Far From Alaska sobre o Lolla: "convite abalou nosso mundo"
Grupo de Natal abre os trabalhos do Lollapalooza brasileiro no domingo (29) e promete show encorpado
A primeira exposição nacional do Far From Alaska foi em 2012, no Planeta Terra. A banda potiguar, até então recém-formada e conhecida apenas no Nordeste brasileiro, havia vencido o concurso Som Para Todos e se preparava para ganhar destaque no circuito de grandes festivais.
Desde então, muita coisa mudou. Hoje, um terço do grupo já mora em São Paulo, onde todos pretendem morar juntos até junho deste ano, para focar em sua missão. "A gente quer viver disso, tem muito lugar pra visitar no Brasil ainda. Então por enquanto é tocar, tocar e tocar", diz o baixista Eduardo Filgueiras, que forma o quinteto com Emmily Barreto (vocal), Cris Botarelli (synth, lap steel e voz), Rafael Brasil (guitarra) e Lauro Kirsch (bateria).
O ano começou bem, com a responsabilidade de abrir o primeiro dia do Lollapalooza, que acontece no próximo sábado e domingo no Autódromo de Interlagos, na Zona Sul da capital paulista. "A gente tava almoçando e o Rafa Ramos, da Deckdisc, ligou e deu a notícia. A gente ficou meio estático, porque não tava esperando. Abalou nosso mundo", lembra. Apesar da comemoração imediata, o músico garante que não demorou para que a pressão tomasse o lugar da euforia. "A gente comemora, mas a comemoração é bem breve, porque logo vem o choque. A responsabilidade cai muito rápido nas costas", garante.
O espaço no festival, garante o baixista, não foi só uma surpresa em termos de conquista pessoal. Ser uma atração nacional, e longe de levar o rótulo de "dinossauro", como bandas veteranas brasileiras que batem cartão em grandes eventos, ainda é raro. "A gente entende que [a organização] precisa fazer o festival render, e isso é legítimo. Mas se já tem uma monte de bandas que já vai levar o público que você precisa, por que não dar espaço pra bandas mais novas mostrarem o trabalho?", indaga Eduardo.
A postura de veteranos no palco foi o que surpreendeu o público no Planeta Terra em 2012, e desde então a banda já realizou inúmeras apresentações em festivais de grande relevância, como o Dosol, de Natal e o Bananada, em Goiânia. Este último reuniu o maior público da banda até hoje, oito mil pessoas. Por isso, é de se esperar que o show do Lolla seja resultado de toda essa experiência, mas com um tom de introdução à proposta do grupo, marcada por uma mistura de vocais melódicos, rasgados, riffs secos e sintetizadores.
"Pensamos em fazer um show diferente, mas chegamos à conclusão de que muita gente não conhece, então não queremos fazer nada que tenha chances de dar errado. A gente é desse jeito, os shows são muito naturais e orgânicos. É só chegar, tocar e conquistar o maior número de pessoas possível", explica Eduardo, que quer cativar os "passantes", fãs de outras atrações. O repertório vai reunir as faixas do primeiro EP, Stereochrome, e do disco madeHuman, de 2014, ainda filho único e sem planos para ganhar um sucessor. "Talvez em 2016", provoca o baixista.
Com a agenda cada vez mais cheia, uma carreira internacional é promovida de sonho a plano, mas ainda não se tornou prioridade para o Far From Alaska. "A gente quer entrar nessa área depois que tivermos cumprido a missão aqui dentro", diz Eduardo.
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