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Em turnê brasileira, Diana Krall fala sobre paixão pelo país

15 set 2010 - 18h09
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Um dia depois de fazer no HSBC Brasil, em São Paulo, o primeiro dos três shows brasileiros da turnê do disco Quiet Nights, a cantora e pianista canadense Diana Krall recebeu a imprensa para uma entrevista coletiva, na tarde desta quarta-feira (15). Elegante em um discreto vestido preto, e com maquiagem também discreta, Krall foi simpática, apesar do tempo curto da entrevista.

Paulo Noviello
Direto de São Paulo

O disco Quiet Nights é uma homenagem da canadense ao Brasil e à bossa nova, e o título é referente à música Corcovado, de Tom Jobim, que em inglês virou Quiet Nights of Quiet Stars. Mas além de clássicos da bossa, o show de terça-feira foi uma "salada", que incluiu standards de Nat King Cole e Cole Porter, Burt Bacharach, ídolo de seu marido Elvis Costello, e o pianista "maldito" Tom Waits, com a música Clap Hands, que empolgou o público. Na entrevista, Krall explicou a eclética "salada".

"O jazz tem a ver com espontaneidade. Eu nunca faço um show igual ao outro. Canto as coisas que estão na minha cabeça no momento. Às vezes fica meio bagunçado mesmo, mas prefiro correr esse risco. Se você não experimentar, fica muito entediante. Nos shows gosto de cantar músicas que dificilmente gravaria, mas que ficam bem ao vivo, como Clap Hands", disse. Ela explicou sua admiração por Tom Waits. "Eu amo o Tom Waits. Ele é um compositor muito imaginativo. As letras dele lidam com a fantasia, contos de fadas, histórias de piratas, coisas assim. Quando eu canto, vejo as letras como um filme na minha cabeça".

Brasil e encontro com João Gilberto

E, claro, ela falou muito sobre o Brasil e a música brasileira. "Desde criança, quando comecei a estudar música, escuto bossa nova. Aprendi que a bossa é parte do jazz. Lembro de ouvir Sergio Mendes, os trios. Confesso que por tudo isso, a primeira vez que vim tocar no Brasil fiquei meio intimidada. Não bem intimidada, mas tive que pensar na música, em como a música é importante para vocês, brasileiros. Me senti humilde ao tocar aqui. Lembro que toquei no Rio com uma orquestra de jovens maravilhosa, foi a orquestra mais 'groovy' com que já toquei".

Ela disse que tem vontade de vir ao Brasil para passar mais tempo, e aprender português. No show de terça, cantou uma música em português, Seu Olhar, e a pronúncia não foi das melhores. "Adoraria aprender português, mas para isso acho que teria que ficar aqui por um bom tempo, conhecer os lugares, falar com as pessoas. Desta vez tento entender alguma coisa vendo a TV no hotel", contou.

Sobre João Gilberto, a quem conheceu em um show do mestre baiano no Carnegie Hall, em Nova York, ela assumiu a postura de "tiete". "Meu sonho é tocar com ele. No Carnegie Hall fui até o camarim dele, tirei foto. Ele foi muito simpático, perguntou porque eu escolhi músicas dele para cantar. No começo de carreira 'roubei' alguns arranjos dele, achei que ele ia ficar bravo por isso, mas foi muito legal. Ele é engraçado, durante o show ficava falando para abaixarem o ar condicionado...", lembra.

Sobre os planos para o futuro, ela se esquivou: "Não faço planos sobre nada, na verdade". Mas admitiu que talvez precisasse tirar umas férias. "Estou há vinte anos sem parar fazendo isso. Acho que preciso dar um tempo. Talvez ano que vem. Mas esse é um momento difícil para a indústria fonográfica, então tenho que fazer a minha parte fazendo os shows, sempre na estrada. Mas não reclamo. Na última turnê na Europa, levei meus dois filhos comigo no ônibus, foi bem divertido. A canadense se apresenta ainda neste sábado (18) no Teatro Oi, em Brasília, e na próxima segunda (20) no Teatro Oi Casa Grande, no Rio de Janeiro.

A cantora e pianista canadense se apresentou nessa terça-feira (14) no HSBC Brasil, em São Paulo
A cantora e pianista canadense se apresentou nessa terça-feira (14) no HSBC Brasil, em São Paulo
Foto: Marcos Hermes / Divulgação
Fonte: Redação Terra
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