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De luto pela mãe, Roberto Carlos completa 69 anos nesta 2ª

19 abr 2010 - 07h42
(atualizado às 11h16)
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Enfrentando a perda da mãe, Laura Moreira Braga, conhecida como Lady Laura, que morreu nesse sábado (17) em decorrência de uma infecção pulmonar, o cantor Roberto Carlos completa 69 anos idade nesta segunda-feira (19).

Com mais de 60 discos lançados no Brasil e muitos outros lançados no exterior, o cantor já soma mais de 120 milhões de cópias vendidas em todo o mundo e ganhou o título de "rei". Comemorando sua carreira de sucesso, Roberto Carlos iniciou em 2009 as comemorações de seus 50 anos de carreira. Depois de um show em Cachoeiro do Itapemirim (ES), sua cidade-natal no Espírito Santo, o cantor abriu uma sequência de eventos celebrando o ano especial.

Roberto Carlos dividiu palcos com cantoras como Sandy, Ivete Sangalo, Claudia Leitte, Ana Carolina, Fafá de Belém e muitas outras no espetáculo Elas Cantam Roberto, gravado no Teatro Municipal, em São Paulo, e que rendeu um CD e DVD. Outra série de parcerias pode ser registrada em show realizado no Ginásio do Ibirapuera com diversos nomes do sertanejo. Nesta apresentação, Victor & Leo, Zezé di Camargo & Luciano, Leonardo, Roberta Miranda e Chitãozinho & Xororó deram nova roupagem aos clássicos do rei para celebrar os 50 anos de carreira do cantor e compositor.

As comemorações ainda renderam um recorde ao cantor. Depois de nove apresentações no Ginásio do Ibirapuera, cerca de 85 mil pessoas viram o show de Roberto Carlos entre os dias 21 de agosto e 3 de setembro. Depois da marca, o compositor recebeu uma placa assinada pelo então governador José Serra.

Depois de muita música, o ano comemorativo ainda contou com uma exposição na Oca, no Parque do Ibirapuera, em São Paulo. Com muitas instalações interativas, vídeos e objetos pessoais do cantor, a mostra faz uma viagem pelos 50 anos de carreira de Roberto Carlos. Ele mesmo esteve na abertura da exposição se mostrou muito emocionado com os itens reunidos nesta homenagem. Em abril, Roberto Carlos viajou aos Estados Unidos para uma turnê e recebeu uma homenagem de sua gravadora, mas interrompeu a série de apresentações com a notícia da morte de sua mãe.

Vida de Roberto Carlos
Nascido em Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo, em 19 de abril de 1941, o cantor teve sempre sua vida rodeada por mistérios que sempre renderam muitos boatos. De tudo o que parece lenda e fato criado em torno da figura do cantor - que junto com "seu amigo Erasmo Carlos" e Wanderléia firmaram entre os jovens o movimento da Jovem Guarda - está a história sobre sua perna mecânica. Sempre há quem não acredite ou não saiba dessa passagem da vida de Roberto. Mas é verdade. O rei perdeu parte da perna direita durante um atropelamento por um trem na cidade natal quando tinha seis anos de idade. Foi preciso amputar parte de sua perna, logo abaixo do joelho, e ele usou muletas para ajudá-lo a caminhar até os 15 anos, quando colocou sua primeira prótese.

Essa e outras informações podiam ser conferidas na biografia não-autorizada Roberto Carlos em Detalhes (2006), escrita pelo historiador Paulo César de Araújo, e que o biografado mandou retirar das livrarias porque achava que invadia demais sua vida pessoal. O acordo entre a editora Planeta e Roberto impede que a mesma publique novamente o título e que o autor comente sobre o que escreveu em entrevistas.

E diz-se que é dessa forma também que as coisas acontecem em Chachoeiro de Itapemirim. Nada se faz se não for da vontade do rei. Da mesma maneira que se especula que Roberto, que parece não visitar muito a cidade onde nasceu, está sempre pelo local, disfarçado, visitando parentes, vendo se as coisas estão em ordem.

Fatos que incomodaram o rei
Quem pôde ler o livro sobre o aniversariante, antes de ele sumir das prateleiras das lojas, soube realmente de "detalhes tão pequenos" que Roberto talvez jamais comentasse. Araújo conta que Roberto, quando criança, era fã do cantor campineiro Bob Nelson (1918-2009), e que ele ia aos lugares vestido como o ídolo, de caubói. Até quando ia à missa, Roberto usava a indumentária de vaqueiro, com direito a revólveres e tudo mais.

E do livro também que vem a informação de que, embora tenha namorado a cantora Wanderléia no auge da Jovem Guarda, nunca tenham feito sexo. Roberto a conheceu durante a divulgação, no bairro do Cordovil, no Rio de Janeiro, de um disco que ele gravou em 1961. A plateia era composta pela cantora e mais duas pessoas. Ao final da apresentação, o cantor deu um beijo na boca da "ternurinha" com gosto de coxinha de frango. Ela mesma confirma a história.

Outra coisa que poucos sabem é que Roberto Carlos e o "tremendão" Erasmo Carlos estavam brigados e não se falavam durante o ano de 1967, no apogeu do programa Jovem Guarda, na Record. Tudo porque Erasmo foi receber o prêmio de melhor compositor no programa do cantor Wilson Simonal e esqueceu-se de citar o nome do parceiro. Roberto Carlos não gostou e, durante aquele ano, quando anunciava no palco o "meu amigo Erasmo Carlos", os dois estavam rompidos. Mas logo voltaram às boas e a parceria de composições de sucesso, iniciada com Parei na Contramão, em 1963, continua até hoje.

