Vocalista do Chiclete adianta Carnaval e lança nova música
Um show para levantar a galera. Foi assim na terceira apresentação da noite do Festival de Verão de Salvador. Depois de curtir a irreverência dos anos 80 com Biquíni Cavadão e a magia de Daniela Mercury com a participação especial de Margareth Menezes, a platéia baiana saiu do chão e dançou por quase três horas ao som de Chiclete com Banana.
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"Demais. A Bahia está em festa hoje. Mais um ano com os chicleteiros aqui presente. Rapaz, vou te dizer... vamos fazer dessa noite uma noite chicleteira", afirmou Bell, o líder da banda e vocalista do grupo.
Às vésperas do Carnaval, o compositor aproveitou para lançar a música Flutuar, tema que tem tudo para agitar um dos mais assediados blocos da capital baiana.
"Nós nunca escolhemos uma canção para trabalhar. É claro que sempre têm duas que mandamos para as rádios, mas isso não tem muito a ver porque a turma começa a gravar os nossos sons e a piratear. Então todo o mundo canta nas ruas e as rádios acabam se vendo obrigadas a tocar", acrescentou o cantor.
Para o Festival de Verão, a banda variou no setlist. "Não trabalhamos com repertório. Nosso repertório é muito forte, mas não há uma ordem. Escrevo uma lista de músicas apenas para não esquecer e aí tocamos conforme o sentimento da galera", conta.
Cinqüenta mil pessoas conferiram a canção Flutuar, que será lançada oficialmente no próximo Carnaval. Se depender dos fãs, o arranjo musical será um sucesso.
"Gostei muito da música. Vai estourar nesse carnaval, com certeza. Ela agrada a todas as idades, não só os jovens, como adolescentes e pessoas mais velhas. Tem 20 anos que acompanho o Chiclete", diz um chicleteiro.
Na platéia, entre os fãs do grupo, estava a atendente Marta Maria Tavares Machado da Silva. Aos 60 anos, ela saiu de Belo Horizonte para conferir a performance do grupo e aproveitou a madrugada para chacoalhar o esqueleto.
"É a primeira vez que venho a um show na minha vida. Disse ao meu filho de 25 anos que viria e ele me chamou de louca. Era um sonho que queria realizar. Adoro Chiclete com Banana", disse.
Com a pista cheia, a banda agradou a todos os gostos e idades. "Sou da Paraíba e vim para Salvador por causa deste festival. Cheguei de viagem hoje e não dormi nada. Estou descansando", brincou a fisioterapeuta Jadcely Serafim.
"Pra mim, o Chiclete é uma das bandas que mais anima e levanta a galera. Não dá para ficar parado com ele. Não tem como. É um astral maravilhoso", acrescentou a professora Maria de Fátima Diniz.
Com o sorriso na cara e a tradicional bandana sob os cabelos encaracolados, o compositor arrancou aplausos de toda a platéia. "Beleza, sou fã. Vale à pena assistir. A animação que eles transmitem para a galera é muito grande. É um show diferente. Inesquecível. Quem vem a primeira vez jamais deixa de voltar", disse o empresário Felizardo Felix Neto.
Descontração, também, nos camarotes. "Está virando uma tradição. É a segunda vez que estou vindo. Estive aqui quatro anos atrás e a estrutura mudou muito. Há detalhes de iluminação e carpetes por todo o palco para não levantar poeira. Está crescendo, evoluindo", complementou o comerciante Geovani Zorzo.
Nos bastidores, o compositor contou o segredo do sucesso. "Percebo isso, a bandana me ajudou muito a criar uma marca forte. As pessoas me conhecem por ela", disse. Perguntado, sobre o modelo criado por Axl Rose, líder do Guns 'n' Roses, no fim dos anos 80, o cantor polemizou: "Os clones todos usam", ironizou. "Tenho medo de cortar o cabelo e a barba e não me conhecerem."
Com relação a data do novo CD, o baiano também seguiu com a mesma teórica de Axl Rose: "O baiano é exigente, principalmente, com a sua música. E é um direito dele. Ou ele gosta ou não. Não tem meio termo. Não temos pressa para lançar um álbum porque ele tem que sair bem feito". A expectativa dos fãs é para que o álbum não demore 15 anos para ser lançado.
