"Esses caras são a minha vida". Não é difícil entender e concordar com o argumento de Marcos Motolo, palestrante, e fanático pelo Iron Maiden, banda que fecha a sétima e última noite do Rock in Rio de 2013. Basta olhar para seu peito e barriga. Suas costas. E até para a sua cabeça. Motolo tem, simplesmente, 172 tatuagens do grupo inglês espalhadas pelo corpo desde 1999.
"A primeira é essa do meu peito, do Piece of Maden, fã clube que eu montei em 1995. Eu já gostava desses caras antes de eles serem famosos por aqui", garantiu o 'Iron-Maiden-maníaco', que tem o registro oficial do RankBrasil, o Livro dos Recordes Brasileiros, como o fã brasileiro com "a maior quantidade de tatuagens da banda Iron Maiden", como diz o certificado que ele, orgulhoso, exibe pela Cidade do Rock.
"A grande maioria é do Eddie", disse, apontando para a última das intervenções em seu corpo, a de número 172, que ocupa um pedaço da sua nuca e couro cabeludo. The Eddie é o boneco símbolo-mascote dos discos e apresentações da "Donzela de Ferro", tradução em alusão ao instrumento de tortura da idade média que inspirou o nome da banda inglesa.
Não à toa, virou sensação. "Posso interromper rapidinho para tirar uma foto com ele", pediu, quase implorando, um outro fã, durante a entrevista. Diversas emissoras de TV e jornalistas logo cercaram o personagem marcante que está pela décima vez no Brasil. "Este será o meu oitavo show. Infelizmente, não estava aqui em 1985 (primeira edição do Rock in Rio), mas tenho como o meu show inesquecível o que eles fizeram em 2004, no (estádio do) Pacaembu, em São Paulo", relembrou ele sobre a turnê Dance of Death, marcante por já ter Bruce Dickinson de volta aos vocais.
Sobrou até para o filho
A devoção é tamanha pelos ingleses, que sobem ao palco Mundo por volta de 0h05, que, assim como o exagero das tatuagens, sobrou até para o único filho. Há 14 anos, nasceu Steve Harris, nome em homenagem ao baixista e líder do Iron Maiden - o único integrante, até hoje, que jamais deixou a a banda desde que ela foi fundada, em 1975.
"Iron Maiden é tudo. Eles são caras cultos, com cidadania, mas ao mesmo tempo tem uma adrenalina única, muita força mesmo. Não à toa estão aí, quase sessentões, e tocando com mesma vontade de sempre. Iron Maiden é eletricidade, eu costumo dizer", explicou, feliz e orgulhoso por ter participado ainda do documentário Flight 666", produção de 2009 sobre a turnê mundial Somewhere Back in The World, que totalizou 23 apresentações em 45 dias pelos cinco continentes. "Fui o representante do Brasil. Não preciso dizer o quanto estou orgulhoso disso, né", perguntou. Não, sem sombras de dúvidas, não.
