Ex-dentista investe mais de R$ 1 mi para se tornar funkeira

O universo glamouroso que envolve divas como Beyoncé, Jennifer Lopez ou Madonna mora no imaginário de muitas mulheres. Roupas de grife, tempo – e, sobretudo, dinheiro – para se dedicar à beleza da pele, do corpo e dos cabelos. Carros importados, casas luxuosas.

Para a maioria delas, no entanto, este cenário não passa de imaginação. Mas no caso da funkeira Angel K, esse desejo foi levado ao pé da letra. Dentista bem-sucedida, ela largou tudo há cinco anos pela vontade de fazer sucesso nos palcos.

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Casada com um empresário que, entre outras frentes de trabalho, atua especialmente na área da música, ela teve apoio psicológico e financeiro para investir no sonho.

Investimento esse que custou bastante dinheiro. Embora ela se esquive de citar números, confirmou os dados publicados pela revista Veja SP, que a entrevistou recentemente.

Entre o clipe de Vem Meu Sheik, escolhida para ser sua primeira música de trabalho, e cursos de especialização, a estimativa é que tenha gastado mais de R$ 1,5 milhão.

E aparentemente dinheiro não era o problema quando ela decidiu mudar de profissão. Na clínica que comandava em Santo Amaro, quando ainda era conhecida como Karla Angelica Korek Farias, faturava cerca de R$ 20 mil por mês.

Para a nova empreitada, estudou por três meses em Los Angeles, segundo ela, “com os mais renomados coreógrafos”, associados ao nome de estrelas como Beyoncé, Jennifer Lopez, Madonna, Britney Spears e Nicki Minaj. “Todas estas divas”, reforça. “O público está cada vez mais exigente, porque o funk se tornou um ritmo nacional, então o mercado vai exigir que ele evolua como o público. Fui tentar buscar novas ideias, para trazer algo diferente.”

O clipe de estreia, publicado no Youtube no último mês de julho, teve mais de 1,6 milhão de visualizações, e o disco lançado no mesmo período tem 12 músicas.

O número de shows ainda é pequeno, mas ela ressalta que atualmente prefere escolher. “O meu trabalho ainda é muito recente. De julho para cá fiz uma média de dez shows. Não estão faltando convites, mas estou segurando porque quero realmente começar a fazer os shows maiores a hora que a música estiver bem mais conhecida. Estamos nos preparando cada vez mais”, afirma.

A equipe conta com quatro dançarinas e duas backing vocals, e em breve terá também uma banda no palco. As apresentações acontecem em casas noturnas, em formatos menores do que uma apresentação completa.  “O cachê gira em torno de R$ 5 mil porque são ‘pockets’. Mas não tenha dúvidas de que o meio artístico possibilita ganhar muito mais do que estar dentro de um consultório, e eu não era uma dentista que ganhava mal. Hoje estou muito mais investindo do que recebendo, mas é questão de tempo.”

Colégio de freira, sem meninos

Apesar de ter abandonado a odontologia em 2009, Angel começou a se dedicar à carreira há pouco mais de um ano. Antes disso, teve que interromper a busca pelo sonho de se tornar uma diva pop para ser mãe – ela tem três meninos – e à construção da mansão onde mora, em um condomínio em São Bernardo do Campo.

Ela conta que sempre gostou das artes e fazia parte do coral da escola. “Estudei em escola de freira, super rígido, só de meninas. Fui estudar com menino só na faculdade de odontologia.”

Mesmo tendo afinidade com a música e 14 anos de balé clássico, os pais preferiram incentivá-la a uma profissão mais tradicional. “Antigamente a carreira artística era legal, não era o que o pai e uma mãe queriam para você”.

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A virada aconteceu quando um dos projetos agenciados pelo marido, focado no ritmo reggaeton, exigia uma vocalista feminina. A ideia não foi pra frente, mas foi o pontapé inicial para que ela abandonasse de vez a antiga profissão. “Foi muito rápido e objetivo. Estava claro o que eu queria”,

Segundo ela, estava nítido que precisava apostar no sonho. “Mesmo na odontologia, sempre tive um brilho diferente, sempre me destaquei pelo jeito, por ser descontraída, lidar com o público, ser super popular, conhecida e querida pelas pessoas. É como se fosse uma artista inserida dentro da odontologia”, ressalta.

Casa de Barbie ostentação

A casa de Angel K é um capítulo à parte. Com 1480 metros só de área construída, sem contar a área de lazer, tem sete suítes e mais de 30 cômodos. Lá, vivem ela, o marido, os três filhos e um casal de cachorrinhos da raça Lulus da Pomerânia, Dior e Valentina, que usam roupinhas de grife e coleiras de brilhante.

A maior parte da mobília é em cor-de-rosa, preto, e muitos, muitos, detalhes em brilho - cristais swarovski são frequentes em detalhes por todos os ambientes.

O closet é recheado com mais de 400 pares de sapatos e muitas roupas de grifes como Giorgio Armani, Roberto Cavalli, BCBG, J.Crew, Jimmy Choo.

A funkeira comemora as novidades apresentadas em Milão pela Moschino, no último mês de setembro. Uma coleção inspirada na Barbie, que ela acaba de adquirir na sua última viagem para Miami para renovar o guarda-roupa, sob a tutoria de sua personal stylist Tâmara Guzman.

A boneca, inclusive, é quem decora a entrada do ambiente, em uma prateleira repleta com uma coleção delas.

Apesar da quantidade de coisas expostas, ela não se considera consumista. “Sou ponderada, penso muito antes de comprar. Só com sapato que eu sou meio ‘a louca’, se eu gosto, mesmo que eu não for usar, compro só para olhar”, diz.

O local também abriga muitas coisas de valor. “As bolsas da Chanel passam de 20 mil reais, mas é um investimento para a vida. Tenho sapatos de R$ 4 mil, R$ 5 mil reais. Tenho muita joias, brincos que chegam a 250 mil. Este anel, por exemplo, custou 36 mil euros. Meu marido me deu em uma viagem para a Grécia. Mas eu misturo com bijuteria, então, passa batido, ninguém vai saber que é uma joia cara”, analisa.

Os quartos dos filhos também são temáticos: um faz menção à Ferrari, outro, à marca Lamborghini, e o terceiro ao Corinthians.

Ela também conta com um camarim próprio, academia – onde passa duas horas por dia, revezando musculação e aeróbico –, sala de brincadeiras para as crianças e diversos outros ambientes.

Ao todo, oito funcionárias se revezam nos afazeres das da casa, com direito a uma babá para os finais de semana.

A rotina de beleza inclui drenagem três vezes por semana e acompanhamento dermatológico semanal. Ao final da conversa, a funkeira fica feliz ao constatar que o seu carro chegou da revisão. Um Porshe.

Mas além das conquistas materiais, ela quer agora conquistar o público com sua música. “Quando você trabalha duro e se esforça por um sonho, você quer reconhecimento, quer que sua música seja cantada, que você veja no rostinho de cada um o brilho quando você te vê dançando, no palco. É o reconhecimento de um trabalho feito com tanto carinho.”

A semelhança física com uma boneca Barbie, para ela, é mera coincidência. Se ela se sente a própria? “Eu não me sinto, mas as pessoas me falam: ‘olha, ela é a Barbie que fala’.”