais, é só uma criança assistindo. Ficávamos prestando atenção nos detalhes, tentando não perder nada do que estava acontecendo, ver como a equipe trabalhava, eles no palcos. Nós assistimos a todos os shows deles, somos todos fãs. São todos muito gentis, simples e pés no chão. Além de tudo, foi uma lição para nós como músicos.

Terra - Fãs de metal são bem exigentes. Sentiram algum tipo de reação estranha abrindo shows do Metallica?

Mario Duplantier -

No geral, nossa música é um pouco violenta, então é normal perceber que o público fica um pouco surpreso. Tirando duas ocasiões nos Estados Unidos, a reação foi sempre incrível.

<p>O baterista Mario Duplantier em show do Gojira em show realizado no Bloodstock Open Air, no Reino Unido, em agosto deste ano</p>
O baterista Mario Duplantier em show do Gojira em show realizado no Bloodstock Open Air, no Reino Unido, em agosto deste ano
Foto: Getty Images
Terra - O fato do Gojira ser uma banda francesa ajuda ou atrapalha?

Mario Duplantier -

Quando começamos era um saco. Vir da França não nos dava credibilidade que as bandas norte-americanas, suecas ou britânicas têm. Tínhamos que provar que não éramos como eles. Mas cantamos em inglês e a música é muito universal. Metalheads amam a mesma coisa: temos bumbo duplo, riffs legais e uma voz boa. Agora superamos isso. Na realidade, é até legal, algo exótico.

Terra - O show de vocês é muito pesado. Vocês gravam o disco pensando na apresentação?

Mario Duplantier -

Adoramos tocar ao vivo e gostamos do fato de não estarmos presos ao metrônomo em nossos ouvidos. Tocamos de maneira livre e queremos colocar nossas emoções no momento em que queremos. Creio que tocar ao vivo deveria ser a referência para o estúdio. Acho até a gente deveria ir um pouco nessa direção.

Terra - Como vê a indústria musical atualmente?

Mario Duplantier -

Vivemos numa época muito ruim para gravadoras. Não podemos dizer que tudo é ruim também. A internet fez com que muitas, muitas pessoas chegassem ao nosso som. Eu posso ouvir música, ver vídeos de bandas de todo o mundo. Há uma preocupação com o lado artístico, claro. Mas também é triste pois não se dá muito valor ao objeto que é o disco, por exemplo. Músicos precisam ir para a estrada agora. Não fazemos mais dinheiro com álbuns, precisamos tocar, tocar e tocar.

Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade
Publicidade