Entre outros, o fato que deixa ainda mais curiosa a vida misteriosa de Roberto Carlos é que ele é cheio de manias. O cantor, que já assumiu sofrer de TOC - Transtorno Obsessivo Compulsivo -, não veste nada que tenha a cor roxa. Nem marrom, assim como seu avô. Sempre que pode, evita o número 13. Para compor também não usa certas palavras, nem faz setas ou rabiscos na página onde escreve. A caneta precisa ser sempre da mesma cor. Para os shows, gosta de roupas brancas, feitas por um alfaiate que traz especialmente da Argentina. Para o dia-a-dia, tons de azul nas vestimentas.

Ele também nunca canta As Rosas Não Falam, de Cartola. Sem contar que quando se curva no final dos shows para agradecer o público, sempre murmura algo sobre o palco. Às vezes está rezando, em outras xingando baixinho e até falando palavras desconexas.

Alguns detalhes nem tão pequenos do cantor
# Roberto é filho de Robertino Braga, um relojoeiro, e Laura, costureira, que tiveram mais três filhos: Lauro, Carlos Alberto e Norma. Na infância, o cantor, que é o caçula da família, era chamado pelo apelido de Zunga.

# Tinha seu próprio programa de rádio, que durava 15 minutos, durante a programação matinal infantil da rádio ZYL-9, Cachoeiro de Itapemirim. Desde 1950 já era conhecido na cidade como um talentoso cantor mirim.

# Sua mãe torcia para que Roberto Carlos fosse médico.

# Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1953. Em 1957, conheceu Tim Maia e formaram o conjunto Os Sputniks. No ano seguinte, entrou para o The Snakes, de Erasmo Carlos. Nessa época também foi que conheceu Wilson Simonal e Jorge Benjor.

# Em 1959, lançou seu primeiro compacto com as músicas João e Maria e Fora do Tom. O primeiro álbum veio em 1961, intitulado Louco por Você. É considerado o cantor brasileiro que mais vendeu discos no mundo.

# A partir dos anos 70, com o enfraquecimento da Jovem Guarda, passou a adotar um estilo mais romântico e religioso em suas canções. Os grandes sucessos passaram a ser Detalhes, Emoções, Café da Manhã, Força Estranha, Nossa Senhora e tantos outros.

# Casou-se com a primeira mulher na Bolívia, em maio de 1968, porque no Brasil o divórcio não era reconhecido por lei. Cleonice Rossi, a Nice, era separada e mãe de uma filha, Ana Paula, que Roberto considera como sua. Deste casamento, no ano seguinte, nasceu Roberto Carlos Braga Segundo, conhecido como Dudu ou Segundinho. Roberto e Nice ainda tiveram Luciana. O relacionamento durou até 1979.

# Em 1991, o cantor reconheceu a paternidade de Rafael Torres Braga, já com 25 na época, filho de Roberto com uma fã.

# Após a separação de Nice, Roberto teve um relacionamento com a atriz Miriam Rios, com quem esteve junto até 1989. Dois anos depois, começou a namorar Maria Rita Simões, com quem, depois morarem juntos desde 1991, o rei casou-se pela primeira vez no religioso. Maria Rita era católica praticante, o que fez com que a religiosidade passasse a fazer mais parte da vida e da carreira de Roberto. A partir de 1993, todos os seus discos teriam uma música religiosa no repertório.

# Roberto Carlos ficou um ano sem se apresentar em shows após a morte da mulher Maria Rita, vítima de câncer, em 1999. Naquele ano, até o especial de final de ano da Globo foi cancelado. O cantor só voltou aos palcos em novembro de 2000, no Recife.

# De 1961 a 1999, conseguiu lançar um disco por ano. Nos últimos anos, quando lança um novo disco, a data de lançamento é sempre no Natal.

# Foi datilógrafo do Ministério da Fazenda, quando mudou-se com a família para Niterói (RJ), aos 15 anos.

# A música Apocalipse bateu o recorde de execuções em um só dia. Foi tocada 3.608 vezes, das 7h às 19h.

# Quando o papa João Paulo II esteve no México, a música Amigo, de Roberto Carlos, foi escolhida como tema e cantada por um coro de crianças durante a transmissão ao vivo para todo o mundo. Roberto também esteve com o papa em pelo menos uma de suas vindas ao Brasil.

# Em 1990, ganhou uma estrela na Calçada da Fama em Miami. Roberto Carlos ganhou o prêmio por ser considerado um dos maiores astros latino-americanos. Ele também ganhou o Grammy de Melhor Cantor Latino-americano em 1988 e o Grammy Latino por Melhor Álbum de Música Romântica em 2005.

# Participou de nove longas de ficção, sendo o primeiro Agüenta o Rojão (1958) e os sucessos Roberto Carlos em Ritmo de Aventura (1968), Roberto Carlos e O Diamante Cor-de-Rosa (1970) e Roberto Carlos A 300 KM por Hora (1972).

Roberto Carlos abriu exposição na Oca, em São Paulo
Roberto Carlos abriu exposição na Oca, em São Paulo
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Fonte: Redação Terra
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