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Billy Corgan: "trilhamos nosso próprio caminho em 'Oceania'"

18 set 2012 - 08h47
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Depois de mais de 20 anos de carreira, mudanças de integrantes e álbuns aclamados (Siamese Dream, Mellon Collie and the Infinite Sadness) alternados a fracassos (Zeitgeist), Billy Corgan insiste em fazer o Smashing Pumpkins respirar.

O grupo - que de sua formação original hoje só tem Corgan, vocalista e guitarrista - lançou em junho seu oitavo registro de estúdio, Oceania. O álbum chega agora às lojas brasileiras pela EMI.

Oceania foi gravado por Billy Corgan em seu próprio estúdio, em Chicago, com seus novos companheiros de banda: o guitarrista Jeff Schroeder, o baterista Mike Byrne e a baixista e vocalista Nicole Fiorentino. Produzido por Corgan e Bjorn Thorsrud, o trabalho funciona como um "álbum dentro de um álbum". Ele é parte do projeto Teargarden By Kaleidyscope, em que o grupo disponibiliza um grupo de faixas finalizadas, dentro de um trabalho que tem no total 44 canções.

Em 2012, o Smashing Pumpkins vai tocar Oceania na íntegra em seus shows, com o cenário preparado por Sean Evans (responsável pelo palco de The Wall de Roger Waters). Na segunda metade do show, a banda executa clássicos de seu repertório.

Depois de dizer que "Deus é vazio como eu" (na canção Zero) e hoje abraçar Catolicismo e Budismo em seu discurso, parece que a única fé que Corgan sustenta verdadeiramente é em suas guitarras. Confira abaixo a entrevista com o líder do Smashing Pumpkins.

Em quê as gravações de Oceania se diferem das sessões de discos anteriores do Smashing Pumpkins?

Por um tempo, trabalhamos em um teatro vazio em Sedonam durante os meses de inverno em 2011, arquitetando as versões primárias das músicas, enquanto tentávamos sintonizar no terreno emocional que estávamos procurando. Dessa forma, não foi tão diferente do que fizemos nos outros álbuns, em que trabalhei em unidade com a banda para definir o modelo a seguir. Nós tínhamos acabado de sair da estrada e existia uma sensação boa do que não funcionava mais, de um ponto de vista dinâmico. Nós trabalhamos duro para criar espaço na música, sem perder nem um pouco do poder emotivo que eu gosto de ter por trás das minhas canções.

Você concluiu Oceania antes de assinar com a EMI e a Caroline Distribution, então isso significaria que você era artisticamente livre para criar o álbum que queria fazer. Poderia nos dizer algo sobre a sua mentalidade artística durante as gravações?

Quanto à produção, eu queria fazer um álbum em que as canções tivessem o mesmo valor entre si, ignorando a necessidade típica de se ter um single. E a única maneira de fazer com que todas as músicas de Oceania valessem a pena ser ouvidas era colocar o coração como elemento de coesão do todo. A partir do momento em que sentimos que atingimos o equilíbrio, deixamos que pessoas de fora ouvissem o disco que fizemos. A chance de trabalhar com o sistema da EMI de novo pareceu o certo para mim. Mas ao contrário do passado, em que eu estava sob um contrato e preso a uma série de forças externas, que nem sempre estavam a nosso favor, agora eles são nossos parceiros para levar Oceania a um mercado maior do que atingiríamos por nossa conta.

O que seus companheiros de banda adicionaram ao álbum?

Eu fui irredutível ao insistir que seria um grupo. Primeiramente e acima de tudo, estamos aqui para fazer novas músicas juntos. Me orgulho em dizer que, em Oceania, sinto que nós trilhamos nosso próprio caminho. Jeff, Mike e Nicole fizeram contribuições significativas para o tom e a textura do álbum, que é diferente de tudo o que eu já fiz. Ao mesmo tempo, acredito que ele preserva os mesmos valores musicais que eu sempre trouxe para o Smashing Pumpkins, sejam eles progressivos, emocionais, épicos ou inquietos.

Você acredita que a banda ter tocado algumas dessas músicas primeiro na estrada beneficiou o álbum?

Se tem uma coisa que aprendemos ao tocar como uma unidade intacta nestes últimos dois anos é que, a não ser que a gente crie nosso próprio som e nosso próprio legado, é fato que as pessoas vão procurar algo que elas já conhecem como padrão, mesmo que seja do meu passado ou do passado de outras pessoas. Nós temos noção de que há muito mais em nós a compartilhar do que sermos apenas uma fascinante jukebox virtual. Estar na banda sempre significará o que podemos criar agora com nossas mãos e nossos corações, e não poderia ser de outro jeito.

Cantor e guitarrista é o líder da banda Smashing Pumpkins
Cantor e guitarrista é o líder da banda Smashing Pumpkins
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Fonte: Terra
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