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'Mamonas Para Sempre' celebra a vida e a curta carreira da banda

16 jun 2011 - 10h21
(atualizado às 12h49)
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Nathália Salvado

Você pode ser gótico, punk, skinhead, boneca cibernética ou até um robocop gay. Mas se nasceu até o começo dos anos 90, provavelmente lembra e até gostava dos Mamonas Assassinas. Para os fãs e os que não têm a menor ideia do que estamos falando (quase impossível), existe o documentário Mamonas Para Sempre. O longa de Cláudio Khans mostra com sutileza e alegria a vida dos cinco jovens que encantaram o Brasil durante sete meses, de julho 1995 até março de 1996, quando morreram após a queda de um avião.

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É claro que, quando sentamos na sala de cinema, já ficamos com aquela sensação de que será um filme triste. Afinal, todos sabem como a história termina e é bem longe do final feliz. Aí é que vem o primeiro engano. O filme celebra a vida. Khans não se preocupa em mostrar como foram as últimas horas dos meninos de Guarulhos, mas sim como aproveitaram a vida até ali, exibindo como a banda se formou e como se tornaram um sucesso meteórico. Não se importa com dados, mas frisa o tempo todo o quanto foram surpreendentes no cenário musical.

Logo no início, Dinho, Bento, Júlio, Samuel e Sérgio invadem a tela, dando aquela sensação, para os que conhecem a banda, de que nunca se foram. Porém, logo depois, nos deparamos com o quinteto numa onda diferente: a da banda Utopia. É, as imagens dos meninos como uma mistura de Capital Inicial, Ira e Legião Urbana chegam a causar estranheza, mas conseguem cativar os espectadores a partir daí.

O documentário é mesclado com cenas dos integrantes da banda e depoimentos de familiares, produtores e amigos, que dão uma visão real de quem eram os Mamonas, sem querer endeusar ou mitificar aqueles músicos, que encantaram crianças e adultos com letras irreverentes e performances explosivas. Não há choro, apenas muitas risadas e milhares de lembranças.

Ricky Bonadio, produtor da banda, faz questão de enumerar alguns defeitos dos integrantes, como dizer que Dinho era atrasado e Sérgio, o mais ciumento. Mas também exalta o bom humor e o profissionalismo deles. Em uma das passagens marcantes, Bonadio se acaba de rir ao lembrar do dia em que pediu para eles mudassem o nome da banda e deixassem a tristeza da Utopia para trás.

"Mudar de nome? Nunca! Somos muito conhecidos em Guarulhos", disse um Dinho inflamado, levando o produtor às lágrimas de tanto rir, já que o Utopia gravou um único disco, mandou prensar duas mil cópias e acabou doando a maior parte dela, já que ninguém queria comprá-las.

O filme, que estreia em 17 de junho, peca em dois pontos. Algumas performances são passadas mais que uma vez, o que torna o longa um pouco cansativo. O excesso de animações também incomoda. É interessante ver bonecos dos integrantes correndo por uma mesa de som durante a entrevista de Bonadio, mas fica um pouco sem sentido um peru surgir com um balão - escrito "Yo soy del peru" - durante a entrevista de Hildebrando e Célia Alves, pais do vocalista Dinho.

Fatos curiosos sobre a banda pipocam o tempo todo na tela. O discurso emocionado de Dinho durante um show em um ginásio de Guarulhos, em que anos antes já sonhava em tocar, é um dos pontos altos. A história sobre a briga de Dinho e sua namorada, Valéria Zopello, nos bastidores do Domingo Legal, no SBT, também vale a pena.

Os momentos mais tristes são deixados para o final. A sequência sobre a morte é pontual e a mensagem final é um clichê dos mais antigos. À la Elvis Presley, os Mamonas Assassinas não morreram, mas estão vivos no coração de milhares de fãs. Clichê por clichê, melhor a frase que Dinho disse meses antes de morrer: "não tenho medo do futuro. Afinal, ele não me pertece!".

Cena de 'Mamonas Para Sempre'
Cena de 'Mamonas Para Sempre'
Foto: Divulgação
Fonte: Terra
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