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"Tel Aviv tem algo de Rio, de Brasil", diz Caetano Veloso

Em entrevista antes do show em Israel, Caetano e Gil justificaram a presença de ambos no país apesar dos pedidos de boicote

28 jul 2015 - 08h38
(atualizado às 09h11)
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Caetano e Gil se encontraram com ex-presidente israelense
Caetano e Gil se encontraram com ex-presidente israelense
Foto: Miriam Sanger / Especial para Terra

Gilberto Gil e Caetano Veloso foram recebidos ontem pelo ex-presidente israelense Shimon Peres na ONG Peres Center for Peace, em Tel Aviv, onde também participaram de uma entrevista coletiva à imprensa.

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Os dois estão de passagem por Israel, onde apresentam o show que faz parte da turnê Dois Amigos, Um Século de Música. A apresentação acontece nesta terça-feira (28) no Menorá Mivtachim Arena, maior espaço de eventos de Israel com capacidade para 11 mil visitantes, em Tel Aviv.

“Vocês fazem o mundo cantar e dançar. Com a música, nós podemos amar – mas não odiar. A música é capaz de espalhar a paz e a compreensão. Vocês são os mensageiros da paz”, disse Peres aos músicos.

A apresentação em Israel é sem dúvida a mais polêmica de toda a turnê, que já passou por 15 cidades européias. Isso é resultado da pressão exercida pelo Movimento BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções) que, ao longo dos últimos meses, sugeriu o cancelamento do show tendo em vista o isolamento do país. Os artistas, no entanto, não cogitaram a ideia.

Em lugar disso, Gil e Caetano decidiram dedicar parte de seu curto tempo em Israel para visitar a Cisjordânia. Guiados pela ONG Breaking the Silence, os dois estiveram no vilarejo de Susiya. “Foi uma viagem importante e fiquei muito emocionado. Vimos a doçura daquelas montanhas e foi esclarecedor, tanto para mim e para o Gil. Levarei para casa comigo muito material para ser pensado”, afirmou Caetano durante a entrevista coletiva. “Amo Israel. É preciso encontrar uma solução para que ela alcance a paz”.

O músico também declarou-se encantado com Tel Aviv. “Essa é a minha quarta visita à cidade. Amei-a da primeira vez e vejo que continuo apaixonado. Encontro gente adorável pelas ruas e me sinto em casa. Tel Aviv é muito diferente das cidades europeias. Ela tem algo de Rio, de Brasil. As pessoas se parecem conosco, se movimentam como nós. É como se estivéssemos em meio a brasileiros”, afirmou.

Já Gilberto Gil perdeu as contas de suas visitas ao país. “É minha oitava ou nona passagem por Israel. Aprendi a amar esse lugar. Além disso, nossa música é adorada por aqui há muito tempo. A cada vez, confirmo o quanto a MPB é significativa para a sociedade israelense. Acho que o melhor que podemos trazer do Brasil para cá é justamente isso: nossa música.”

Gil também declarou-se impactado pela visita ao vilarejo palestino. “A política de ocupação do governo israelense é uma política gasta, e isso fica mais claro quando temos a oportunidade de visitar a região. Estar em Susiya certamente acrescentou uma carga emotiva à minha visão sobre o país”.

As palavras “paz” e “esperança” foram citadas com frequência nas falas dos três. Segundo Peres, “não podemos sucumbir à falta de esperança. É preciso apenas aprender do passado e não desistir.” 

Memórias do exílio: a Londres de Caetano Veloso e Gil:

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Fonte: Terra
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