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Marky Ramone diz que grupo poderia ter retornado após aposentadoria

9 set 2015 - 14h54
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Apesar de considerar correta a decisão dar um ponto final a mais de três décadas de sucesso em 1996 após o câncer de Joey Ramone, o baterista de uma das bandas mais lendárias do punk rock, Marky Ramone, acredita que os Ramones tinham condições de ter voltado a se reunir anos mais tarde.

"Tínhamos chegado ao ápice e era um bom momento para pararmos. Dessa forma, Joey poderia receber tratamento médico, mas acho que, se tivéssemos deixado passar quatro ou cinco anos de aposentadoria, poderíamos ter nos reunidos de novo", opina o músico sobre uma época no qual o punk, estilo praticamente criado pelos Ramones, voltou a estar na moda graças a bandas jovens como o Green Day.

As declarações foram dadas por Marky em entrevista concedida nesta quarta-feira à Agência Efe, um dia antes do início de uma série de shows na Espanha e também por ocasião da publicação de suas primeiras memórias, "Punk rock blitzkrieg".

Marky demorou cinco anos para escrever o livro, que tem início em sua infância, quando era fascinado pelos músicos que escutava em um rádio modelo RCA 3RH10, antes de descobrir os Beatles pela televisão, na lendária atuação no programa de Ed Sullivan, em 1964.

"Eles me impressionaram, eram muito animados. Gostava especialmente do Ringo, que era como um personagem de desenhos. Eles me influenciaram muito", lembra o baterista.

Marc Bell, autêntico nome de Marky, começou tocando com Richard Hell & The Voidoids, conhecendo os Ramones durante sua passagem pelo não menos famoso Nova York CBGB, atualmente fechado. Foi quando se iniciaram os problemas com o então baterista, Tommy Erdelyi, que o recomendou para substituí-lo na gravação de "Road to Ruin", em 1978.

"Eu tocava muito mais forte que Tommy, mas queria manter a intensidade original. Me senti parte da banda assim que eu entrei no estúdio", explicou Marky, que acabou gravando oito álbuns com a banda no total, até "¡Adios amigos!" (1995), muito mais que seu antecessor.

Parte da mitologia e da história real que rodeia os Ramones tem a ver com tumultos, vícios em drogas, desencontros, mas o quarteto que decidiu compartilhar o sobrenome artístico chegou a ser uma família feliz, como cantaram na música "We're a happy family".

"Nesse ramo, é normal encontrar diferenças de opiniões, animosidades e brigas, mas as pazes são feitas e se continua. Por exemplo, fomos muito felizes quando nos demos conta da influência que a nossa música teve em bandas de todo mundo", afirma o baterista, de 59 anos.

Uma das rixas teve como motivo o cancelamento de um show em 1981 porque Bell, que já tinha problemas com álcool, não chegou a tempo após passar a noite em uma festa. Por causa de sua dependência, deixou o grupo em 1982 e, já recuperado, retornou em 1987.

"Não foi difícil ter de lembrar desses tempos, mas sim esquecê-los. Fiz o que tinha que fazer e parei. Se não tivesse parado, poderia estar morto", avalia Marky, sem evitar os risos, agora que todos os problemas ficaram para trás.

O baterista acabou como o único sobrevivente entre os membros mais emblemáticos dos Ramones e, apesar de não ter sido um dos fundadores da banda, sua contribuição foi reconhecida em 2002, quando foi incluído junto com Dee Dee, Joey, C.J e o próprio Tommy, que o indicou para o grupo, ao Salão da Fama do Rock and Roll.

"Toda banda, não importa qual, deseja o sucesso comercial, porque supõe chegar a mais pessoas. Quando ouço que um grupo diz não querer vender discos, não acredito", destaca.

EFE   
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