Crise mundial inspira apresentação de Jota Quest
Mais de 50 mil pessoas acompanharam o show do Jota Quest na abertura da segunda noite do Festival de Verão de Salvador. A banda tocou por mais de duas horas e reuniu em um repertório pesado um setlist com a mistura de clássicos antigos e canções novas que estão incluídas no último álbum do grupo, lançado no final do ano passado.
"Muito obrigado a todos vocês que chegaram mais cedo para ver a gente. É uma grande honra subir nesse palco e abrir à noite. Vai ser um show imperdível, em uma apresentação onde vamos prezar a qualidade", firmou o vocalista da banda mineira Rogério Flausino, enquanto se preparava para entrar no palco.
O Jota Quest não poupou energia e logo de cara emplacou algumas das principais músicas da banda, como Além do Horizonte, Na Moral, Dias Melhores e Planeta dos Macacos.
Os músicos de Belo Horizonte só diminuíram o ritmo depois de meia hora de show, quando o grupo resolveu dar uma trégua para a platéia e apresentou o novo hit do grupo.
"Esta canção que a gente vai tocar é uma novidade que a gente trás pra vocês. Se chama La Plata. Essa música fala sobre a crise de valores que estamos passando. Não apenas em dinheiro, mas em espírito também", disse o cantor Rogério Flausino.
O público aprovou: "eu acho que é uma boa maneira de mostrar aos jovens que é preciso cuidar bem do dinheiro. Isso faz parte da educação financeira", disse o médico Adilson Couto.
A música ganhou destaque com os efeitos de luzes e iluminação. O telão exibiu imagens de gráficos econômicos e painéis de bolsas de valores. Rogério Flausino chamou a atenção com seu vestuário irônico.
O chapéu de couro preto combinou com a calça branca que vestiu durante todo o show. Descontraído, o cantor passou a imagem de um charlatão americano: "ele tem uma energia muito quente. A banda empolga mesmo", disse o empresário Adelmo Carvalho.
A parte final do show não deixou a desejar. A banda fechou sua apresentação no Festival de Verão com muita empolgação e arrancou aplausos de toda a platéia.
"Muito bom. A vontade dele de cantar é grande. Estavam no gás", disse o supervisor de vendas Michel Antas. "Maravilhoso. A instrumentação deles é fora do comum. Eles têm uma união de palco completa", acrescentou a estudante Tatiana Santos.
"Eles conseguiram juntar as tribos. Tem muita gente aqui de vários gostos musicais e a gente percebe que eles fizeram isso acontecer. Todo mundo cantou", resumiu o fã Leonardo Brito.
Ao término do show, a banda falou sobre o atual momento do grupo e experiência de abrir um show de Ivete Sangalo em plena capital baiana: "não é fácil entrar em Salvador e tocar no mesmo dia que a Ivete. São 50 mil pessoas que você tem que segurar", disse.
A experiência acabou falando mais alto diante da ansiedade que tomou conta do festival: "a gente se vê no auge da nossa criatividade e o Jota Quest é isso", completou.
Rogério Flausino deixou o backstage depois de posar para fotos ao lado dos fãs e deixar claro que o Jota Quest ainda tem muito o que fazer dentro do cenário musical brasileiro.
"Muitas mudanças vão acontecer, aliás, a gente sempre vai mudar e tentar quebrar velhos paradigmas. No início da nossa carreira, a gente queria misturar o black com o pop. Depois de 5 ou 6 anos de dedicação total a esse tipo de som deixamos fluir outras referências de som, como MPB, Eletrônico e Black. Estamos aí para botar pra quebrar", concluiu o compositor.